Chegar no mundo e deixar a marca é com ele, Cleber Souza Nascimento Jr, fazendo participações em vários sons de outros mc’s, e com um flow de outro mundo nas batalhas. Cold demonstrou obter e estar obtendo maturidade ao passar dos anos, questão de respeito e humildade. Claro, humanidade não pode faltar, não é à toa que as letras escritas por ele torna um clima mais divertido em algo bem reflexivo. É só deixar de ouvir para ativar o modo “escutar”.
A história do cold além de ser emocionante, mostra também que o rap abre mentes, faz um menino amadurecer mais rápido por acabar convivendo com outras pessoas com histórias mais pesadas e reais em só uma multidão. A batalha da BAC será sempre fundamental para entender o monstro que eles criaram. E não foi criado em um laboratório, e sim, na rua.
O meu objetivo é mostrar os talentos que não valorizamos, Cold já deveria estar no topo por conta do talento, e é um baita talento. O garoto consegue versar a verdade mesmo no improviso, e quando escrito para ser cantado em um estúdio, fica bem mais inflamável.
Teve algumas participações onde ele se destacou bastante, pondo enfim um título sobre sua cabeça ”De outro mundo”, o que mais me surpreende é a pouca idade e a forma que já se expressa. Com facilidade.
”Eu vou falar que lean na mochila pra quê? Se o feijão passou de 10 conto e lá em casa tá foda”, parte do Cold na música (Zw – “H²Ódio” – feat.Cold ‘Prod.Aquahertz).
”Demônios quase me calam, por isso que eu grito. Ainda só, abraça o que te mantém, cê faz do seu coração refém. Mais um pecador julga pecadores” Parte do Cold na música (“AlefDonk” – Motivos ft Cold).
”Me criticar vai ser só uma fase, eu nem canto trap, mas peguei a base, invejosos criticam minha arte, fala que me odeia e pulou pra minha parte”, Parte do Cold na música (Doug Lee, DiogoX, Cold – “Lean no Jeans” – ‘Prod Khriss77’).
Cold deveria ser escutado por várias vezes nas batalhas, nos carros, nos rolês, o garoto tem um futuro no rap. Tratando pacientes com a doença ”alienação” e trazendo ar de inteligência. Um novo ar. Respirando poesia desde moleque, porque viver já é, de certo modo, uma arte e bem pesada.
Chegou como se não quisesse nada na primeira batalha, se destacando e fixando olhos para ele mesmo, e isso de certo modo é bom, pois, a maior motivação é quando tem pessoas dizendo que nunca dará certo. O garoto que é conhecido em batalhas culturais de Salvador e já sendo indicados para outros jovens ouvirem. ”Ouve esse som aqui, é brabo”, trazendo também um reconhecimento em alguns bairros. Tem pessoas na suburbana que também o conhece.
É um orgulho tê-lo em Salvador, mais um artista nordestino que terá um destaque lá fora um dia, questão de tempo, questão de insistência, questão de sapiência e paciência. Mestre de cerimônia (MC) nunca deve ser agitado, desesperado, e sim, calmo como um monge e um doutor, para tratar as feridas da alma do ouvinte.
Cold usa referências e também faz com que as pessoas se identifique com o que ele fala, não precisa de meia hora ou dez minutos para ser objetivo, ele simplesmente é. E a galera dos bairros deveriam abraçar os artistas daqui, dar apoio e assistência, porque hoje todos estão desconhecidos, ou dados com esse título, mas no amanhã a história pode ser outra. O rap faz pesar a mente de qualquer um, seja quem produz, ou quem ouve, é muito mais que um estilo musical ou gosto, é muito mais do que imaginamos ser.
Eu conheci o Cold na batalha do Marechal, antes eu o via no colégio, só que nunca soube que ele batalhava e que era bom. A gente se surpreende após julgar alguém, sem saber da realidade passada em seu peito. Alguns mc’s colocam sua alma no que faz e se destacam por isso, Cold é um deles.