Já é um sucesso o nosso quadro ALÉM DA BR, focado em artistas não-brasileiros. Com o ALÉM DA BR, já divulgamos mais de três mil músicas de artistas de todas as partes do mundo. Agora, apresentamos um novo lado desta lista, no qual iremos focar somente em músicas do gênero country e de seus subgêneros, sem limitações! Para isso, selecionaremos sempre cinco artistas, que irão contar com suas próprias palavras como foram estes processos de suas novas músicas. Vale dizer que o conteúdo produzido por eles tem exclusividade da Arte Brasileira, escrito sob encomenda. A sequência foi escolhida via sorteio, ou seja, não há “melhores e piores”.
Vamos nessa?
The Frontier Man e The Frontier Lady – “Be True” – (EUA)
Qual a melhor descrição dessa música, seu conceito geral?
“Be True” é uma balada romântica poética envolta no espírito do country-folk. Em sua essência, é um voto — uma promessa silenciosa, porém poderosa, de permanecer emocional e moralmente autêntico, especialmente quando isso é mais difícil. Fala sobre o amor não como fuga ou fantasia, mas como um caminho compartilhado através da dificuldade, da dúvida e da escuridão — onde a verdade é a única luz que vale a pena seguir.
O que especificamente você diz na letra da música, e qual sua mensagem?
A letra convida um amante — e o ouvinte — a “ser verdadeiro”, mesmo quando a verdade é dolorosa, inconveniente ou solitária. Fala de permanecer fiel não apenas ao parceiro, mas à própria alma, cicatrizes, história e senso de certo e errado. É um alerta contra a ilusão, os atalhos emocionais e a paz superficial. A mensagem: o amor verdadeiro não evita as coisas difíceis — ele as abraça com honestidade e graça.
O que originou a composição?
A música nasceu de uma necessidade profunda de afirmar algo duradouro em um mundo cheio de sentimentos passageiros e compromissos fáceis. Surgiu da reflexão sobre os relacionamentos — românticos, familiares e até sociais — e da pergunta: o que nos mantém unidos quando tudo mais se desgasta? A resposta, para nós, foi a verdade. A canção começou como um poema e depois se transformou em melodia — com as vozes de duas pessoas caminhando lado a lado nessa mesma estrada.
Em termos musicais, o que você propõe, e quais artistas/gêneros são referências?
Musicalmente, “Be True” propõe uma mistura enxuta e emocionalmente íntima de country acústico, Americana e folk. É calorosa, honesta e espaçosa — permitindo que os vocais e a letra carreguem o peso. Referências: The Civil Wars, Gillian Welch & David Rawlings, ou Jason Isbell. A produção busca soar atemporal, não seguir modismos — com raízes firmes, mas espírito renovado.
Por fim, faça uma reflexão sobre a música country e como ela entrou em sua vida.
A música country entrou em nossas vidas não pelas paradas ou pelo rádio, mas pelas histórias — daquelas contadas por vozes marcadas por sentimento real e guitarras que soam como lar. É uma música que não finge. Essa simplicidade, essa honestidade emocional — falou conosco. Estivéssemos passando por desgosto, esperança ou cura, o country nos deu a linguagem para permanecermos humanos. É isso que esperamos que “Be True” possa devolver, em troca.
Respostas de The Frontier Man
Travis Watson – “I’m Gonna Piss You Off” – (EUA)
Qual é a melhor sinopse para este lançamento?
Nunca deixe ninguém de fora! Conte para eles cara a cara. Humano de verdade!
Como surgiu a música, o que a inspirou?
Um grupo de amigos aventureiros no Alasca me surpreendeu, então escrevi uma música sobre eles!
E qual é o conteúdo da letra, qual é a sua mensagem?
Ghosting nunca é o caminho. Comunicação aberta e honesta é sempre a melhor abordagem.
Respostas de Travis Watson
Marc Miner (Austria) e Chuck Prato (EUA) – “Just A Girl”
Primeiramente, qual reflexão ou ideia gerou essa música? –
A música é inspirada no primeiro desgosto amoroso do filho de Chuck Prato. Chuck tentou explicar a ele que isso fazia parte da vida e que era “apenas uma garota”. Uma tentativa paternal e carinhosa de animá-lo, mas é claro que a garota não era qualquer uma. Foi seu primeiro amor e isso deixa sua marca, mas a vida continua e, é claro, há muitos altos e baixos na vida amorosa de todos.
