Playlist “Além da BR” #149 – Sons do mundo que chegam até nós

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.

Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 149ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.

Tuto Tribe – “Let’s Samba Rock It” – (Reino Unido) – [MINI ENTREVISTA]

– Você tem que apresentar essa música para um amigo, o que você diria? Let’s Samba Rock It‘ é o tema da Tribo Tuto e representa a essência do que somos.

Apresenta o samba rock a novos ouvidos e mostra algo sobre nossa atitude em relação à performance, principalmente na segunda metade da música.

– Qual é a letra da música e qual é a sua mensagem para o mundo?

(Artista respondeu com a letra da música):

Vamos sambar e arrasar

Vamos sambar

Levante-se, bata palmas para bater

Dance ao som da rocha e mova-se como uma mamba

Seu corpo está livre, não deixe que eles o tranquem

Senhoras aqui, meninos ali

Misture todo mundo em uma festa Cuba Libre

Toda a agitação sobre este trending topic

Alguns do Sul, alguns do Oeste

Misturado em uma tribo com o mundo no peito

A música ultrapassa os limites, você não pode pará-la

Batedo na bateria, cantando junto

De Copacabana ao sul de Londres

Subindo para o céu como um foguete subindo

A mensagem é sobre cidadania mundial, unidade e união das pessoas.

– Como e por que a música surgiu? Nós a criamos como nossa música tema em 2023, primeiro apenas nos divertindo com isso e depois pensamos que deveríamos lançá-la para compartilhar com nossos fãs. Gravamos no Reino Unido em janeiro de 2024.

– O que a capa da música representa? A capa da música representa unir as pessoas através do samba rock. Cidadania mundial e união e liberdade musical são ideais fundamentais para nós.

– Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? Tuto, o vocalista, expressa ótimos ruídos de animais, principalmente na segunda parte, quando deixamos o rock mais forte. Iremos tocá-la para o público em festivais por todo o Reino Unido este ano.

Respostas Tuto Tribe

Cognate Souls – “Rush Hour” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

– Você tem que apresentar essa música para um amigo, o que você diria? Gostamos de falar sobre capturar momentos e desfrutar de boas vibrações. Diríamos aos nossos amigos que a Hora do Rush é exatamente isso. É uma música criada a partir de um momento de vibração um com o outro e é sobre um momento em que você vibra com uma pessoa querida. Não é necessariamente uma música que caiba perfeitamente no bolso, que é o que você provavelmente precisa agora com muitas músicas com um som familiar. Aproveite a vibração e divirta-se… e ah, sim, essa música não é sobre trânsito.

– Música e qual é a sua mensagem para o mundo? Cognate Souls escreve a partir de uma forte posição de propósito. Dizemos diretamente em nosso nome porque a palavra “ cognato ” significa derivar da mesma raiz. Vocalizamos isso dizendo All Souls | Uma Raiz | Um Som… esse é o som do amor. Para ser mais simples, acreditamos que todos nós estamos conectados uns aos outros, então a forma como tratamos uns aos outros é importante. Nossa música vem de uma perspectiva de expressar boas vibrações, valorizando nossa conexão uns com os outros e tentando expressar um espírito de elevação mútua. Na verdade, o primeiro verso é quase literal daquela jam melhorada.

– Como e por que a música surgiu? Começamos cada ensaio improvisando. Ajuda a definir o clima para o ensaio, mas também nos dá a oportunidade de praticar a nossa improvisação em grupo, já que os nossos espectáculos têm frequentemente um elemento de improvisação. A linha funky dessa música surgiu durante o aquecimento para o ensaio. Enquanto Kevin olhava pela janela para escrever algumas letras, ele notou o trânsito na hora do rush e ao mesmo tempo sentiu que a vibração descolada da música era sexy. Tornou-se aquela mistura de tema e observação que se transformou na forma final de Rush Hour.

