
Os ambientes em que vivemos costumam influenciar nossas atitudes e até mesmo inspirações. Pelo menos foi isso que aconteceu com a banda Vieira ao lançar o EP PARAHYBA VIVE, com fortes influências das vivências dos integrantes pela capital paraibana.
PARAHYBA VIVE nasceu e foi gravado logo após o grupo ganhar o importante concurso Red Bull Break Time Sessions. Vieira conseguiu se destacar entre mais de 100 bandas brasileiras, por meio de curadoria interna e também de votação do público na internet. Esse fato foi importante para a criação do EP.
— PARAHYBA VIVE é um ode ao nosso estado, ao mesmo tempo que vivemos na cidade, somos também forasteiros, de forma literal ou não. Isso sempre nos permitiu viver quase que de forma contemplativa, nossas vidas aqui. Os lugares citados nas músicas são bastante pontuais, mas o sentimento de urgência, admiração e esperança sempre são universais a todos que habitam qualquer cidade. — Comentou Marcus, baterista do grupo.
Abaixo, você confere na íntegra uma entrevista que fizemos com a galera da banda Vieira.
Certamente a vivência de vocês na capital paraibana influenciou muito na temática do álbum…
PEDRO – Arthur, Marcus e eu sempre tivemos interesse em estar presentes numa banda e participar de acontecimentos que casam não só pra um dos participantes, mas pra todos os envolvidos. Estar sempre em movimento com uma trupe que podemos chamar de família favorece muito a nós e nossa relação com o público também. A Vieira não é primeira banda de nenhum dos músicos envolvidos e se trata de uma construção em conjunto sobre músicas, temas, acontecimentos e tudo mais que você possa imaginar e que envolve Vieira como endereço final.
Ainda nessa pergunta, vocês usaram linguagens lúcidas, não é?
PEDRO – PARAHYBA VIVE, seu novo compacto ou EP (como alguns preferem chamar um disco de amostra; com poucas faixas) delinea esses pensamentos e sentimentos vividos em conjunto à cinco faixas que descrevem relatos, a cidade, e o amadurecimento do grupo. O compor de um artista amadurece a cada trabalho projetado.
Pelo o que li, vocês querem alcançar um público bem dinâmico com esse álbum.
MARCUS – Nosso público sempre foi muito dinâmico, nunca miramos num nicho específico pra algo acontecer. As músicas carregam um peso diferente pra cada pessoa e de alguma forma elas se identificam com o que escutam. A gente espera alcançar o máximo de pessoas possível e fazer nossa música reverberar o mais longe, sempre, mas essa vontade nunca norteou a produção do álbum, a gente faz música de forma bastante sincera e acho que o público enxerga isso.
O EP COMERCIAL SUL foi uma ponta para esse álbum? Parece que vocês evoluíram muito.
MARCUS – Tudo é conectado de alguma forma, intencional ou não. Nossas vivências e percepções mudaram mas os lugares em que essas experiências se fazem continuam nos cercando. O meio influencia muito as composições e isso se mostra nos dois discos.
Como o concurso Red Bull Break Time Sessions influenciou no álbum?
MARCUS – Toda nossa carga emocional foi influenciada com nossa ida pra SP, ganhar um concurso nacional com uma grande diferença de votos somado ao fato de sermos da Parahyba, Nordeste, lugar onde muitas vezes nossa cultura e música são tão castigadas, nos fez sentir uma confiança e dever de representar as pessoas e lugares da cidade em que vivemos. O clima frio, os olhares e a própria cidade de São Paulo tiveram papel importante na produção do disco.
Como foram os processos de criação das músicas?
ARTHUR – Foi tudo bem tranquilo e natural. Ainda estávamos sem saber onde e como gravar o segundo disco, mas não deixamos de estar sempre criando, ensaiando, compondo e fermentando ideias… Foi muito bom estar sempre em movimento, e já ter muitas ideias finalizadas. A ida pra SP pra gravar o disco foi bem repentina, mas já tínhamos as músicas que compunham o novo trabalho na manga.
E a produção e gravação, como foram?
ARTHUR – Logo quando soubemos da vitória, também soubemos que viajaríamos pra SP em duas semanas. Foi correr contra o tempo pra alinhar os últimos ajustes na pré-produção do disco… O que foi até massa, pois estávamos sempre juntos – desde a pré até a gravação, mix e master – fazendo as coisas da melhor maneira possível, dando toda a atenção necessária pra fazer o disco acontecer.
Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?
ARTHUR – O disco fala – direta e indiretamente – do lugar que a gente vive, das coisas que a gente vive, dos nossos costumes e contos (reais ou não), e isso fica bem estampado desde seu título até a última música. Tínhamos todo o conceito do disco e as músicas antes mesmo de saber da final do ‘’Breaktime’’, mas o que reforçou toda a ideia e deu um brilho foi gravar nosso bebê no frio de SP. Contar nossas histórias em outras terras totalmente diferentes, com outra vivência e outros pontos de vista deu muito mais entonação ao PARAHYBA VIVE.