6 de outubro de 2024
Lupa na Canção

Homenagem aos povos originários; Samba reforça ancestralidade afro-brasileira; Baião de olho num futuro melhor; Evolução da música jamaicana; Canção para “ficantes emocionados” [lupa na canção #32]

Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Bem vindos ao Lupa na Canção!

Esta é uma lista de novidades lançadas recentemente, de diferentes temáticas e gêneros musicais. Dificilmente você verá no Lupa canções do mainstream. A ideia é apresentar com uma “lupa” coisas novas e alternativas aos grandes sucessos, afinal é este uma das missões da Revista.

É importante ressaltar que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra.

Em letra de “Canção dos Povos Originários”, Luiz Simas lista nomes de tribos indígenas do Brasil

Escreva a melhor sinopse desta música.

A “Canção dos Povos Originários” é uma homenagem aos povos originários do Brasil (e do mundo), as etnias indígenas que já viviam no Brasil antes da vinda dos europeus. 

O que a letra diz?

A letra não é em prosa nem em verso, é simplesmente uma lista de nomes de tribos indígenas do Brasil. Acredito que a letra, com sua simplicidade e minimalismo, evoca sensações de respeito, admiração e carinho por aquelas etnias que tanto sofreram com a chegada do “homem branco”.

Qual sua mensagem ao mundo?

Somos todos humanos…

Como e por que surgiu esta música?

Sempre procuro fazer músicas que trazem algo de bem original, algo novo. No caso de “Canção dos Povos Originários”, comecei com as frases de piano. Depois surgiu a melodia, e por fim a ideia da letra.

O que esta música diz sobre o Brasil e a atualidade?

O Brasil e o mundo estão passando por um período de desrespeito e incompreensão pelo “outro”. Espero que esta música acorde nas pessoas o sentido de que somos partes de um mesmo todo.

Respostas de Luiz Simas

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

Reforço da identidade cultural brasileira: Kongobila faz samba em homenagem aos ancestrais afro-brasileiros

Como você definiria esta música de uma maneira geral?

A música “Cabinda” é uma celebração vibrante da ancestralidade formadores de nossa sociedade afro-brasileira e principalmente da influência dos povos Bantos, trazendo à tona a força e a sabedoria dos nossos antepassados. É uma fusão inovadora de ritmos tradicionais do terreiro com elementos contemporâneos, criando uma sonoridade única que conecta o passado ao presente.

Qual sua mensagem ao mundo?

“Cabinda” transmite uma mensagem de reconexão com nossas raízes e valorização da ancestralidade. A música celebra a importância de honrar quem veio antes de nós e reconhecer a influência contínua dos nossos ancestrais na formação da nossa identidade cultural.

Musicalmente, o que esta música traz ao público?

“Cabinda” é aquilo que apelido de uma Nova Música de Terreiro. É um samba, mas também um lugar onde apresenta uma fusão inovadora de elementos tradicionais da música de terreiro com toques contemporâneos. Fico pensando como seriam os pontos de terreiro se compostos hoje. E creio que seriam mais ou menos assim: a influência do que se tem e do que aprendemos a fazer (o samba) homenageando quem nos fez chegar até aqui – nossos ancestralidade, de pretos e pretas Cabindas.

Como e por que esta música surgiu?

“Cabinda” surgiu da necessidade de expressar e celebrar a ancestralidade Banto em um formato que ressoe com o público de hoje. Foi um processo colaborativo com o Trampolim Estúdio (de @‌gabrielnascimbeni), onde buscamos criar algo que fosse ao mesmo tempo fiel às minhas raízes e inovador na sua execução musical.

Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar?

Uma curiosidade interessante sobre “Cabinda” é que ela foi inspirada nas tradições dos ritos e fazeres diários dos cultos aos orixás, onde a repetição rítmica leva ao transe e à conexão com o divino, e à Cura. Essa repetição é capturada na música, criando um ambiente sonoro que busca evocar essa mesma sensação de transcendência e conexão.

Respostas de Kongobila

Um baião de olho num futuro melhor; encontre isso em “Cheiro Verde”, nova música do pernambucano Marcelo Cavalcante

O que é esta música? O que ela retrata?

“Cheiro Verde” é um baião inspirado em uma jornada pessoal de Marcelo, desde o calor das ladeiras de Olinda, no litoral, até o caminho pras raízes, no sertão. A música é uma homenagem à estrada, aos encontros e despedidas e também sobre a importância crucial do reflorestamento nos dias de hoje. É uma reflexão sobre um futuro mais verde, igualitário de um modo geral.

Musicalmente, como você a descreve?

No arranjo de “Cheiro Verde”, Marcelo incorpora uma rica diversidade de influências, que vão desde o tradicional Coco Raízes de Arcoverde até a icônica obra de Alceu Valença. Além disso, elementos mais contemporâneos, como a adição de guitarras, são habilmente mesclados à tríade sagrada do forró, composta pela zabumba, triângulo e sanfona.