E a letra em especial, o que diz? –
O texto descreve a tempestade causada pelo fim de um jovem caso de amor. Você se afunda no caos, que chega inesperadamente, fica com raiva, desapontado, triste e magoado. Suas emoções enlouquecem, como se você estivesse tentando se manter à tona em um pequeno barco no meio de um mar revolto. Essas são as metáforas com as quais trabalhamos na música.
É possível comparar essa canção com outros artistas ou bandas do seu gênero musical?
Nós dois estamos fortemente ancorados na música americana. Chuck gosta mais de rock. Eu gosto mais de country rock. Mas nós dois também gostamos de elementos da música folclórica, que você certamente pode ouvir com mais intensidade no banjo. Grupos como The Dead South, The Steeldrivers, Billy Strings ou The Devil Makes Three têm um som semelhante até certo ponto.
Vocês são artistas de diferentes países, como foi essa colaboração?
Nós dois moramos em Viena, na Áustria, há muito tempo, por isso conseguimos trabalhar juntos pessoalmente sem problemas. É claro que também trouxemos as influências de nossa juventude, algo de que praticamente nunca nos livramos. Isso molda você para o resto da vida.
E. por fim, qual o country que podemos enxergar nessa música?
O banjo é certamente a primeira coisa que o faz lembrar da música country. As progressões de acordes também são típicas da música country levemente melancólica, que tem muito de música irlandesa ou eslava. O solo de guitarra é um pouco mais roqueiro e, com o efeito wah-wah, quisemos deliberadamente introduzir um som raramente ouvido no gênero country. Ele faz você se sentar e prestar atenção e é um pouco surpreendente, mas achamos que também se encaixa perfeitamente no clima da música.
Respostas de Marc Miner
Darren Lewsen – “Twisted and Torn” – (Austrália)
Descreva a proposta geral da música?
É melhor parar um momento para respirar antes de tomar decisões ruins quando estiver com raiva.
Em que momento surgiu essa composição, o que a inspirou?
Foi inspirado pelo meu filho, que estava passando por momentos difíceis e estava muito chateado.
E a letra, o que especificamente ela diz?
Eles falam sobre como é difícil ter paciência quando mentem sobre você. Eles falam sobre ter paciência e calma quando é muito difícil.
Musicalmente, como você pode definir e descrever essa música?
É indie, country e soft rock.
Por fim, há algo curioso que você gostaria de destacar?
Minha filha está fazendo os backing vocal.
Respostas de Darren Lewsen
Nate Currin – “The Highway” – (EUA)
Quando surgiu essa música? O que a inspirou?
Eu a escrevi (The Highway) logo depois do Natal do ano passado. Eu tinha acabado de chegar de uma viagem a Michigan para ver uma velha amiga e me apaixonei por ela… Nós nos reconectamos algum tempo antes e eu fui passar um tempo com ela. Durante uma conversa, ela me perguntou: “Por que você não namora uma daquelas garotas da Flórida?” Depois de pensar um pouco, eu disse a ela: “Nunca me contentarei com nada menos do que uma chama que queima um fogo no meu peito. Quero alguém que me tire da Highway para sempre.” E logo depois dessa conversa, eu escrevi “The Highway”.
Qual é o tema da música? E a mensagem?
É a ideia de encontrar a esperança e a coragem para ir ver alguém sem quem você realmente não quer viver, sabendo que não há ninguém como ela. É uma música sobre a mulher mais incrível que já conheci e meu desejo de passar a vida com ela. Depois de todos os meus anos dirigindo na estrada, eu esperava que ela fosse a única a me pedir para ficar e me tirar da estrada para sempre.
Como você descreveria o som da música?
Começou bem despojada… melancólica e vibrante. E até mesmo a versão gravada ainda é mais acústica e despojada, mas com pedal steel, piano e bateria que dão vida à música. Acho que tem uma vibe meio americana mais sombria.
Como essa música se relaciona com a cultura musical do seu país?
É bem original, eu diria. Não há muitas músicas que realmente soem como essa. Nada pop ou excessivamente comercial nela. Apenas uma música crua e honesta sobre o amor e o que esse amor pode fazer com você.
O que esse lançamento representa na sua carreira?
Essa música é uma das minhas favoritas que já compus. Nate Currin é apenas um cara normal, que compõe muitas músicas e passou anos na estrada se conectando com pessoas, dirigindo pelos EUA. Essa música é super pessoal, porque foi escrita em uma época em que eu realmente pensava que a mulher nessa música “era a pessoa certa para mim – minha pessoa”. E eu pensei (pela primeira vez) que iria me estabelecer com ela para sempre.
Respostas de Nate Currin