A cidade do Rio de Janeiro tem as suas belezas, sendo elas naturais ou histórias possíveis de serem criadas a partir dessa vida caótica de cidade grande. Agora, imagine uma história ambientada no Rio de Janeiro, só que do século XX, um momento de muitas mudanças no Brasil e principalmente na cidade maravilhosa, então capital do país.
Um fato brusco marca o início da década de 1930, após isso muitas mudanças acontecem no Brasil, Era Vargas trouxe novidades no campo social e político, a industrialização modificou as relações das pessoas e a modernização do trabalho trouxe novas formas de ver o país que estava em desenvolvimento.
O livro “Sol e Solidão em Copacabana” (Pandorga Editora) do escritor Aliel Paione se debruça nessa ideia. Nele, a protagonista, Verônica, vai lidar com as relações humanas, a busca pelo amor e como pano de fundo aparece uma cidade em transformação com mudanças sociais e políticas.
A história gira em torno de um triangulo amoroso e as consequências que isso leva para a vida das personagens, alguns dos protagonistas já são conhecidos de obras anteriores de Paione, uma vez que “Sol e Solidão em Copacabana” é o terceiro volume de uma trilogia proposta pelo autor.
Há um entrelaçamento entre vida pessoal das personagens e os acontecimentos políticos que englobam todo o cenário da história, desde o agravamento da crise após o retorno de Vargas ao poder, até os acontecimentos que levaram ao suicídio do presidente. A história vai mais além, evoca a consciência para um Brasil desigual, marcas que o país, de certa forma, carrega até hoje.
Certamente pela complexidade da narrativa não é um livro para ler em uma única sentada, as mais de 600 páginas propostas pelo autor, demandam tempo. Porém uma vez dentro da história a curiosidade para saber o desfecho das personagens aflora e convida para conhecer as outras obras do autor.
As personagens com histórias complexas e momentos de tomadas de decisões se aproximam do leitor, que leva uma vida cheia de desafios, mas que tem seus sonhos e desejos vindouros, dessa forma conhecemos Verônica e outros personagens e entramos em uma história que evoca a história brasileira, ainda que uma ficção, o pano de fundo está lá, e de certa forma, a história está lá!
Artigo escrito por Kaique Kelvin em Setembro de 2023