Como esta música surgiu?

A música surgiu de uma vontade de falar sobre a importância da estrada, da agroecologia, e claro também sobre o cheiro verde, no sentido da descriminalização da cannabis, e da importância na sociedade.

Afinal, quem é Marcelo Cavalcante e o que “Cheiro Verde” diz sobre você?

Marcelo Cavalcante é um compositor e cantor de Olinda que vem do Coco e Frevo, das vivências nas ladeiras, e que atualmente tem um trabalho voltado para MPB rock, com bastante teor político e existencial nas letras. “Cheiro Verde” é um caminho novo para Marcelo na MPB e no forró, onde se mescla o baião com o coco de roda, esse último, onde Marcelo deu os primeiros passos acompanhando mestres da cultura popular de Pernambuco, como Mestre Ferrugem e Dona Glorinha do Coco. E que pela primeira vez lançou um videoclipe viajando pelo interior do estado.

Respostas de Marcelo Cavalcante

Disponível nas playlists “MPB – O que há de novo?” e “Brasil Sem Fronteiras…”

SKA E REGGAE: A evolução da música jamaicana é o assunto de “Música de Jah”, novo lançamento de Nina Girassóis

O que é essa música ?!
Essa música, “Musica de Jah”, é o primeiro single de lançamento do meu primeiro álbum, que vem ao mundo em meados de outubro deste ano.

Oq essa música diz ao mundo ?!
Essa música está basicamente falando sobre os estilos musicais dentro do universo reggae, que é tão grande e ainda assim existem vários gêneros crescentes. Ela diz muito sobre a evolução da música jamaicana do ska ao reggae, e a poderosa força dessa música para alcançar pessoas em todo o mundo.

Como e porque essa música surgiu?!
Essa música surgiu há muito tempo atrás ,na verdade todas as canções do álbum são um compilado de músicas inéditas que tenho há mais de 10 anos. Uma grande curiosidade dele é que são minhas primeiras vivências dentro do reggae, como cantora mesmo. Esse álbum conta com alguns remakes também, e em algumas músicas sou intérprete. Então tem letras minhas e do meu parceiro musical Paulera. Estamos muito felizes em poder colocar no mundo todas essas canções.  

Respostas de Nina Girassóis

Essa é pros “ficantes emocionados”: Luciana Maya envolve música brasileira, ritmos afros cubanos e beats em “Cê Vai Voltar”

Qual a melhor sinopse desta música?

“Cê vai voltar” é uma música pra todos aqueles que estão em relacionamentos complicados, baseados em uma grande atração física e sentimentos confusos. Geralmente relacionamentos de “ficante” onde se fala, se promete muita coisa durante os encontros, mas que depois é vida que segue… até a abstinência bater e aquela mensagem chegar.. “O que você está fazendo hoje? / Posso te ver?” Às vezes a pessoa é tão errada pra nossa vida que fazemos de tudo para evitar mas a atração fala mais forte e ciclo vicioso segue sem destino.

Em qual situação ela surgiu?

É só você sentar em uma mesa com amigas que histórias assim começam a aparecer. Acho que é uma nova tendência para as pessoas que estão solteiras mas nunca sozinhas. A inspiração veio de todas as histórias malucas que escutei e que em algum momento da minha vida também já vivi.

A música tem um instrumental influenciado por ritmos afrocubanos, fale sobre isso.

Pra mim era muito importante misturar ritmos brasileiros com beats. Queria instrumentos reais e um ritmo gostoso. Joguei a bola para o produtor Fred Teixeira e ele criou essa mistura gostosa.

E o clipe, o que representa?

Eu queria algo diferente para esse clipe, e desde que conheci o Suriya vi nas redes sociais que ele fazia vídeos incríveis com stop motion. Como esse vídeo tem aquela coisa de sermos manipulados, de simplesmente nos deixar levar por um sentimento achei que bonecos seriam perfeitos para retratar essa relação de casal. O Suriya colocou a arte dele e deu tudo certo ! Eu estou apaixonada pelos bonecos [kkkkk] Eles arrasaram! 

Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar?

Todos os meu exs acham que essa música é pra eles e o pior é que acham que estou querendo que eles voltem [kkkkk] Então deixo claro que essa música não é pra ninguém que eu conheço, agora, já os embustes que saíram com minhas amigas… se a carapuça serviu… [kkkkk] Outra curiosidade é que quando gravei o vídeo meu ombro estava quebrado [kkkk], então o Suriya me pedia para fazer os bonecos voarem mais alto e eu não conseguia. A gente riu muito disso.

Respostas de Luciana Maya

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

administrator
Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.