Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 273ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.
Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.
Fly Right – “The Line” – (EUA)
– Descreva, em poucas linhas, do que se trata este lançamento. The Line mergulha na área cinzenta da confiança e do risco em um relacionamento, questionando a lealdade enquanto oscila à beira da autodestruição.
– Que ideias você desenvolve na letra da música? The Line é sobre crescer mesmo quando sua voz interior lhe diz para não fazer isso.
– O que inspirou sua composição? Eu queria escrever uma música com riffs rápidos e versos que oscilassem entre o calmo e o alto, para que a composição refletisse a mensagem da música.
– Comente a foto da capa da música. A arte de cada música do Fly Right captura o ouvinte e o torna o personagem principal.
Respostas Fly Right
Kat Herlo – “Reasons” – (Dinamarca)
– O que especificamente você diz na letra da música, e qual sua mensagem? Minha música, Reasons, explora a turbulência de um relacionamento que termina sem clareza e deve ressoar com qualquer um que já tenha sido pego de surpresa por uma despedida inesperada. É baseado em uma experiência pessoal e dolorosa e elabora a frustração e tristeza de não entender por que algo tão forte e real teve que acabar. É sobre ver alguém, que estava tão claramente apaixonado por mim, se auto sabotar e me afastar. Simplesmente não fazia sentido. Essa música foi minha maneira de processar a confusão e as perguntas sem resposta perguntas que permaneceram por muito tempo depois de terem sido deixadas sem uma explicação plausível, e demonstra o quão doloroso pode ser o pensamento, e como ele impede que se siga em frente. Para isso, você precisa de algum tipo de encerramento.
– Em termos musicais, o que você propõe, e quais artistas/gêneros são referências? A cantora e compositora dinamarquesa, Kat Herlo , é conhecida por seu folk-pop honesto, autêntico e liricamente sofisticado. Ela leva seus ouvintes a uma jornada emocional com músicas sobre crises de identidade, desgosto e autorrespeito. Suas letras pessoais e melodias cativantes ecoam a honestidade crua de Alanis Morissette enquanto abraçam o charme narrativo de Taylor Swift.
– Há algo de curioso sobre o lançamento que você queira destacar? A música é uma continuação emocional do poderoso EP dinamarquês Jeg Går Selv , que foi lançado em janeiro de 2025. Durante o mesmo processo criativo destinado a produzir músicas maduras em dinamarquês, o coração de Kat foi inesperadamente partido ao meio e essa música simplesmente derramou em inglês. Como tal, serve como um epílogo melancólico para seu álbum de estreia em inglês aclamado pela crítica Things We Avoid de 2022, que explora as muitas facetas dolorosas do amor.
– É possível traçar uma ligação entre essa música e o seu país? Acho que o tema dessa música é universal, pois corações se partem diariamente em todo o mundo e deixam as pessoas devastadas e confusas. Mas talvez a reação discreta e o ressentimento reprimido, em vez da raiva aberta ou expressa externamente, sejam bem típicos da cultura escandinava.
– Afinal, quem é Kat Herio? Kat é uma letrista dinamarquesa forte e independente, mas sensível e romântica. Ao longo de sua vida, ela buscou um amor profundo, mas encontrou muitos contratempos e decepções ao longo do caminho, que pavimentaram sua carreira musical, já que compor é sua maneira de processar e sobreviver às derrotas da vida. Ela também tem muito humor e auto-ironia, que são expressas no palco, em suas redes sociais e por meio de certas músicas sarcásticas e engraçadas.
Respostas Kat Herlo
Marina y su Melao – “Rezo al agua” – (Espanha)
– Qual a melhor sinopse deste lançamento? Este álbum resume meu cotidiano e minha maneira de senti-lo. É uma harmonia entre como me sinto em relação às injustiças políticas e sociais e minha vida social, cultural e espiritual. Eu represento tudo através da música folclórica do meu país, Porto Rico.
– E em qual momento surgiu essa composição? Rezo al agua nasceu em setembro de 2023. Eu estava de férias na casa de um amigo, que sabe da minha afinidade com a água e minha espiritualidade e foi quem me incentivou a escrever uma música sobre a água, o mar e minha espiritualidade.
– E a letra, o que especificamente ela diz? Essa música conta a história do meu jeito de falar com Yemanjá. Há muitas maneiras de falar com Iemanjá, e uma delas é ir até a praia com um pote de melaço – que é mel de cana-de-açúcar – e enquanto o melaço escorre, você pede a Iemanjá. É um ritual em que me apresento, peço e ofereço. É sobre isso que fala a música “I pray to the water” (Eu rezo para a água).