– O que o cover da música representa? Foi divertido considerando o conceito da nossa arte para Rush Hour. Se você olhar ao longe em uma estrada sinuosa, ela pode lembrar uma mulher, especialmente uma que está dançando. Queríamos capturar esse elemento misturado com as cores vibrantes e vibrações que inspiram nosso estilo e música psicodélica. Você não apenas vê borboletas levando você a novas alturas, mas também vê nossas asas de borboleta na estrada feminina. Assim como queremos nos libertar da tensão do trânsito na hora do rush, a intimidade máxima vivenciada naquele momento sexual perfeito faz você voar para um novo patamar.

– Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? As pessoas sempre nos perguntam qual é o nosso estilo. Essa é sempre uma pergunta difícil de responder porque nossas influências são muito ecléticas e, de modo geral, nossa abordagem é fazer a música que amamos e não nos preocupar com estilo. Rush Hour é um bom exemplo, porque é baseado em uma base soul /funk como muitas de nossas músicas, mas tem tantos elementos que claramente não escondemos da abordagem geral. O elemento rock está lá, o vocal soul mais rosnado é intencionalmente misturado com um vocal mais suave e o lick da guitarra passa de um riff funky para preenchimentos de estilo rock. Isso está apenas começando a apontar alguns elementos. No geral, esperamos apenas que os ouvintes estejam dispostos a ouvir a música com novos ouvidos e deixá-la ser o que é no momento.

Respostas Cognate Souls

Ryan Mark Elliott – “Kalami” – (Reino Unido) – [MINI ENTREVISTA]

– Você tem que apresentar essa música para um amigo, o que você diria? ‘Kalami’ é uma canção de amor sonhadora, inspirada em artistas da nova onda como Roxy Music e The Dream Academy. Possui letras cheias de imagens, camadas de guitarras e sintetizadores limpos, baixo expressivo e padrões de bateria ornamentados. Minha intenção era fazer essa música soar tão bonita quanto possível.

– Qual é a letra da música e qual é a sua mensagem para o mundo? ‘Kalami’ é sobre saborear aqueles momentos mágicos especiais e estar presente e conectado com outro ser humano. Os versos fazem referência ao caos programado da vida moderna e à importância de encontrar lugares e momentos especiais para compartilhar com quem está próximo.

– Como e por que a música surgiu? O título é baseado em uma pequena enseada em Corfu, na Grécia. Uma característica notável é a Casa Branca de Lawrence Durrell, incluída na capa. Quando visitei lá por uma semana. Todas as noites, a lua e as estrelas iluminavam a enseada e refletiam na água, criando esta bela cena de realismo mágico. Eu queria recriar essa cena musicalmente e criar uma música romântica com um forte senso de imagem e lugar.

– Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? ‘Kalami’ é o segundo single lançado por mim este ano e será lançado pela Rexius Records em 17 de maio.

A música foi gravada no País de Gales, Reino Unido, e conta com Aled Lloyd na bateria, Dan Nelson no baixo e Becky Winfield nos vocais. A música foi co-produzida por Andrew Bishop e masterizada por Tony Cousins ​​no Metropolis Studios, em Londres.

Respostas Ryan Mark Elliott

Saving Nico – “Quiet, Quiet Summerdays” – (Bélgica) – [MINI ENTREVISTA]

– Você tem que apresentar essa música para um amigo, o que você diria? Esta pode ser minha música favorita de todo o EP, que pega emprestado o título ‘Out of Sight’ da letra.

É uma espécie de ponto final emocional do EP: uma aceitação silenciosa de que a vida vem com perguntas, dúvidas, medos e batalhas. Quase catártica, essa música parece um pouso e me faz sentir inteira, desgastada, segura, feliz e triste ao mesmo tempo.

– Qual é a letra da música e qual é a sua mensagem para o mundo?

(O artista anexou a letra da música):

