Revista Arte Brasileira Além da BR Playlist “Além da BR” #285 – Sons do mundo que chegam até nós
Além da BR

Playlist “Além da BR” #285 – Sons do mundo que chegam até nós

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 285ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.

Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.

Dropbear Lodge“The Good, The Bad, and the Fugly” – (Austrália / EUA)

Qual a melhor descrição desse lançamento?

Eu diria que a melhor descrição para este lançamento seria “a porta de entrada para o jazz para fãs de punk e metal”. Nos consideramos uma banda, o que é incomum no mundo do jazz, e não temos desculpas para compor e tocar. Basicamente, é música que seu cérebro e seu corpo podem dançar ao mesmo tempo!

Qual a origem da música?

Escrevi Fugly através dos olhos de um espectador invisível que acabava de testemunhar as consequências de uma queda particularmente brutal da humanidade. Havia um sentimento particular de desolação e desamparo que eu realmente queria trazer à tona. O ouvinte tem a opção de ver o que quiser com as cores apresentadas.

Há algo de curioso que você queira destacar?

Se eu pudesse apontar algo curioso, é que eu inventei que dropbears são chamados de assassinos quando estão em grupo. De qualquer forma, não faria diferença, eles são criaturas solitárias e não caçam em bandos. Ainda.

Afinal, quem é Dropbear Lodge?

O Dropbear Lodge é formado por Martin Kay, que toca clarinete e saxofone, James Wengrow, que toca violão, Zac Sakrewski (eu), que toca contrabaixo elétrico e vertical, e Ben Shannon, que toca bateria. Nos conhecemos em Brisbane, Austrália, e estamos muito felizes por finalmente lançar o disco para o mundo!

Respostas de Zachary Sakrewski (Dropbear Lodge)

Ester Andujar“Els Somnis” – (Espanha)

Els Somnis - Ester Andujar

Qual a melhor descrição desse lançamento?
“Els Somnis”, cantada em valenciano, a língua natural da minha terra, explora as fronteiras sutis entre a realidade e os sonhos. Essa linha tênue permite que dois mundos, dois lados da nossa alma, se alimentem mutuamente, entre memórias e desejos, onde a vida realmente acontece.

Albert Palau, com seu piano, interpreta aqui uma improvisação lindamente elaborada, como só um sonhador e um grande músico pode fazer. Esta canção, junto com Caminada, é uma das que mais tempo esteve comigo – a pedra angular do álbum Inner Songs. Desde esse som e essas palavras, eu já caminhava para outros lugares, mas elas me ajudaram a traçar um começo.

Eu tinha muita música escrita, e por isso há tantos solos no disco. Nessas duas canções, os escrevi para guitarra e voz. O trabalho de Iván aqui é essencial: ele não apenas toca, ele cria som. Eu queria levar o ouvinte pela mão através da minha música, permitir que uma melodia conduzisse a outra, como em um sonho navegável, do começo ao fim.

Qual a origem da música?

A inspiração para Els Somnis veio do desejo de expressar a beleza dos sonhos e do imaginário através da música. A canção nasceu de uma melodia que me tocou profundamente e de versos que falam sobre os anseios e esperanças que guardamos dentro de nós.

O que diz a letra, qual sua mensagem?

A letra fala sobre o mundo dos sonhos e como eles nos guiam na vida, nos trazendo inspiração e força para seguir adiante. É uma canção que convida à reflexão sobre os desejos mais profundos da alma e a importância de manter viva a esperança.

Qual a relação dessa música com o seu país, a Espanha?

Além de ser cantada em valenciano, um dos idiomas da Espanha, Els Somnis tem uma sonoridade que remete à música mediterrânea, com suas harmonias sutis e melodia fluida. Essa fusão de influências reflete a diversidade cultural do país e minha conexão com suas tradições musicais.

Afinal, quem é a cantora Ester Andujar?

Sou uma cantora e compositora espanhola que encontrou no jazz a liberdade para explorar diferentes caminhos musicais. Minha trajetória passa tanto pelo jazz clássico quanto por novas interpretações desse gênero, sempre buscando transmitir emoção e autenticidade em cada canção.

Respostas de Ester Andujar

Marie Mørck“I’m in the Mood for Love” – (Dinamarca)

Qual a melhor descrição para este lançamento em single?

A vocalista de jazz dinamarquesa Marie Mørck dá nova vida a um standard intemporal de Jimmy McHugh & Dorothy Fields, originalmente composto em 1935. Este single marca o primeiro vislumbre do meu próximo mini álbum, My One and Only Love, uma coletânea criteriosa das minhas joias favoritas do jazz. Mantendo-me fiel à elegância clássica do original, entremeei-o com o meu próprio scatting vocal. Deixe a melodia balançar, as harmonias persistirem e a música transportar-te para algum lugar belo e sonhador.

Qual é a origem da música e por que decidiu gravá-la? O que a letra diz e qual é a sua mensagem? 

A letra é tão doce. Com toda a simplicidade, ela fala sobre o feitiço do amor – cada vez que você olha para essa pessoa especial, você sente uma sensação maravilhosa, a de que está apaixonado. E se as nuvens aparecerem acima de você, ou se começar a chover, você não precisará se preocupar, contanto que compartilhe esse amor. O single é o primeiro lançamento do meu próximo mini álbum “My One And Only Love”, que apresenta seis dos meus standards de jazz favoritos. Eu fiz os arranjos de cada um deles, e as músicas e melodias são sempre relevantes e tocam o coração. “My One And Only Love” será lançado em 29 de junho. 

