19 de abril de 2025

“O Diabo para nós é um símbolo de liberdade artística”, diz guitarrista da Matanza Inc, sobre o novo álbum da banda

(Capa do álbum)

 

Depois de uma pequena pausa que deixou fãs desconsolados, a Mantaza, agora com o “Inc” no nome, traz mais um trovão diabólico. Estamos falando do álbum “Crônicas do Post Mortem – Guia Para Demônios & Espíritos Obsessores” com doze faixas inéditas e todas compostas por Marco Donida, guitarrista da banda.

O título do álbum tem um conceito muito bem definido. “Crônicas do Post Mortem” brinca com a vida após a morte e as “questões do demônio” e imposições das instituições religiosas. E o subtítulo explica isso e muito mais, com velocidade e clareza.

O “Inc” foi adicionado ao nome do grupo com inspiração em Venom Inc, um desdobramento da banda inglesa seminal do metal extremo, que passou por uma reestruturação semelhante, vem no modo “pessoas emancipadas agindo como um corpo só”.

O álbum foi lançado em formato digital, CD e Vinil. Tudo pelo selo Monstro. O trabalho também será lançado em versão europeia, numa parceria com a Raging Planet de Portugal.

Além de Marco Donida, a banda é composta por Maurício Nogueira (guitarra), Dony Escobar (baixo) e Jonas Cáffaro (bateria), ele tem o experiente Vital Cavalcante nos vocais.

 

 

[Todas as respostas são de Marco Donida, guitarrista e compositor da banda]

 

Animal esse álbum, sérião! Eu confesso que demorei para entender tudo, porque me parece muito complexo tudo que envolve o trabalho, por mais até que não seja a intenção. PARABÉNS por fazer algo totalmente “fora da caixinha”!

 Muito obrigado!

 

As participações especiais fazem jus ao meu elogio anterior. Sempre bom unir forças em nome do nosso tão amado rock nacional.

 Participações especiais passam por dois valores: o artístico e o da amizade. Convidei o Vladimir Korg (vocalista do The Mist) para a faixa mais Thrash Metal do álbum porque sou fã dele desde 1987 quando ele estava à frente do Chakal. Acabamos nos tornamos bons amigos graças aos filhos dele que eram fãs do Matanza. O Rodrigo Lima do Dead Fish também é um amigo muito, muito querido de muitos anos. Em ambos os casos, nós sabíamos que artisticamente a participação deles traria um brilho todo especial às músicas e por isso não nos furtamos em convidá-los.

 

Em relação a temática, vocês estão sempre mexendo com o “diabo” [HAHA]. Nesse sentido, quero muito saber a mensagem que vocês querem passar.

 O Diabo é uma invenção da igreja católica para controlar as pessoas através do medo. Quando se glorifica o diabo você afronta os controlados e principalmente os controladores. Nossa música não serve à essas pessoas. O Diabo pra nós é um símbolo de liberdade artística. A maldade está no coração dos homens, não em alegorias.

 

As letras, assim como a parte rítmica e melódica seria uma forma de revolta e protesto?

 O Rock de uma forma geral está ligado à inconformidade e ao protesto. Letras, parte rítmica e melódica compõem a música propriamente dita e é importante que haja coerência no trabalho como um todo. Não há, por exemplo, uma banda de Grind Core que fale sobre queijos e vinhos…

 

Vocês estão lançando o álbum em vinil. Acredito que seja um presentão pra galera mais tradicional. Eu mesmo, chego a “gemer” quando relo num desses. [HAHA].

Realmente, o vinil se tornou um objeto de adoração. Hoje basicamente se ouve música por streaming. O CD e o LP são versões físicas que servem para quem dá valor às informações intrínsecas ao som. Quem tem mais dinheiro compra o LP, quem tem menos se contenta com o CD, mas infelizmente é cada vez menor o número de pessoas que se importa com o subtexto da música. 

 

Fugindo um pouco do assunto do álbum. Vocês entraram em um hiato. E agora, estão voltando com este novo trabalho. Como está sendo tudo isso para vocês e para os fãs?

 Foi um hiato breve. Serviu para que terminássemos as composições e pudéssemos gravá-las com calma. Os shows de lançamento estão sendo uma catarse maravilhosa. Nós aproximamos muito dos fãs que consideramos os “verdadeiros” e não alimentamos nenhuma expectativa que não seja curtir o momento.

 

Vocês têm alguma(s) história(s) ou curiosidade(s) interessante(s) para nos contar sobre esse novo disco ou nova fase?

 O que eu considero realmente interessante é que agora estamos felizes fazendo o nosso som. Pode parecer pouco mas é o tipo da coisa que só se dá valor quando se perde. E graças ao Nosso Glorioso Senhor Sathanas, recuperamos a alegria de estar numa banda!

 

Fiquem à vontade para falarem algo que eu não perguntei e que vocês gostariam de ter dito.

Queremos apenas agradecer a oportunidade de falar ao seu público leitor. Tenham todos um ótimo dia!

 

 

 

 

 

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