Revista Arte Brasileira Além da BR ALÉM DA BR – Uma lista de lançamentos focada no ROCK e seus subgêneros (#3)
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ALÉM DA BR – Uma lista de lançamentos focada no ROCK e seus subgêneros (#3)

Já é um sucesso o nosso quadro ALÉM DA BR, focado em artistas não-brasileiros. Com o ALÉM DA BR, já divulgamos mais de três mil músicas de artistas de todas as partes do mundo. Agora, apresentamos um novo lado desta lista, no qual iremos focar somente em músicas do gênero rock e de seus subgêneros, sem limitações! Para isso, selecionaremos sempre cinco artistas, que irão contar com suas próprias palavras como foram estes processos de sus novas músicas. Vale dizer que o conteúdo produzido por eles tem exclusividade da Arte Brasileira, escrito sob encomenda. A sequência foi escolhida via sorteio, ou seja, não há “melhores e piores”.

Vamos nessa?

Big Band of Boom “Energy Vampire” – (Reino Unido)

Em resumo, qual a definição da música em geral?

“Energy Vampire” é uma música crua, pesada e com um toque teatral, que aborda uma experiência universal — aquele tipo de pessoa que entra em uma roda de amigos e imediatamente suga a energia de todos ao redor. É um hino catártico e direto, que mistura frustração com uma boa dose de diversão.

O que você diz na letra, qual sua mensagem?

A letra é um chamado direto ao “vampiro de energia” que todos já conheceram: alguém que chega e traz atenção negativa, drama ou simplesmente pesa o ambiente. Não é apenas uma crítica — é uma declaração de independência: “A gente te enxerga. E não vamos mais cair na sua.”

Musicalmente, como você a descreve?

É uma mistura intensa de riffs de metal, grooves de swing e uma seção de metais explosiva. Imagine um mosh pit colidindo com uma big band. É nesse espaço que a gente vive. As linhas de metais entram com a força de guitarras, enquanto o ritmo balança com atitude sem perder o peso.

Há algo de curioso que você queira destacar?

Logo antes de lançar essa faixa, passamos um tempo no Brasil como banda, celebrando meu casamento com minha esposa, que é carioca. A energia, o ritmo e a cultura brasileira nos marcaram bastante — e de certa forma, isso acabou influenciando nosso espírito no palco e nossa forma de celebrar a música ao vivo.

Afinal, quem é Big Band of Boom e como a banda expressa o rock?

A Big Band of Boom é uma banda de rock do Reino Unido que mistura metal e swing, com uma poderosa seção de metais na linha de frente. A gente pega a atitude e o volume do rock e do metal clássico e junta com o peso e a irreverência de uma big band de jazz. Nosso objetivo é entregar algo selvagem, teatral e eletrizante em cada show que fazemos.

Respostas de Big Band Of Boom

Izabella Lily“Freedom” – (Suécia)

Em resumo, o que é esse lançamento?

Desde o início, eu sabia que “Freedom” deveria transmitir uma mensagem mais séria e instigante. A música chama a atenção para as injustiças sociais dos nossos dias. Ela aborda o perigo de a pessoa errada estar em uma posição de poder/autoridade, usando sua liberdade para causar dano a outro ser humano. E a pergunta recorrente, do início ao fim, enquanto escrevíamos a música, era esta: “A liberdade é apenas um disfarce para más ações?”. A mensagem vem de um ponto de vista bíblico, exortando-nos a usar nossa liberdade para servir e ajudar os necessitados, e a nos tornarmos mais altruístas e sacrificiais em nossos atos uns para com os outros. Ela nos encoraja a buscar oportunidades em que possamos usar nossa liberdade para o bem e benefício dos outros, tanto em palavras quanto em ações.      

Que reflexões levaram à composição desta música?

