18 de março de 2025

Playlist “Além da BR” #256 – Sons do mundo que chegam até nós

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 256ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.

Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.

Diana McGrane – “wholesome” – (Estados Unidos)

Primeiramente, o que deu origem a “saudável”? Encontrar minha alma gêmea definitivamente me inspirou a escrever essa música. Todos nós amamos de maneiras diferentes. Aprendi sobre ser “saudável” observando as pequenas coisas que eu não percebia que importavam tanto. Isso significa muito para mim agora porque esse amor foi mostrado a mim. Isso me fez querer retribuir mais. Isso me fez encontrar humildade na vida.

A letra, o que ela diz e qual é a sua mensagem? Pare e olhe atentamente. Aprecie os gestos e ofertas que você recebe, não importa quão pequenos eles sejam. Eu reclamo o tempo todo sobre minha lista de “Coisas para Fazer” acumulando poeira, mas enquanto isso estou fazendo meus almoços com bilhetes de amor neles. Aprendi a ser grata por essas coisas.

Como você pode resumir seu conceito musical? Quando fui visitar amigos no Texas, aprendi a dançar two-step. Vi casais deslizando sem esforço pela pista de dança com sorrisos nos rostos. Essa experiência ficou comigo; me inspirou a escrever uma música que celebrava o amor e a devoção, mas também fazia você querer agarrar seu amado e dar uma volta!

Há algo curioso sobre este lançamento que você gostaria de destacar? Tenho sido muito abençoado por estar cercado de pessoas talentosas nesta jornada. Não sei explicar, mas toda vez que preciso seguir em frente, uma porta se abre. Agradeço a Deus todos os dias. Um desses milagres foi minha vizinha de 20 anos, CJ Wallace. Ela é uma vocalista (e amiga) com formação clássica que canta nas minhas faixas. Quem imaginaria que ela seria minha harmonista, ou o pai do amigo do meu filho, o editor de som vencedor do Emmy, Michael Baber, que faz “maravilha” soar como uma experiência cinematográfica, produzir minha música? Conexões adicionais me levaram ao músico muito criativo Rob Campanella, que tocou em The Brian Jonestown Massacre e The Quarter After, e transformou “the morning after” em uma viagem caprichosa e sonhadora. E como outra maravilha, o muito talentoso Craig Lauinger da MixCave Mastering entrou em contato comigo quando eu mais precisei de ajuda. A vida é cheia de graça!

Quem é Diana McGrane ? Diana McGrane é uma pessoa dedicada e cheia de esperanças que espera inspirar o mundo com sua música. A vida é curta. Se ela puder deixar algo para trás que promova amor e paz, então seu tempo na Terra foi significativo.

Respostas Diana McGrane

Kim Nahuel – “Ébano en un jardín” – (Argentina)

À princípio, como surgiu essa música? O que foi fonte de inspiração? E o que a letra diz, qual sua mensagem ao mundo? Escrevi “Ébano en un jardín” depois de uma conversa com um amigo, onde ele disse que o contrário da vida não é a morte, mas sim o medo. A canção fala da vida como uma série de eventos circulares, onde tudo continua a viver em outras formas. A escrita se inspira no estilo de um artista que admiro muito: Jorge Drexler (em músicas como Todo se transforma, Don de fluir).

A música tem uma sonoridade que faz referência à bossa nova brasileira. Como chegou até esse gênero musical? Adoro a música brasileira, com sua simplicidade e complexidade. Aprendi com artistas como Chico Buarque que é possível escrever uma canção alegre com uma letra de protesto (como Vai passar, Apesar de você). Aprendi com artistas como João Gilberto e Caetano Veloso que é possível cantar uma letra triste com um sorriso no rosto. Acho que a música brasileira se define pelo contraste: o contraste entre a harmonia “culta” e o ritmo popular, o contraste entre a dança movimentada e as letras cheias de saudade.