Afinal, quem é a cantora Maria Mørck? 

Marie Mørck é uma renomada vocalista e compositora de jazz dinamarquesa. Ela tem um profundo amor pelo jazz tradicional, mas não se furta a levar a música em sua própria direção moderna. Marie é apaixonada por tornar o jazz acessível a todos. Para ela, o charme, a vibração e a qualidade da música são essenciais. Ela acredita que a música transcende fronteiras, falando diretamente ao coração — neste caso, lindamente envolta em jazz. Com mais de 24.000 ouvintes mensais no Spotify, a música de Marie continua a ressoar com públicos em todo o mundo.

A música é um dos clássicos incontestáveis ​​do mundo do jazz. Adoro a vibe dessa música — ela fala sobre tudo de uma forma tão elegante e livre, e a letra é bem simples, quase como uma cantiga de ninar. Eu queria dar meu próprio toque à música com scat, e decidi adicionar uma letra a essa melodia improvisada, e conversar ainda mais com o ouvinte sobre esse universo de conto de fadas do amor. 

Vocês vão lançar um álbum até o final do ano?

Marie Mørck lançou seu segundo álbum, “Songs to Comfort”, em março de 2023, e foi nomeado “álbum de jazz da semana” pela rádio dinamarquesa P8 Jazz, graças à sua voz original e talento irresistível como cantora e compositora. A DR P8 Jazz também demonstrou seu entusiasmo por Marie Mørck desde sua estreia e tem tocado suas músicas com afinco na rádio. Sua voz… bem, você não vai esquecê-la tão cedo!

Marie foi indicada ao Danish Music Awards Jazz em 2020 na categoria “Lançamento de jazz vocal do ano” por seu álbum de estreia, “Fooling Around”.

Respostas de Marie Mørck

Puerto Mariel“No Todo Lo Que Brilla Tiene Valor” – (México)

Qual é a situação que você retrata na letra da música?

A história contada na letra da música é verdadeira. Ela fala sobre o rompimento de um relacionamento sentimental por causa do interesse por luxo, dinheiro e aparências. Ela foi escrita há muitos anos para uma namorada que Alex Castro (compositor, cantor e guitarrista) teve quando era estudante. Um relacionamento que terminou justamente quando ela, deslumbrada com a riqueza de outro indivíduo, decidiu se despedir dele.

Qual é a origem da música?

A música tem uma base de rock/pop/folk, bem ao estilo dos anos setenta. Destaca-se o som das guitarras, que desempenham um papel importante na melodia, bem como os vocais.

É possível comparar essa música com a de outros artistas?

Uma das influências da música de Puerto Mariel é o rock dos anos setenta e oitenta. Um estilo musical que, na época, era liderado por bandas como The Eagles, Pink Floyd e Guns N Roses, para citar algumas. Portanto, não é de surpreender que a música tenha um ar de temas, especialmente baladas, interpretados por essas grandes bandas de rock, embora com o estilo próprio de Puerto Mariel.

Qual é a proposta do videoclipe?

O videoclipe foi produzido por Alex Castro e dirigido por um talentoso cineasta mexicano conhecido localmente como Omar Amaro. Ele tentou refletir o sentimento melancólico que a música produz e sua história anda de mãos dadas com a letra. Basicamente, tratava-se de refletir o orgulho e a arrogância daqueles que partem deslumbrados com o luxo e o dinheiro, a dor dos abandonados, a cura que o tempo traz e o arrependimento final daquele que parte. Foi filmado em uma antiga fazenda localizada em um povoado próximo à cidade de Guadalajara, Jalisco, México, onde vive Puerto Mariel.

Há algo interessante que você gostaria de destacar?

No todo lo que brilla tiene valor, revela o lado romântico de Puerto Mariel. Foi composta por Alex Castro, produzida por Alex Pérez Sandoval e arranjada com instrumentos de corda para dar um toque sinfônico e melancólico. Sem dúvida, você precisa ouvi-la.

Repostas de Puerto Mariel

Stacy Antonel“Misty” – (EUA)

Qual a história que você retrata na letra?

A história da música é a de uma mulher tão apaixonada por um homem que mal consegue se manter funcional. Tudo o que ela vê é ele. Por ter sido escrita na década de 1950, a letra tem uma sensibilidade antiquada.

Qual a origem da música?

Esta música em si é um famoso standard de jazz americano, escrita em 1954. Normalmente eu componho minhas próprias músicas, mas recentemente fiquei obcecada por Misty e sabia que precisava gravar minha própria versão. Queria fazer uma versão única, então decidi gravá-la como uma música de surf rock misturada com jazz latino.

É possível comparar essa música com outras de outros artistas?

Não sei sobre outros artistas específicos, mas pegamos emprestado de todos os lugares. As guitarras são surf rock & rock n roll vintage; os ritmos são brasileiros; os vocais são jazz e R&B dos anos 90.

Há algo de curioso que você gostaria de destacar?

Esta música foi gravada com alguns músicos fantásticos, incluindo o guitarrista de Miranda Lambert e o baixista do lendário artista country Merle Haggard.

Quem é o a artista Stacy Antonel?

Eu (Stacy Antonel) sou uma musicista country de Nashville, Tennessee. Componho principalmente músicas country psicodélicas sobre beber em bares, alienígenas e vidas passadas. 

Respostas de Stacy Antonel

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