A mensagem está enraizada nos atos ultrajantes de racismo, quando vidas inocentes eram mortas apenas pela cor da pele. Então, ao testemunhar conflitos e mais conflitos surgindo em nosso mundo, finalmente encontrei algumas palavras para expressar a tensão interna e o conflito que vinha enfrentando há algum tempo. Observando injustiças sendo justificadas e atos malignos disfarçados e praticados “em nome da liberdade”. Também precisei me voltar para dentro e refletir sobre como estou utilizando minha liberdade. Minha contribuição (principalmente atos e palavras) para o mundo ao meu redor está construindo-o ou destruindo-o? Sou movido por motivos egoístas ou altruístas? Meu amor é egoísta ou serve aos outros? Pode parecer clichê, mas acredito que a justiça e a mudança real começam com “o homem no espelho”. Então, voltando à minha fé e perspectiva de vida, pensei em todos nós sendo criados iguais e criados para ser completamente livres. Acredito que a cura para todo mal é o amor verdadeiro e que esse amor verdadeiro tem o poder de trazer liberdade a todos.  

E como você as incorporou nas letras?

“A nossa liberdade é apenas um disfarce/desculpa para atos malignos?” era a pergunta que eu tinha, e que permanecia, no fundo da minha mente enquanto escrevia a música. O maior desafio foi decompor um aspecto bastante complexo da liberdade em dois versos curtos, três refrões curtos e uma ponte, abrangendo-o em um intervalo de 4 minutos. Os eventos específicos de injustiça, questões globais e reflexões pessoais acabaram se transformando em uma escrita mais geral e poética, oferecendo aos ouvintes a oportunidade de preencher as lacunas e refletir sobre a própria letra.   

Dentro do mundo do rock, qual o lugar dessa música?

Soft-rock acústico, alternativo e indie provavelmente identificariam bem o gênero. 

Há algo curioso que você gostaria de destacar?

Acho que respondi a tudo nas perguntas acima… Embora, uma coisa que vale a pena mencionar é que pode haver uma “parte dois” saindo em algum momento no futuro.  

Respostas de Izabella Lily

Friday Night Fire“9-5 Hell” – (EUA)

Qual é a melhor descrição deste lançamento?

“9-5 Hell” é o hino cru e energético do Friday Night Fire para todos que vivem em busca do fim de semana. É aquela frustração reprimida da rotina diária explodindo em uma faixa de country rock moderno que fala sobre a antecipação da liberdade e dos bons momentos que estão por vir. É uma injeção de adrenalina para quem está contando os minutos.

O que a letra diz e qual é a sua mensagem?

A letra pinta um quadro bastante universal da rotina diária – o relógio correndo devagar demais, a monotonia, aquela sensação de simplesmente seguir em frente. Mas a mensagem central não é sobre estar preso; é sobre aquele olhar desafiador em direção ao momento da libertação. É sobre suportar o “inferno” porque você sabe que a liberdade, a diversão e a vida de verdade acontecem quando o apito soa e o fim de semana começa. É uma experiência compartilhada e um lembrete daquilo em que todos estamos trabalhando.

O que originou isso, o que inspirou isso?

Realmente vem de um sentimento que achamos que todo mundo conhece, sabe? Aquela experiência universal de trocar suas horas por um salário e se dedicar, sempre de olho nos momentos pelos quais você realmente vive. É inspirado por todas as pessoas trabalhadoras por aí, nossos amigos, pessoas que vemos todos os dias, que se esforçam e fazem a contagem regressiva para aquela sensação de sexta-feira. É a trilha sonora daquele suspiro coletivo de alívio quando finalmente chega a hora de relaxar.

Musicalmente, como você o descreve?

Musicalmente, “9-5 Hell” é puro Friday Night Fire. É country rock moderno com uma dose sólida de energia rock em alta. Você tem riffs de guitarra imponentes que se aprofundam, uma batida de bateria impactante que te impulsiona para frente e vocais crus e enérgicos que se transformam em um refrão hino que você não consegue evitar de gritar junto. Definitivamente, foi criado para ser tocado alto, seja na sua caminhonete ou finalmente relaxando.

Há algo interessante/curioso que você gostaria de destacar?

