17 de março de 2025

O folk rock alternativo de Eduardo Pastore em “Toda Vez”

“Primeiro Olhar” é o single de maior audiência de Eduardo Pastore. No total, mais de 80 mil pessoas já a escutaram. Certamente, sentiram que o músico tem características que fogem do habitual. Pregador do folk e do rock estadunidense, canta com voz de narração, conversada, sussurrada.

O mesmo raciocínio estético se aplica agora a “Toda Vez”, canção que Eduardo disponibilizou no recente dia 7. Inspirado nas boas bandas The National e Death Cab For Cutie, e no livro “Rudderless”, o som é o abre-alas para o primeiro disco de Pastore.

“Essa música traz elementos que ecoam o folk rock alternativo de Death Cab For Cutie, especialmente do álbum ‘Plans’. Death Cab é famoso por trazer arranjos típicos do folk, como o violão de cordas de metal e kick pesado, e misturar com guitarras carregadas de distorção.”, Eduardo Pastore

É curioso a forma como nasceu “Toda Vez”. Não é comum uma música letrada ter início a partir de uma nova afinação. Foi, no entanto, o que aconteceu. Pastore estudava a afinação de Dó aberto no violão de cordas de aço, devido a canção “Ocean”, de John Butler. Assim, uma música instrumental estava sendo criada.

A letra, por sua vez, ganhou vida com base na fraternidade. “Em especial, uma homenagem ao meu irmão. Diz respeito à cumplicidade que apenas irmãos que cresceram juntos têm entre si. Que compartilham histórias da vida inteira. Ele sempre estava presente para me ajudar, principalmente quando precisei.”

“Terra de Ninguém”?

É o nome do disco de estreia de Eduardo. O projeto, auto definido como o maior projeto musical de sua discografia, tem dez músicas em português que serão lançadas ao longo deste ano. Além disso, serão entregue três videoclipes e um minidocumentário.

Segundo Pastore, o título do álbum se refere ao livro homônimo, do autor Contardo Calligaris. Em diálogo com o conceito da obra literária, a ideia é desbravar um espaço (no caso musical e poético) ainda desconhecido e que “ninguém tem coragem de adentrar”.

Eduardo acrescenta e reflete: “O formato do álbum te permite trabalhar um conceito maior, que abrange um período mais largo e significativo da sua vida. De alguma forma, é o testemunho sobre envelhecer na segunda década do século XXI.”

Sobre Eduardo Pastore

Nasceu em Penápolis, interior de São Paulo, mas cresceu e vive até o momento em Brasília. Formou-se em Administração pela UnB, e tem o diploma de Master Certificate of Songwriting and Guitar, pela Berklee Institute of Music, instituição estadunidense.

Eduardo atua como crítico musical pela Groover. Já como artista, iniciou sua carreira solo profissionalmente em 2019, com a chegada de “Wild Crowd”, EP de indie rock, fruto das experiências nos Estados Unidos.

Esse ponto de partida levou Pastore a se envolver com o Folk, o violão de aço, e uma forma única de cantar, mais narrativo e menos melódico. Essas características se somam sua maior referência musical, a banda norte-americana The National, e sua paixão pela literatura de não-ficção.

“Quanto mais real é a situação descrita na letra, mais as pessoas se colocam na música, e se apropriam dela para imaginar suas próprias histórias. É neste exato momento que a música provoca emoções reais, e é isso que um compositor deve buscar.”, Eduardo Pastore

DUAS CURIOSIDADES

  • Além da versão completa de “Toda Vez”, foram gravadas em estúdio duas versões: acústica (voz e violão) e semiacústica (violão e guitarras). Ambas carregam peculiaridades entre si. Há a possiblidade delas serem lançadas publicamente.
  • “Toda Vez” é o segundo single de retorno de Pastore para as composições em português. “Foi (e é) um desafio constante trabalhar o português nessa linguagem do folk rock. Aos poucos consegui encontrar melodias que sustentavam as histórias que queria contar, que sempre dizem respeito a situações reais, das pessoas que estão ao meu redor.”.

Dos livros às telas de cinema

Não é de hoje que muitas histórias de livros despertam desejos cinematográficos, algumas dessas histórias ao pararem nos cinemas até.

LEIA MAIS

EUA, a esperança do mundo? Artista português diz que sim em depoimento sobre sua música

Fritz Kahn and The Miracles é um projeto musical de um artista português. Sua discografia é extensa, embora tenha sido.

LEIA MAIS

O Abolicionista e escritor Cruz e Sousa

A literatura brasileira se divide em várias vertentes e dentro dela encontramos diversos escritores com personalidades diferentes e alguns até.

LEIA MAIS

CONTO: A ansiedade do vovô na hora que o cometa passou (Gil Silva Freires)

Seo Leonel tinha nascido em 1911, um ano depois da primeira passagem do cometa de Halley neste século vigésimo. Dessa.

LEIA MAIS

CONTO: Fixação Autêntica e Gêmeas Idênticas (Gil Silva Freires)

Antônio Pedro estava casado havia mais de um ano e ainda não tinha aprendido a distinguir sua esposa da irmã.

LEIA MAIS

Podcast Investiga: A história do samba por meio dos seus subgêneros (com Luís Filipe de

Em 2022, o violonista, arranjador, produtor, pesquisador e escritor Luís Filipe de Lima lançou o livro “Para Ouvir o Samba:.

LEIA MAIS

A conexão musical entre Portugal e Brasil, contada pela siberiana Svetlana Bakushina

Artigo escrito por Svetlana Bakushina com exclusividade para Arte BrasileiraPortugal, agosto de 2024 Nasci e cresci na Sibéria, onde a.

LEIA MAIS

LIVE BRASILEIRA #8 – Do rock “No é No” de Giovanna Moraes ao “golpe emocional”

1ª Convidada Giovanna Moraes é uma cantora e compositora de rock. Ela iniciou sua carreira fonográfica em 2017 com o.

LEIA MAIS

O folk voz e violão de Diego Schaun no EP “Durante Este Tempo

Quatro canções formam o novo EP do baiano Diego Schaun, cantor e compositor de música folk que estreou nas plataformas.

LEIA MAIS

CONTO: Os Bicos de Gás e o Cigarro King Size (Gil Silva Freires)

Maldita família. Malditos papai-mamãe-titia, como diziam os Titãs. Kleber era fã incondicional dos Titãs e a proibição paterna de assistir.

LEIA MAIS