Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 227ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.
Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.
Stephen Teller – “Natalie” – (EUA)
– Quem é Stephen Teller? Stephen Teller é um compositor, vocalista e instrumentista conhecido por seu trabalho no gênero pop/rock. Ele colaborou extensivamente com o compositor Emanuel Kallins, produzindo álbuns como “Teller & Kallins” (1993) e “Dangerously Big & Bad” (2007). Suas composições foram apresentadas em várias mídias, incluindo a faixa “Milkshake” do álbum “Hair & Makeup” (2009). A música de Stephen Teller está disponível em plataformas como Spotify, YouTube Music e TIDAL. Ele possui muitos sintetizadores eletrônicos.
– Qual história você retrata na letra da música e qual sua mensagem universal? Isto retrata a história de um homem lidando com o medo de perder alguém que ama. Sua namorada, Natalie, parece estar se afastando, deixando-o com incerteza e dor no coração.
– Musicalmente, como você a descreve? Musicalmente, esta canção expressa a emoção do que o cantor está sentindo. Há um toque de positividade na instrumentação. É de tempo médio, mas tem potência e guitarras twangy. A bateria é sólida. As vocais são enérgicas e apaixonadas.
– Por que escolheu esta foto para a arte de capa? A foto representa a solidão de estar com ela. Seria depois que ele leu a nota que ela jogou fora. Estar sem ela. As ruas estão vazias e não há ninguém por perto, então esse é o clima. Mas por que ela jogou a nota fora? Talvez ela não vá partir o coração dele?
– Qual a ligação desta música com a América? A única conexão que esta canção tem com a América é que foi gravada em Sherman Oaks, Califórnia, e nos Estúdios Magnolia de Stephen Teller.
Respostas Stephen Teller
Gadoora -”جرس إنذار” (feat. Boibeatz) – (Sudão)
– Qual a melhor sinopse deste lançamento? “جرس إنذار” é uma faixa que mistura sonoridades intensas e batidas envolventes para transmitir uma mensagem de alerta e reflexão. A música faz um chamado à ação e à conscientização, com uma energia contagiante.
– Qual história você retrata na letra da música e qual sua mensagem universal? A letra de “جرس إنذار” aborda a luta e a resistência em tempos difíceis, sendo um alerta para as adversidades da vida. Sua mensagem universal é sobre se manter firme e lutar pelos nossos objetivos, mesmo diante das dificuldades.
– Musicalmente, como você a descreve? A música é uma fusão de elementos do hip-hop e influências sudanesas, com uma batida forte e pesada que cria uma atmosfera de urgência. O uso de percussões e instrumentos tradicionais se mistura com o som moderno, criando uma vibe única.
– É possível estabelecer uma ligação desta música com a música e a cultura do seu país, o Sudão? Sim, a música reflete as lutas e a resiliência do povo sudanês. A batida forte e as sonoridades tradicionais são um reflexo das experiências e desafios enfrentados no Sudão, e “جرس إنذار” se conecta com a ideia de resistência e mudança.
– E, por fim, quem são Gadoora e Boibeatz? Gadoora é um artista que mistura hip-hop com influências culturais e musicais do Sudão, trazendo uma perspectiva única para a cena internacional. Boibeatz é um produtor talentoso, conhecido por seu trabalho com sons contemporâneos, que colaborou com Gadoora nesta faixa, adicionando sua visão ao projeto.
Respostas Gadoora
Stellar Jays – “El Dorado” – (EUA)
– Quem é Stellar Jays ? Somos uma nova banda de rock de cinco pessoas com um toque alt-country de Seattle. Nossas músicas foram descritas como agridoces, mas infundidas com um otimismo determinado, com uma vibração de rock and roll americano alt-country.
– Que história você retrata na letra da música e qual é sua mensagem universal? ‘El Dorado‘ é uma música sobre inquietação, mas também sobre estar meio preso, sabendo em seu coração que você precisa fazer uma mudança, mas você não tem certeza de como, quando ou onde, então você continua encontrando razões para adiar a decisão. Você sabe que há uma cidade de ouro em potencial lá fora se você decidir tentar encontrá-la, mas você simplesmente não consegue se obrigar a dar os primeiros passos para chegar lá.
– Musicalmente, como você descreve isso? Esta é uma música indie rock bem direta. É animada com algumas harmonias vocais divertidas, complementadas por um riff de guitarra distinto. O outro é como se Johnny Marr conhecesse o Wilco da era ‘Being There’ — ou pelo menos essa era a ideia.
