21 de março de 2025

[ENTREVISTA] Luan FH, o jovem jornalista e escritor que está ganhando espaço na cena

 

Luan A. de Santana, colunista da Arte Brasileira, 20 anos, nasceu em Salvador no ano de 1999, e passou por uma infância meio conturbada. Morou em Salvador do primeiro ano de vida até os cinco anos, onde foi morar com a mãe e avó na cidade de irará. A cidade na qual foi importantíssima para seu crescimento e personalidade, a formação negativa por ser uma criança hiperativa e mal criada, brigava nos colégios e tomava advertência por fazer bagunçar.

Luan nunca foi um bom aluno, mas sempre tentou ser, até a conclusão do ensino médio foi meio conturbado por causa de faltas tanto na caderneta quanto nas atividades. O jovem voltou a morar com o pai e a avó Edite em 2008 e mais uma vez foi motivo de reclamações nos colégios que passou.

A adolescência vivendo em rebeldia, ouvindo Charlie Brown Jr e querendo curtir muito mesmo sendo uma criança de nove anos. Em 2015 por causa de suas rebeldias, seu pai o mandou para a cidade de irará morar mais uma vez com a mãe e na época ele passou algumas turbulências.

Arrependido pediu para voltar, o que aconteceu em meado de 2015 e decidiu mudar, foi quando começou a escrever e acreditava ser bom mesmo tendo linhas muito ruins. Desde então não parou, procurou ler, se informar, conhecer palavras e digamos que o garoto tem um futuro brilhante. 

 

Matheus Luzi – Luan, eu como editor do site, estou sentindo na pele o quanto a sua contribuição tem sido importante. Diga para o público, o te motivou a se tornar colunista da Arte Brasileira. Como está sendo este trabalho?

Luan FH – Lembro-me do grande apoio com a revista em 2017, quando passei a ser mais reconhecido e pensava em me tornar jornalista, fazer faculdade e me especializar. Na época vocês aceitaram na minha participação numa maior empolgação, e isso me motivou muito a fazer por amor com toda certeza do mundo!

 

Matheus Luzi – Você reside em Salvador, local onde também nasceu. Já que está inserido no meio das batalhas de rap na cidade, como você enxerga essa situação, o cenário artístico, político e social daí?

Luan FH – Então, quando eu e galera do bairro decidimos fundar a batalha, só quis dá uma motivada neles, mas não participar da administração. Então pedi a saída depois da terceira edição, e com a saída veio à ideia de escrever sobre a roda cultural, e o cenário do rap de Salvador e agora estou envolvido com isso, falando do cenário de todos os bairros. E tem muito a falar ainda, tanto de outras batalhas quanto de diversos MC’s que existem nessa grande cidade.

 

Matheus Luzi – Para você, o que a arte representa e qual o seu papel na sociedade?

Luan FH – A arte é uma forma de expressão, às vezes como protesto, outras apenas para não desabar de vez, sabe? Depende muito da personalidade do artista, de quem seja, por exemplo: A minha arte é a escrita e sinceramente, eu escrevo em todo momento, seja do melhor ao pior e a minha arte tem muito haver com desabafo ou desejo. 

 

“A arte é uma forma de expressão, às vezes como protesto, outras apenas para não desabar de vez, sabe?”

 

Matheus Luzi – Apesar de jovem, você já tem estrada na literatura, principalmente no meio das redes sociais. O que você tem a dizer sobre a sua trajetória na literatura? O que você tem aprendido de novo?

Luan FH – Eu ralei muito e quem me conhece sabe, ralei para conseguir pelo menos o pouco de reconhecimento que tenho hoje e sério, me orgulho disso. Eu já desisti milhares de vezes, só que não adianta, pode passar o tempo que for, a escrita, a literatura sempre me acompanha.

 

Matheus Luzi – O que você deseja passar para o público com suas escritas?

Luan FH – Eu desejo passar a sensibilidade que há no amor, formas de valorização de uma pessoa para outra, desejo passar essa leve onda do abraçar agora para não ser tarde demais, dizer agora, amar agora e ser sincero agora. Eu tento passar a mensagem ‘’Sinceridade não destrói um relacionamento, apenas tira o peso do teu ser’’.

 

Matheus Luzi – Agora em sua nova fase, como foi se descobrir jornalista?                              

Luan FH – Assumo que eu gosto, mas às vezes é chato, desanima e ao mesmo tempo é uma euforia muito boa. De certo modo algumas pessoas vêm abraçando, dizendo que tal matéria ficou foda, mas sinceramente, quem escreve no Brasil tem que aguentar a pressão psicológica para não desistir de viver.

 

“Quem escreve no Brasil tem que aguentar a pressão psicológica para não desistir de viver”

 

Matheus Luzi – Você está lançando o ebook “Gritando alto, estando em silêncio”. De maneira resumida, o que vem a ser este novo trabalho?

Luan FH – O ebook se trata de um adolescente que mora na cidade de Salvador. A narrativa é em primeira pessoa e ele vive filosofando a vida, sobre solidão das pessoas, a observação que ele tem dentro do ônibus, metrô, a pé, sobre a sua vida meio movimentada e ele vai se descobrindo e se permitindo a viver algumas loucuras.

 

Matheus Luzi – Qual foi a inspiração para o roteiro do livro?

Luan FH – Algumas vivências e também me inspirei muito em algumas pessoas próximas, e também antigos relacionamentos, a realidade sensível vista a olho nu, basta ter o coração tangível.

 

Matheus Luzi – Como será o processo de venda dele? É apenas pela internet?

Luan FH – Estou lutando para pôr na amarzon, mas estou vendo o livro para pessoas do meu bairro e fora dele também, só que ele breve estará disponível…

 

Matheus Luzi – Qual o estilo de escrita, afinal, quem é você como autor?

Luan FH – Ano passado, logo em dezembro me descobri romancista e dramaturgo, desde então venho escrevendo livremente e me sentindo muito bem com isso, com essa descoberta. Finalmente pude entender e parar de me julgar tanto e a prática leva a perfeição, não é mesmo? Como autor ando escrevendo e arrepiando a minha pele imaginando cada cena e isso funciona já que muitas pessoas dizem sentir tanto o peso que há nos meus trabalhos.

 

 

 

 

 

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