Alexandre Magno Abrão (São Paulo, 9 de abril de 1970 — São Paulo, 6 de março de 2013), mais conhecido pelo seu nome artístico Chorão, foi um cantor, compositor, skatist
RESENHA DO COLUNISTA LUAN FH
Antes de ler, entenda: Não irei falar dele aos olhos da mídia e todo aquele clichê que todo mundo tem noção ou já ouviu falar. A matéria é conduzida de forma autoral, ou seja, toda minha opinião será colocada aqui e contada.
O moleque que lutou para crescer na vida, correria, skatista, suas músicas que motivam a viver uma loucura sabendo que a maior loucura é não viver. Foi um poeta para jovens da época, lembro-me de 2009 ouvindo Charlie Brown Jr, curtindo, apaixonado e revoltado; e só os loucos sabem.
Grande parte dos adolescentes que andavam de skates o ouviam nos encontros e até cheguei a ir em alguns com os amigos, era então servido o vinho, alguns fumavam cigarros, todo mundo mostrando alguma poesia ou falando besteira e ninguém ligava para nada. Era apenas viver e viver, dane-se o resto. A amizade era bem valorizada e um aperto de irmão tinha que ser dado de forma sincera.
Não é só nos familiares que a saudade traz um vazio profundo, mas também em mim e grande parte dos fãs da banda; e a curiosidade maior foi a morte do Champignon e a então triste fim de uma história inteirinha. Os dois brigavam muito, só que um apoiou o outro quando ambos estavam na pior merda, eles eram grandes amigos, melhores, viveram grandes momentos e suas famílias eram bem próximas — sentiram na pele a dor da saudade, começou com o Chorão, que veio a falecer vítima de uma overdose de cocaína, depois veio o Champignon, que cometeu suicídio — Ele tentou assumir um tempo antes a banda Charlie Brown Jr, foi duramente crítica e causou um alvoroço e sinceramente, na minha opinião, foi uma das causas possíveis para que ele desistisse.
“Não busco a perfeição em ninguém, porque não quero que busquem em mim”, Chorão.
Acho que no fundo ele só queria tirar a dor do peito, poder lembrar um pouco dos tempos bons, o que devia ter passado na cabeça dele? Vocês já sentiram saudade? dor é insuportável, a gente olha pro lado e vê que a pessoa realmente não volta. Porra, Chorão não foi embora sozinho, tinham pessoas que o amavam muito, velho. MUITO!
Chorão tinha um motorista chamado Kleber Atalla, o mesmo era um grande amigo, e junto como segurança, tinha visto o chorão deitado no chão, já morto. O Kleber passou a fazer vídeos para o Youtube, o famoso MotoVlog, e tem alguns no qual ele chora pilotando e cortando de giro, gritando o nome do chorão, o xingando e perguntando o porquê ele partiu, como eu disse, saudade é um bicho que come teu coração aos poucos. Nesse caso, o xingamento vai mais pela intimidade que eles tinham, a afinidade, a amizade, e então seria mais um desabafo, um grito para aliviar a dor.
Shows lotados, fãs e com vocabulário amplo, o poeta maluco e marginal, o vagabundo nato e a forma de conduzir a vida, Chorão passou de pessoa para um gênio. Até as músicas causam nostalgias, quer dizer, ele falava para viver a loucura, mas não incentivava drogas ou para assaltar, fazer coisas erradas, entende? Tem palavras que confortam, outras que destroem, e ele tentava motivar o público a sair da tristeza, a olhar mais à frente, e sério, quantas vezes a gente ouviu “Céu azul” ou “Lugar ao Sol”.
Algumas frases do artista:
”O amor é assim, a paz de Deus em sua casa”, ‘
‘Eu descobri que azul é a cor da parede da casa de Deus”,
”Só o amor constrói pontes indestrutíveis”
”O dia passa, horas se estende, as pessoas ao meu redor nunca me entendem”
ENTREVISTA DE LUAN FH – 20 anos, escritor e colunista, gosta do indie brasileiro e coisas antigas