O que é a Nova MPB? Certamente, a resposta exige investigação. O gênero musical pode ser considerado novo, com surgimento nos anos 2000, mas seu potencial é tanto que, por vezes, se configura como um movimento mainstream, por suas letras cativantes e sonoridades simples, galgando muitos ouvintes dos mais variados nichos. Há um consenso de que a Nova MPB seria uma espécie de renovação da música popular brasileira (a MPB), uma vez que incorpora à sua sonoridade elementos de estilos como pop, rock, bossa e outros, tornando-se assim mais versátil. Outros analistas já observam sua ligação com temas de relacionamentos, que são acompanhados por voz e violão como prioridade, numa pegada “good vibes” e refrescante.
O site História da MPB diz que “Na Nova MPB, o som não se restringe mais a apenas um toque de violão. Hoje os novos artistas usam influências do samba, bossa, pop, eletrônico e outros ritmos, traçando uma combinação de ritmos e conceitos. Alguns afirmam que o novo ritmo é apenas mais um estilo inserido na indústria cultural, já que suas letras de música não possuem nenhuma preocupação ideológica específica, mas outros reconhecem e aprovam a inovação tecnológica da música brasileira, marcada pela individualidade de cada artista.”
É importante dizer que o termo Nova MPB é destinado à um grupo maior do que se imagina, e também mais antigo. Ainda segundo o site História da MPB, nomes como Jorge Vercillo, Zélia Duncan, Chico César, Maria Rita, e outros “contemporâneos” também fazem parte do movimento. Já o portal Terra em sua publicação “Nova MPB: quem são as caras na geração atual?”, lista cantores(as) e compositores(as) mais recentes, geralmente mais lembrados quando pensamos em Nova MPB. A lista levantada por Gislaine Costa é integrada por sete artista: Anavitória, OutroEu, Gilsons, Silva, Rubel, Duda Beat e Jão.
Com mais profundidade, o portal MonkeyBuzz reflete sobre o que eles chamam de “Continuação do patrimônio nacional”. A reportagem diz que “A Nova MPB é essa nova safra que continua trazendo a voz e o violão da MPB clássica com a sua cara pessoal, mas sem perder a base já conhecida e reverenciada. Os nomes são vários, e a qualidade é grande. Principalmente a partir dos anos 2000, esses artistas começavam a despontar, como por exemplo CéU, Ana Cañas e Tiê. E justamente por ter surgido nessa época, a qual a música alternativa ganhava destaque, os novos artistas da MPB acabaram ganhando rótulo de Indie por muitas pessoas, o que acaba não sendo muito adequado.”
Vitro Ferrari, autor desta matéria, ainda coloca mais uma ideia: “O que podemos dizer é que esses novos artistas souberam trabalhar com o antigo e o novo de uma maneira que resultou num MPB revisitada, com toques mais Pop, Folk, R&B, Eletrônico e Rock que simplesmente a tornaram interessantes e fazendo com que essa coletividade fosse formada por diferentes sons, unidos por uma mesma base, onde o ouvinte pode buscar esses detalhes em cada artista.”
Nesse meio de informações, chegamos a uma outra, que, em grande volume, nos deixa um ponto de interrogação. Trata-se de um dos festivais mais marcantes da música brasileira. Pertencente a uma safra que sucedeu os grandes festivais da TV Record e Excelsior das décadas de 1960 e 1970, o “Festival da Nova Música Popular Brasileira – MPB 80” (TV Globo) foi, como o nome já indica, realizado em 1980 com músicas inscritas classificadas como “Nova MPB”. Sucesso de audiência, teve repercussão no país e teve como vencedor o então jovem Oswaldo Montenegro, que defendeu a vitoriosa canção “Agonia”, do compositor Mongol. Nas linhas dessa reportagem, os três portais citados mencionam a Nova MPB a partir, aproximadamente, dos anos 2000, mas, neste caso, seria duas décadas antes, se tomarmos como pilar o nome do festival e sua importância histórica.
Como dito no início da matéria, este é um tema que requer investigação e, mesmo a fazendo, não encontramos uma resposta definitiva. O que é possível dizer, sem dúvidas, é de que no século XXI há sempre várias influências em cada música, o que nos leva a entender que é cada vez mais raro encontrarmos “um rock puro”, vamos dizer assim. A Nova MPB, como movimento deste século, se enquadra nesta mesma linha de pensamento. Por isso e por fatores exclusivos, é tão difícil uma definição exata.