– Por que você escolheu essa foto para a capa? ‘El Dorado‘ é uma das três músicas do nosso EP ‘Mojave’. Eu queria que a arte de cada música tivesse o mesmo tema, e por alguma razão eu tinha a cidade de Palm Springs, Califórnia, em mente tanto para essa música quanto para a música ‘Mojave’. Eu amei o conjunto de fotos que o fotógrafo Erik Cooper tirou em Palm Springs, então comecei a partir daí para então transformar em mais arte de álbum. Eu gostei dessa capa para ‘El Dorado‘ em particular por causa da ironia de que hoje em dia a “cidade de ouro” de alguém é mais frequentemente um conjunto habitacional suburbano no deserto.
– Qual é a conexão dessa música com a América? É uma ótima pergunta! Acho que a busca por El Dorado é semelhante à busca pelo sonho americano. Há sempre a promessa de algo maior e melhor além daquele próximo horizonte, e a sensação de que você é a única coisa que o segura fala sobre isso.
Respostas Stellar Jays
Radio Banana – “Said and Done” – (Suécia)
– Quem é a Radio Banana , para começar? Um supergrupo de produtores musicais discretos de Estocolmo. Como um copo de água do mar.
– Qual é a melhor sinopse deste lançamento? Nós nos propusemos a fazer a música favorita das nossas mães, mas falhamos miseravelmente. Mas então tivemos a ideia de que talvez outras pessoas pudessem gostar, no Brasil talvez – é por isso que agora estamos lançando em todas as plataformas digitais em 15 de novembro.
– Qual é o tema da música e como ele surgiu? Essa música específica não tem um tema, e foi preciso muito esforço para tentar evitar isso.
– Por que você escolheu essa foto para a capa? Nós passamos por um longo e doloroso processo de tentar motivar ter um cavalo (um muito bonito) na capa – um cavalo que não conhecíamos – e nunca encontramos. Então, de repente, Henrik encontrou este esboço em seu caderno e sentimos que era perfeito para a energia do nosso processo criativo e o cavalo foi rapidamente esquecido.
– Há algo interessante sobre este lançamento que você gostaria de destacar? Este é nosso primeiro lançamento como quarteto (Petter se juntou a nós nesta primavera) e isso nos abriu caminho para uma maneira mais ao vivo de fazer músicas.
Respostas Radio Banana
vinnie naidu – “Redeem” – (Holanda)
– Qual história você retrata na letra da música e qual sua mensagem universal? A música (letra) é escrita sobre um paraíso tropical onde as pessoas ficam tão bêbadas festejando na noite anterior; elas não conseguem voltar para onde estavam hospedadas, mas se encontram acordando com o sol quente da manhã, em algum lugar na praia ou na selva. Ainda bêbado, cambaleando tentando lembrar a localização do hotel ou bangalô. Alguns rezam a Deus pedindo redenção.
– Quem é Vinnie Naidu? Aos 13 anos, comecei a tocar violão. Minhas mãos ficaram grandes demais quando cheguei ao final da adolescência, então mudei para o baixo. Aos 20 anos, toquei em Melbourne, na cena de clubes australianos, com várias bandas e projetos: desde tocar covers até projetos musicais originais. Uma das bandas em que toquei incluía dois dos meus melhores amigos, Leo e Chris, que até hoje são meus mentores musicais. Aos 20 e poucos anos, fiquei obcecado por basquete e meu baixo ficou muito para trás, a banda me aguentou mais do que o necessário e, inevitavelmente, perdi meu emprego. Ainda assim, a banda foi gentil o suficiente para me empregar como o cara do som. E foi aqui que desenvolvi minhas habilidades como engenheiro de som. Sempre fui fascinado por som e estudei engenharia quando jovem, onde construí alto-falantes e amplificadores de última geração. Finalmente, aos 30 anos, quando minhas lesões no basquete eram demais, voltei à música. Hoje, tenho um estúdio profissional aqui em Amsterdã, Holanda (earthnotestudios), onde ravamos/compomos/mixamos e masterizamos músicas para artistas locais e, claro, fazemos nossa própria música. Atualmente, estou colaborando com uma boa amiga e colega cantora/compositora Marly Niyambura. Por favor, nos visite em: earthnotemusic.nl
Respostas vinnie naidu