E o que você agregou de novo a esse gênero musical? Há algo de curioso que você queira destacar? A primeira coisa é o uso da língua espanhola no ritmo brasileiro. Adoro essa combinação, e são poucos os artistas hispânicos que exploram isso. A segunda é o uso do registro vocal médio-baixo em um ritmo dinâmico. Aprendi isso com artistas como Kevin Johansen (em Mi querido Brasil). Esse contraste faz com que a canção seja ritmada e relaxada ao mesmo tempo. Acho que ela é mais dinâmica que a bossa nova de João Gilberto e mais relaxada que os sambas modernos, colocando-se entre esses dois estilos.

Respostas Kim Nahuel

Zero Uan“Yo se si me ama” – (Guatemala)

Qual é a melhor descrição dessa música, seu conceito geral? Uma música sobre um relacionamento complicado, sobre amor, situações difíceis de entender, onde não se sabe se eles se amam ou não.

O que especificamente você diz na letra da música e qual é a mensagem dela? Zero Uan: Basicamente diz que ela me ama, embora não no mesmo nível que eu, mas nem ela nem eu admitimos isso, embora talvez escrever a música e publicá-la me faça admitir isso.

O que originou a composição? Zero Uan: Primeiro foi criada a batida, que era um estilo reggae misturado com rap, depois a letra foi baseada em experiências pessoais, sobre duas pessoas que se amam, mas não querem aceitar isso e jogam entre sim e não.

Em termos musicais, o que você propõe? Zero Uan: Reggae com Pop Rap no caso dessa música, mas em geral também faço Plugg, Trap, rap e reggae.

É possível estabelecer uma ligação entre essa música e seu país? Zero Uan: Duvido muito porque só menciona o relacionamento entre duas pessoas,onde não sei se elas se amam ou estão apenas brincando, mas é baseado na experiência da Guatemala.

Repostas Zero Uan

Batuhan CANSIZ – “Carro Chefe – Blast Mode Version” – (Turquia)

Primeiramente, o que deu origem a essa música? Eu faço música hardstyle e fiz essa música porque meus vocais refletem muito bem a atmosfera brasileira.

A letra, o que ela diz e qual é a sua mensagem? Ela diz que uma pessoa que é ignorada hoje pode voltar muito forte mais tarde.

Como você pode resumir seu conceito musical? Usei golpes muito fortes e também tentei usar uma técnica em movimento. Além disso, não me afastei da base do hardstyle.

Podemos dizer que a música tem traços da cultura e da arte do seu país? Infelizmente não é assim. Infelizmente, a cultura hardstyle não se desenvolveu muito em nosso país, mas estou me esforçando bastante.

Há algo curioso sobre este lançamento que você gostaria de destacar? Até onde eu ouvi até agora, não encontrei nenhuma música hardstyle com influência brasileira. Espero que gostem muito.

Respostas Batuhan CANSIZ

Martin Christiansen – “Miss You” – (Dinamarca)

O que originou a música? Sempre fui fã da banda Scorpions e queria imitar alguns elementos dos seus dias de glória. Principalmente, eu estava focado em criar uma melodia e um refrão lindos. Um pouco curto para não exagerar como alguns dos refrões épicos do Scorpions.

A letra, o que ela diz e qual é a sua mensagem? A letra conta uma curta história sobre perda e mágoa. Acho que a mensagem é que nossas vidas podem virar de cabeça para baixo de um momento para o outro e é sobre aceitação.

Como você pode resumir seu conceito musical? É dos anos 80 com um toque moderno com um desenvolvimento gradual e refrão brilhante. O arranjo dos versos poderia ser melhor. Mas eu estava com pouco tempo e isso foi mais ou menos um experimento e uma música de tributo.

Podemos dizer que a música tem traços da cultura e da arte do seu país? Sempre tivemos uma cultura rock e pop forte. Mas acho que é um desses gêneros que transcende tempo e espaço.

Qual é a proposta da capa da música? A arte da capa foi algo que eu fiz às pressas.

Respostas Martin Christiansen

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