(Crédito: Rick Fotografia / Divulgação)
Apesar de vir de uma pequena cidade do interior paulista comumente conhecida por sua tranquilidade, The Barba é um homem que, desde sua adolescência, sente as dores da vida e, muitas dessas pancadas, intensificadas por transtornos como a ansiedade e a depressão. É a partir disso, que o cantor e compositor de meia-idade lança seu primeiro EP, intitulado “Geração Terapia”.
O trabalho de sete faixas (sendo a primeira apenas uma introdução musical) trazem à tona um artista que vê na música o caminho ideal para um bom bate-papo poético e profundo com a atual geração, aquela que respira arduamente a famosa “modernidade líquida”, proposta pelo sociólogo Zygmunt Bauman.
Para The Barba, as músicas de “Geração Terapia” são mapas da fragilidade que acoberta a todos nós em tempos nos quais a tecnologia está aprofundando nossa liquidez. Por outro lado, músicas como “Caos Particular” e “Cante Comigo e Continue” são boas doses para tentar, ao menos, acalmar certas almas em profundo sofrimento.
“Minha vida toda enfrento esses problemas e sei o quanto difícil é. Encontrei muita salvação na arte e na música e gostaria que através dessas canções almas sejam encontradas. Isso é também uma maneira de falar sobre sem taboo e sem ter que esperar o mês de setembro. Sei da importância do Setembro Amarelo, porém temos o ano todo para dialogar sobre e tentar salvar vidas.”, comenta The Barba.
Se na letra, The barba tem a intenção de expulsar demônios e aliviar espíritos, musicalmente ele reverbera um conceito todo vintage, dando destaque a sonoridades do blues, da MPB e do velho e bom rock n roll brasileiro. “Sabe aquela música que você escuta em um bar meio vazio com algumas pessoas solitárias bebendo e tentando encarar a vida? Então, é bem assim que vejo.”, acrescenta.
CLIPE “PISCANÁLISE”
Antes do EP, The Barba apresentou o clipe de “Psicanálise”, isso no início de junho. Nós escrevemos sobre. Confira aqui.
FAIXA A FAIXA
“Geração Terapia” – O músico questiona a atual geração ao colocar a fragilidade como um poderoso caminho para os transtornos mentais e o suicídio;
“Psicanálise” – O caos da humanidade e o desamor são abordados por The Barba na primeira parte da música. Na segunda, ele vive um diálogo com Sigmund Freud a fim de saber se há explicações para a turbulenta vida humana. No refrão, o pedido para que aquele que roubou os sonhos dos homens nos devolvam;
“Caos Particular” – Nesta música, o caos particular se refere ao tormento interno que muitas vezes não é compreendido pela sociedade;
“Soul Silêncio” – É a partir do silêncio que The Barba acredita que muitas coisas podem ser ditas e, talvez, todas.
“Cante Comigo e Continue” – Considerada a que mais carrega a ideia de esperança e de ir para a luta, a música é um convite que The barba faz para que o público erga a cabeça e entre na dança da vida.
“Blues da Insônia” – Esta música tem teor romântico, sendo a garota a responsável pelas noites em claro. No entanto, entrelinhas a letra cai na mesma questão que as outras do EP.
FICHA TÉCNICA
Letra, voz e guitarra (Aliander Picarelli – The Barba)
Guitarra (Caio Assis e Douglas Santiago)
Baixo (Scharlles Asuma)
Bateria (Gabriel Andres e Ailton Sobral)
Teclado (Júnior Abreu)
Produção musical (Gabriel Andres e Ailton Sobral)
Selo (Fábrica do Som)
Clipe de “Psicanálise” (Direção: Asaph Guedes – Ator: The Barba – Músicos participantes: Scharlles Asuma e Gabriel Andres)
SOBRE O ARTISTA
Natural de Andradina-SP, onde vive atualmente, Aliander Picarelli sempre foi multiartista, expressando seus sentimentos e opiniões por meio da música, do desenho, da poesia e até mesmo pelas artes cênicas. Tanto talento estava escondido, até que com o apoio de amigos, da Revista Arte Brasileira, da Agência Assessart, e agora do selo Fábrica do Som, o músico resolve levar a sério a ideia de ir para os palcos e entrar para o mercado fonográfico.
Desde criança, entre amigos e familiares, o artista carrega o apelido de Lica, e o nome artístico The Barba surgiu há algum tempo. Suas músicas apresentam um poeta preocupado com a humanidade, com o amor entre as pessoas e em relacionamentos afetivos. Ao contrário da sua referência musical que é o Rock N Roll, The Barba canta e toca ao estilo MPB, indie e com a pegada do próprio rock.