Como Friday Night Fire, nossa missão é fazer música para a vida real e para todos que a vivem – sem rostos, sem pretensões, apenas o som e o sentimento. “9-5 Hell” é uma daquelas faixas com as quais sentimos que praticamente qualquer pessoa que já teve um emprego pode se identificar. Não se trata dos holofotes; trata-se daquela experiência compartilhada de garra e da recompensa suada de se soltar. Só esperamos que ajude as pessoas a passarem a semana e lhes dê algo para se animar quando finalmente saírem do trabalho e se libertarem.

Respostas de J. Gills (Friday Night Fire)

Belling The Tiger“Devil’s Lure” – (EUA)

Devil's Lure

Descrev a música, contando o que a inspirou e o que há em sua letra.

O compositor e colaborador do BTT Jeax Couvade:  Devil’s Lure é sobre um ex-colega de banda e amigo meu da cena punk de Detroit dos anos 1980. Depois aquela banda acabou, ele caiu em um relacionamento ruim e no vício em crackcocaína. Depois de uma intervenção fracassada, passei 24 horas com eles onde estavamvivendo, usando drogas com eles como uma forma de tentar falar com ele e fazê-lo se voltarcoisas por si mesmo. Depois disso, ele me pediu para parar de tentar e deixá-lossozinho, então eu fiz. Ele morreu menos de um ano depois, ainda na casa dos 20 anos. A música (escrita anos depois) é uma espécie de memorial para ele e sobre o que eu vi e aprendi durante aquele dia e noite sobre a experiência do isolamento, paranóia e conhecimento da autodestruição que seu estilo de vida viciado lhe trouxepara. Eu criei o riff de guitarra ascendente/descendente como uma forma de musicalmente descrevendo o arco de sua vida e o arco de ficar chapado, descer e então precisando replicar o pico novamente e novamente. A seção do meio tenta especialmente capturar como era a vida deles por dentro. O verso as letras são mais uma perspectiva externa para descrever sua experiência e minha reação a isso.Que aspectos do rock podemos ouvir na música?

O baterista do BTT, Duane Harvey: O groove tem um toque latino, um mambo, mas com um toque de rock.A instrumentação eletrificada e o estilo vocal principal são provavelmente os mais solidamente rock-aspectos centralizados do som aqui. Apesar do ecletismo da nossa música, ela ainda é inconfundivelmente rock. As músicas que Jeax escreveu para este disco nos levaram a um estilo um pouco menos técnicoe uma abordagem mais “direta” ao jogo do que é habitual para nós.É possível comparar essa música com outros artistas ou bandas do seu país?gênero musical

DH: As pessoas gostam de comparar bandas com outras bandas, mas nós tentamos muito não soar como qualquer outra pessoa. Muitas vezes somos comparados a bandas das quais nenhum de nós nunca ouviu falar! Todos nós ouça uma grande variedade de músicas: de Bach a Coltrane, de Led Zeppelin a Milton Nascimento. Está tudo aí em algum lugar.

Lines of Drift“Further Afield” – (EUA)

Qual é a melhor sinopse deste lançamento?

Escrevi esta música uma noite, depois de vagar pelas ruas de Denver, sentindo-me sozinho e sem propósito. Eu queria me desconectar do meu passado, mas era terrivelmente triste tentar. 

Que reflexão você fez que deu origem a esta composição? 

É tão difícil seguir em frente após relacionamentos e experiências passadas, mesmo quando se quer. Dar um passo para trás, flutuar acima de si mesmo e observar tudo a 300 metros de altura é a única maneira de obter uma perspectiva verdadeira. 

E, por fim, o que a letra diz e qual é a sua mensagem para o mundo?

A mensagem é que o coração partido é uma condição universal. Todos nós compartilhamos sua miséria e sua mensagem final. Podemos seguir em frente, mas leva muito tempo. 

Musicalmente, como você descreveria essa música? Neste sentido, há algo curioso sobre o lançamento que você gostaria de destacar? 

É um canto fúnebre lento, uma canção fúnebre, mas também é triunfante e pastoral. É sobre luto, perda e perspectiva. Conta com os vocais incríveis da minha amiga Amanda Hawkins, uma das vocalistas mais talentosas do Colorado. 

Respostas de Andrew Thomas (cantor/guitarrista/compositor da Lines of Drift)

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