João Gilberto Prado Pereira de Oliveira. Nasceu em Juazeiro, o município do estado da Bahia. Em, 10 de junho de 1931. É considerado um artista genial por musicólogos e jornalistas. É responsável pela grande revolução musical no cenário brasileiro ao criar nova batida de viola para tocar o samba; famosa “bossa nova” e iniciou, oficialmente, sua carreira artística aos 18 anos no cast da Rádio Sociedade da Bahia.
Quem hoje ainda gosta da bossa nova, de uma boa música para ouvir, se inspirar ou deixar levar com a vibe, experimenta colocar o João na caixinha de som. É de uma paz tremenda, essa voz calmante. Apesar dos apesares, é considerado ‘’desafinado’’, o que pra mim é um desafinado bastante sensível. Você ouve apenas aquela alma cantando para ti, enquanto teu corpo quer dançar a vida em questões de segundos, minutos ou horas.
Difícil é entrar em uma casa e escutar o João tocando, pois, apesar dele ser incrivelmente genial, o seu álbum é mui particular. É de um tom fino, uma pegada mais sentimental. E a sua voz soa um rapaz velho, um Homem charmoso, e ainda há muito desse preconceito de ‘’música de velho’’, porém, é música de velho muito boa… É muito fácil encontrar comentários de gringos em suas faixas no Youtube, do que encontrar comentários de brasileiros apreciando as obras intensas do João.
https://www.youtube.com/watch?v=JK1QwGqO3WU
A infeliz morte do João comoveu o Brasil, para quem o conhecia, foi tão forte quanto o Belchior. Um gênio jamais compreendido totalmente. O grande mestre considerado, amado, e respeitado por outros artistas que só queria um pouco somente de leveza; falo muito do Rodrigo Amarante, já que o mesmo publicou em suas redes sociais o quanto lamentava a perda grande que o país teve.
Gênios nascem em grande dificuldade e, poucos fazem sucesso. João tem a habilidade de limpar a alma de um ouvinte, uma conversa íntima e formosa através de batidas de sambas, algo mais calmo para falar em sussurro: ‘’Calma, a vida é uma só e precisamos aproveitar um pouco do tempo e não o atropelar’’
Confesso que me surpreendi ao saber que ele é baiano, porque isso serve de inspiração para outros baianinhos, já que logo existe mais uma vez um preconceito ‘’baiano não trabalha e não faz nada bom’’, sendo que grandes artistas geniais vieram daqui. Senta numa cadeira, põe um violão, fecha os olhos, e tem uma conversa com a música… “Siga-me, amor”, e a voz vai amaciando, dando massagem nos tons agudos. Tudo que azedo vai ficando doce durante uma música do João. Faixas atrás de faixas e até em inglês soube cantar.
Um gênio morre, porém, ao ser reconhecido, ficará no coração de quem ainda é humano. João tem que ser considerado patrimônio cultural brasileiro, ganhando uma estátua gigante no centro de Salvador. Um gênio não morre, desculpa, ele continua por aqui em música, em poesia, em prosa, nas mentes das(os) amantes de músicas gostosas demais para ouvir sem engolir letra por letra.