– Qual a ligação dessa música com o seu país, Espanha? Minha música está diretamente relacionada ao meu país, Porto Rico. Toco uma de suas canções folclóricas, a bomba porto-riquenha, e com ela conto minhas histórias, meus dias, meus pensamentos. A bomba nasceu na costa canavieira de Porto Rico no século XVI, como resultado da colonização e da escravidão, e depois de todos esses séculos e da opressão que sofreu, ela ainda soa. É um símbolo de resiliência. No entanto, eu abordo isso de um ponto de vista mais moderno, mais atual, com instrumentos folclóricos e não folclóricos . É a minha maneira de estar no passado e no presente.
– E, afinal, quem é a artista Marina y su Melao? Marina é uma cantora e percussionista porto-riquenha que vive em Barcelona e cuja missão é continuar espalhando a Bomba Porto-riquenha pela Europa e além.
Respostas Marina y su Melao
J. Eka x Jatz – “Talk Less” – (Reino Unido)
– Qual a melhor sinopse deste lançamento? J. Eka, do sudeste de Londres, está de volta com seu mais recente single, ” Talk Less “, um hino ousado e autoconfiante sobre sucesso, autodisciplina e seguir em silêncio. Com a participação da estrela em ascensão Jatz, a faixa é repleta de letras afiadas e trocadilhos complexos, transmitindo a mensagem de que, quando você está realmente vencendo, não precisa dizer muito — suas ações falam por si.
– E em qual momento surgiu essa composição? Lançamos em 3 de abril de 2025. Mas estamos em processo de produção desde o ano passado. Eu já tinha os versos prontos, mas ainda não tinha o refrão, então perguntei ao Jatz se ele participaria e ele adorou! O resto é história!
– E a letra, o que especificamente ela diz? Produzida pela ETRNL, a faixa mantém o equilíbrio característico de J. Eka, entre rap introspectivo e entrega contundente. A produção oferece o cenário perfeito para os versos dominantes de J. Eka e seus refrões melódicos na introdução e no encerramento, conferindo à faixa um toque dinâmico único.
” Talk Less ” não é apenas sobre ostentação — é sobre agir com inteligência, manter o foco e manter as pessoas longe da sua vida. As letras de J. Eka são permeadas por duplos e triplos sentidos, oferecendo uma reflexão complexa sobre o sucesso e a disciplina que ele exige. Seus versos se destacam, lembrando aos ouvintes que, enquanto os outros se gabam, ele já está no próximo passo.
– Qual a ligação dessa música com o seu país? O som é bem londrino e britânico, corajoso, agressivo, mas também vibrante. A cultura aqui é bastante reservada e, se você se manifestar ou se gabar, é visto como arrogante. Há também pessoas que falam muito, mas não conseguem sustentar suas palavras com ações; essa música é sobre isso.
Dois artistas na música:
Respostas J. Eka
machineGardenSoulz – “Nothing is known” – (Noruéga)
– O que você diz especificamente na letra da música e qual é a sua mensagem? A letra de “Nothing Is Known” expressa a incerteza que frequentemente sentimos em nossas vidas emocionais — aqueles momentos em que ansiamos por clareza, mas, em vez disso, nos sentimos suspensos entre perguntas e esperança. A mensagem é sobre estar aberto ao desconhecido e permanecer emocionalmente presente mesmo quando o futuro parece incerto.
– O que inspirou a composição? A música foi inspirada em reflexões pessoais sobre as intenções da vida — o tipo de esperanças e objetivos que construímos para o futuro e as lutas emocionais que às vezes acompanham a busca pela felicidade. Ela veio de um olhar sincero para dentro e da tentativa de encontrar significado nos pequenos momentos.
– Musicalmente, como você a descreveria? É uma faixa indie rock/pop suave e atmosférica, com uma energia rock suave. O som é onírico e emocional, com um ritmo lento e crescente, camadas quentes e vocais sinceros. A ideia é transmitir uma espécie de intimidade emocional — algo que ressoe de forma silenciosa, mas profunda.
– Então, quem é o MachineGarden Soulz? O MachineGarden Soulz é um novo projeto musical no qual trabalho como produtor, compositor e músico — ao lado da minha esposa, que também participa criativamente. É uma jornada muito pessoal para nós dois, construída em torno do amor compartilhado pela música e por contar histórias honestas. Gosto especialmente de escrever letras e criar músicas que sejam emocionalmente reais.
– Há algo curioso sobre o lançamento que você gostaria de destacar? Sim — esta é a nossa música de estreia sob o nome MachineGarden Soulz, e representa não apenas um som, mas uma mudança de vida em direção à expressão de sentimentos através da música. É o começo de algo pelo qual somos apaixonados e estamos animados para crescer juntos.
Respostas machineGardenSoulz
