4 de outubro de 2024
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Heavy metal, juventude e interior paulista; conheça a banda Savage

Porks, um clássico bar de rock n roll em Araçatuba, interior de São Paulo, ousou em convidar uma banda quase que totalmente desconhecida para tocar covers da Metállica. Os convidados eram os conterrâneos da casa, Guca e Madi, que, então, convidaram mais dois amigos para fechar a equipe de instrumentistas. Nascia, portanto, de forma oficial, a banda Savage, atualmente integrada por Madi (guitarra base e vocal), Guca (guitarra solo e backing vocal), Japa (baixo e backing vocal) e João (baterista).

“A banda começou comigo e o Madi ensaiando toda semana na escola de música dele. E começou como uma brincadeira, até que um dia o Michel que na época era o gerente do Porks chamou eu e ele para tocarmos lá, e a gente chamou duas pessoas para completar a banda, primeiro o Paulo que era o guitarrista base e depois o Japa no baixo e backing vocal, isso em um período de 2 ou 3 meses.”, diz Guca, guitarrista e backing vocal.

Quem é a Savage?

A Savage nasceu com a ideia de realizar apresentações com músicas covers da banda norte-americana de heavy metal Metallica, mas também com o intuito de gravar canções autorais. “Metallica é uma das bandas de entrada ao metal para muitas pessoas, assim como foi para a gente. Tocar Metallica é uma ótima forma de nos divertimos, pois estamos tocando músicas que escutávamos sempre, e agora podendo recriar da nossa maneira ao vivo. Além disso, escolhemos o Metallica pois é uma banda que não se destaca tanto no cenário cover da região, e que com certeza nos identificamos muito.”, conta Madi, guitarrista base e vocalista da banda.

O nome do grupo tem inspiração curiosa, como explica Guca: “‘Savage’ traduzindo do inglês para o português é ‘selvagem’, mas, na verdade, não foi por isso que surgiu. Eu estava lendo ‘Elementais’, um livro de terror na qual tinha uma família típica do gênero e o sobrenome deles era ‘Savage’, tanto que o primeiro capítulo do livro se chama ‘As Mães Savage’. Enfim, eu sugeri o nome e ficou, combina com a imagem que queremos passar e com as letras das nossas músicas.”, explicou Guca.

Longe de SP

Araçatuba, cidade dos integrantes, é distante da capital paulista (mais de 500 km) e, portanto, distante das oportunidades que as metrópoles proporcionam. Fazer rock no extremo interior paulista é, então, desafiante para todos os envolvidos, inclusive, os donos de bares do segmento. Segundo o baixista Japa, falta reconhecimento monetário e de divulgação às bandas, em especial, as do cenário underground. O músico ainda cita dificuldades financeiras para diversas atividades, assim como escassez de bares e eventos para se apresentarem.

“Obviamente não estamos na Inglaterra ou nos EUA, equipamento é caro, viajar para shows é caro. Achar uma gravadora que aceite a gente pode ser difícil, mas não acho que seja algo impossível. É inspirador ver bandas de metal na cena, desde as da cidade (Araçatuba) como: Dishonor, Maiden Legacy, Chapter Four, Black Band, ou as que já são maiores: Sepultura, Project 46, Ratos de Porão, Sarcófago, etc…”, diz o baterista Japa.

Juventude e rock n roll

Os quatro integrantes são jovens, beirando para mais ou menos a adolescência, gerando um novo desafio. “Eu gosto de pensar em tudo o que a banda trás de bom para nós, porque com certeza há desafios para que ela siga em frente somando com os desafios da nossa idade, mas eles são recompensados com ótimos momentos e memórias que farão parte de nossas vidas. No momento não é um trabalho (no sentido de ser algo cansativo) isso que estamos fazendo, então todo show é único e especial para a gente, com certeza adoramos participar da Savage”, explica Madi.

Uma banda autoral e sonhadora

Outro desafio é o cenário do mercado musical no mundo, com cada vez menos interesse em novos sons dentro do rock. É este, segundo os integrantes, o maior dos desafios, ir além dos covers de Matálica. “Não somos a ‘banda cover de Metallica’, somos a Savage tocando Metallica.”

“Seremos nós, tocaremos nossas músicas (obviamente que no começo com músicas de outras bandas também). Espero que até lá possamos ter a chance de tocar as músicas autorais em diversos lugares e cidades, mostrar o nosso álbum, e aí quem sabe uma gravadora nos chama. Estamos no nosso começo, igual muitas bandas famosas já estiveram, e quem sabe um dia vocês verão a gente em um Rock In Rio, Knotfest, ou em uma turnê? O sonho é alto, mas por que não sonhar?”, diz Guca.

Uma mensagem final

“Estamos aqui para além de nos divertimos, fazermos um trabalho foda, do nosso jeito. Não queremos parecer robôs programados para tocar as músicas e sair, a gente está aqui para causar e florescer os sentimentos da galera que nos assiste. Eu como guitarrista tenho que fazer a performance de James Hetfield, mas não é por isso que deixo de ser eu mesmo no palco, e acho que é isso que nos diferencia de várias bandas.”, finaliza Madi.

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.