(Capa do álbum)
Formado por Marcelo Callado, Renato Martins, André Paixão (Nervoso) e Melvin Ribeiro – nomes conhecidos e respeitados do cenário independente carioca das últimas décadas -, o supergrupo Tripa Seca une diferentes personalidades e influências em seu disco de estreia, que está disponível nas plataformas de música digital. Homônimo, o registro passeia do rock sessentista até o indie psicodélico, encontrando sons experimentais e de música latina.
O disco começou a ser gestado ainda em 2015 com a criação de alguns singles e experimentações em sonoridades diferentes. Feito com calma, “Tripa Seca” teve produção de Paixão com co-produção de Martins e Callado. O álbum conta com participações especiais de Fernando Bastos, Fernando Oliveira e André Dessandes e está disponível em todas as plataformas de streaming de música.
ENCONTRO PERFEITO: a formação do supergrupo.
Clipe de uma das faixas do álbum
Com caminhos cruzados em bandas e artistas como Acabou La Tequila, Lafayette & Os Tremendões, Caetano Veloso e Nina Becker, o projeto surgiu em 2015 trazendo de volta os elos criativos para o círculo de amizade.
“Eu sentia muita falta de voltar a uma relação criativa com o Marcelo, que em 2001, começou a me ajudar a produzir meu primeiro EP, ‘Personalidade’, e com o Renato, a ponto de, durante uma cerveja pós-ensaio do Lafayette, sugerir essa encrenca.”, conta André Paixão (que ganhou notoriedade com a banda Nervoso e os Calmantes.
Ele continua o discurso: “A dinâmica que tínhamos no Tequila, com uma identidade sem identidade, também foi um fator”.
OLHA QUE LEGAL!
Mais um clipe que o grupo lançou de uma das faixas, que antecedeu o lançamento do álbum.
Foi com esse trio que se formou o projeto – que eles afirmam, categoricamente, não ser uma banda. Gravado e mixado no SuperStudio, no Rio de Janeiro, o disco apresenta um repertório eclético de canções, que lembra a proposta do Acabou La Tequila, antigo trabalho de André e Renato.
Proprietário do estúdio e responsável pela sonoridade do Tripa Seca, André trabalhou em cada timbre para atingir o clima de cada composição em um trabalho fruto de sua produção de trilhas sonoras para cinema, TV e teatro. Após um único show no Teatro Ipanema, juntaram-se à banda os amigos Melvin (Carbona) e o guitarrista Léo Vieira, agregando o clima de encontro casual e olhar despretensioso.
BREVE REFLEXÃO DO INTEGRANTE RENATO MARTINS
“A música é um grande lugar de encontros. Ao longo da vida, meus projetos musicais sempre foram isso. Meus melhores amigos se tornavam uma banda, ou então, ao escolher alguém para fazer música, essa escolha acabava criando laços afetivos. Vejo a música como algo ritualístico nessas relações. É a cerveja antes ou depois do ensaio, do show, é a experiência de uma viagem juntos. É essa construção coletiva que dá sentido à arte, ao mesmo tempo em que faz dela algo tão poderoso”, conta Martins.
FAIXA-A-FAIXA por André Paixão
(Foto/Divulgação)
1 – MIL
Essa tem umas referências que lembram Titãs em algum momento. Abre com samples com berros proferidos por uma garota endoidecida que conhecemos em Porto Alegre. Ela estava com o namorado mas queria ficar na mesa com a gente depois que falamos o nome da banda, entre outras loucuras.
2 – CICATRIZES
A música nasceu do Renato e Marcelo. Lembra canções do Ween com referências caribenhas latinas.
3 – VAI QUE EU VOU
Carimbó, guitarrada, brega nortenho. Essa música entrou no filme “O Tempo Feliz Que Passou”, do diretor paraibano André da Costa Pinto, previsto para estrear ainda este ano.
4 – NEVE
Chegamos a tocar essa com o Acabou La Tequila. Folk a la Neil Young com Nick Drake romântico. Letra inspirada, escrita pelo Renato (que assina a maioria das letras do disco, inclusive) que lembra comerciais de doces ou dia dos namorados. Tem trompete e banjo do nosso amigo Fernando Oliveira (Rats).
5 – BIPOLAR
Nosso primeiro clipe, filmado em Paquetá com direção de Mariana Cardin. Foi tudo muito louco nessa gravação. A banda ainda era um trio; Marcelo encontrou a casa onde morou na infância e não queria sair da ilha. Fiquei com ele até a última barca, quando todos já tinham ido embora. Com acordeon de Fernando Bastos (Rats).
6 – UNIVERSO PARALELO
Composta no mesmo fim de semana que A Paisagem. Começou a partir de uma letra escrita pelo Renato seguida por uma sequência programada num GarageBand instalado no meu iPad.
7 – NA PALAVRA
A mais aceleradinha do disco. Bem na dinâmica hardcore que levávamos para o Acabou la Tequila em formato parte A, parte B e ponto final. Simples como dois acordes.
8 – A PAISAGEM
Letra do Renato com melodia e harmonia desenvolvidas por mim num fim de semana de rompimento com minha companheira. Pensei muito em Grant Lee Buffalo quando compus essa.
9 – VAI COM DEUS
Talvez a mais curta e pesada do disco da Tripa Seca, apesar de não tão rápida como “Na Palavra”. Penso em Ministry e Butthole Surfers somados a sequências programadas em sintetizadores antigos e samples industriais.
10 – MY SATURATION
Melodia gravada no celular há anos combinada com meu amor as bandas Polyphonic Spree e Pink Floyd. Mais uma com base eletrônica programada com sintetizadores e coros.