Calmos, dias de verão tranquilos

Eu não quero mais nada

Me sinto santo, me sinto seguro

Não estou mais tentando marcar

Estou lá fora, fora de vista

Esperando minha hora

Eu não aguento o segundo lugar

Quando eu vou, eu vou atrás de ouro

Ou eu saio da corrida

Me sinto solitário, me sinto velho

Estou lá fora, fora de vista

Esperando minha hora

Posso suportar a espera

Posso me amar

Quando eu não deixo nenhum rastro

Quando eu mudo meu ritmo

Calmos, dias de verão tranquilos

Eu não quero mais nada

Como um barco nas ondas

Vou pairar, vou flutuar

Essa música é sobre alguém que finalmente encontra descanso depois de um período muito agitado. Sempre tentando alcançar e ser o melhor, essa pessoa se esgotou e parece ter desistido desse objetivo. Isto traz muitas perguntas e dúvidas – posso ser feliz com menos, posso aceitar não alcançar todos os meus objetivos e sonhos? – mas também com a sensação libertadora de estar verdadeiramente feliz com nada mais do que um dia tranquilo de verão. No final, a cantora aceita que a vida vem com altos e baixos e decide encará-los como eles vierem. Ele sabe que será ambicioso novamente, mas por enquanto está feliz onde está: lá fora, fora da vista.

– Como e por que a música surgiu? Eu escrevi essa música enquanto estava sentado ao sol na varanda do meu apartamento. Depois de estudar medicina, entrei em depressão e decidi seguir outras coisas na vida. Passei a estudar “teatro e música” no Conservatório de Antuérpia. Quando o final deste estudo se aproximou, comecei a duvidar de minhas decisões, com medo de ter tomado uma decisão errada. Comecei a me preocupar “E se isso não virar nada? Vou desistir pela segunda vez?”. Então percebi que todas essas ambições são secundárias. Enquanto houver beleza no mundo para vivenciar e desfrutar, como uma manhã tranquila de verão na varanda, posso ser uma pessoa feliz. Tomei todas as minhas decisões por uma razão e tudo ficará claro no devido tempo. Eu só tenho que encarar a vida como ela se apresenta.

– Qual é a ideia por trás do cover da música? As músicas do EP foram muitas vezes criadas em raros momentos de retraimento e quietude, momentos em que me senti invisível. Longe da eterna busca, sem suspiro . A invisibilidade como desejo escapista, mas também como medo maior. A arte da capa incorpora literalmente esse sentimento de querer estar no centro das atenções e ser invisível ao mesmo tempo. A parte traseira do EP (uma imagem do espaço do tamanho do quadrado deixado) dá uma dimensão extra. Mostra que nós, como espécie humana, somos verdadeiramente invisíveis no cosmos. Esta insignificância oferece igualmente perspectiva e conforto, bem como incerteza fundamental.

– Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? “Quiet, Quiet Summerdays” é a faixa final – e uma espécie de faixa-título – do meu EP de estreia ‘Out of Sight”. É muito especial para mim compartilhar minha música pela primeira vez. Espero que as pessoas ouçam e aproveite! Por favor, entre em contato e me avise se você fizer isso!

Respostas Saving Nico

Matista – “Jugada Final” – (Chile) – [MINI ENTREVISTA]

– Você tem que apresentar essa música para um amigo ou o que você diria? Ouça essa música, é um retorno ao que há de mais básico para mim, só piano e voz, sem metrônomo nem nada. Um único take, compus e gravei em uma manhã. Não foi fácil para mim fazer algo tão cru, meu álbum anterior tem muitas camadas e foi um trabalho muito elaborado, porém essa faixa é totalmente crua. Na verdade, diminuí um pouco o som para dar uma atmosfera mais íntima.

– O que esta música diz ao mundo? Vamos desacelerar um pouco

– Como e por que a música surgiu? Sonhei com a morte de um amigo, jogávamos xadrez juntos. Não gosto de falar, gosto que cada pessoa ouça o que quer ouvir, então vai ser o nosso segredo.

– O que representa a camada de música? É um autorretrato, sou eu tocando piano. É o que é, algo bruto. Eu desenhei na mesma noite em que carreguei a faixa na internet. Costumo pensar muito nas coisas, dessa vez queria fazer algo mais aventureiro, não pensar tanto.

– Ou o que essa música diz sobre o seu país, ou sobre o Chile? Moro no sul do Chile, numa região muito fria, o fogão a lenha fica ligado de março a novembro. Aqui tomamos mate e damos um passeio perto do nosso querido “vulcão Villarrica”, na cordilheira dos Andes. Não somos bons em dançar e em geral a melancolia faz parte da nossa paisagem interna, acho que a música é bem invernal e representa muito o clima desse lugar.

Respostas Matista