8 de dezembro de 2024
Música

[ENTREVISTA] Em explosão de cores e sons, Paola Matos mostra sua versatilidade no álbum COR

Capa do álbum

 

Versatilidade é uma marca forte na música de Paola Matos. Já experiente na carreira musical, a cantora e compositora expressa em seu novo álbum, COR, algo além da música, muito distante de estar presa a um único nicho artístico, e que mostra uma Paola mais madura, tanto na vida cotidiana quanto em suas composições.

“Quem ouve qualquer música busca e espera que o artista passe uma mensagem, por isso escolhi tão cuidadosamente cada canção que gravei no COR. Todas elas dizem algo, contam uma história, provocam uma reflexão ou até mesmo alguma espécie de desconforto no ouvinte, porque a arte também serve para movimentar”, explica Paola.

Como artista e inquieta que é, o “fazer artístico” de Paola é praticamente diário, o que influenciou muito em COR. “Tudo isso influencia na minha vivência musical, faz com que todas essas minhas formas de expressão conversem entre si. Por isso eu decidi juntar a música e a cor, duas formas de expressão fortes em mim. Para comunicar isso, ouvi cada música do álbum e tentei sentir que cor essa música tinha para mim”, acrescenta a cantora que se aventurou pintando gravuras abstratas, misturando as cores que escolheu para cada música que compõe o disco.

 

Abaixo, confira na íntegra uma entrevista que fizemos com a artista.

 

 

Você não considera que seu som seja definido como um único seguimento. Em COR, como você trabalhou essa mistura de ritmos?

Eu tenho referências muito diversas e nunca consegui isolar meu trabalho dentro de algum estilo específico, porque acho que perderia muito dos outros. Por isso, sempre cantei de tudo, meu repertório é amplo e isso se refletiu muito no COR, que ganhou sambas, pop’s, baladas, rock, de tudo. Não limitei a diversidade de repertório que se apresentou pra mim.

 

Em COR há muita poesia, não é? Qual a mensagem que você pretende transmitir ao público?

Sou uma apaixonada por poesia. Acho um fator importante (em certos contextos acho um fator determinante, inclusive) e levo isso muito a sério na minha escolha de repertório. Escolhi a dedo canções que passassem alguma mensagem ao ouvinte, das mais confortantes às mais reflexivas. É um álbum com uma temática muito diversa, desde o tão falado amor, passando por sonhos, até canções muito políticas.

 

Você costuma dedicar um tempo dos seus dias para a criação artística. Como isso aconteceu no álbum? Como foi seu processo criativo?

O álbum se chama COR porque, refletindo sobre as experiências artísticas que temos, cheguei a conclusão de que toda experiência vai envolver todos os nossos sentidos, mesmo que a música envolva principalmente a audição, por exemplo. Então decidi propor a relação entre música e cor, já que as cores sempre foram um elemento de expressão muito forte em mim. Eu amo fazer artesanatos e isso inclui alguns tipos de pintura também, então boa parte do meu dia-a-dia é rodeado de tintas, pinceis, etc. Inclusive toda a arte gráfica do disco foi feita a partir de pinceladas reais minhas.

 

Fale um pouco do conceito que você faz entre “cor e música”.

Cores causam sensações, músicas causam sensações, então porque não relacioná-las? Sempre uso alguma cor ou ouço alguma música que expresse o que sinto internamente naquele momento, então usei este conceito para atribuir uma cor a cada música do COR. E sempre sugiro que quem ouvir COR faça o mesmo!

 

É verdade que COR nasceu com a responsabilidade de dar continuidade ao premiado BRASILEIRICE, que lançou em 2013?

Sim, sempre que algum trabalho nosso ganha uma grande aceitação e, como no caso do BRASILEIRICE, é premiado, temos a responsabilidade de apresentar ao nosso público um novo trabalho tão bem feito e bem pensado quanto o anterior. No meu caso, ainda que sejam trabalhos diferentes, com elementos diferentes, ambos foram produzidos e pensados com o mesmo cuidado e capricho.

 

O álbum também marca a sua maturidade na música?

Entre o lançamento do BRASILEIRICE (2013) e o lançamento do COR (2018) passaram-se 5 anos e, assim como com todos nós, muitas coisas aconteceram na minha vida neste tempo. Inevitavelmente isso se reflete no meu fazer artístico, já que nunca fui nem pretendo ser uma artista que separa a vida pessoal do trabalho. Inclusive, no meu caso, acredito que ser artista é justamente trabalhar com aquilo que eu sou, que eu vivo, que eu penso. Não há separação entre nada disso, e por isso este trabalho vem com uma cara mais madura, ainda que sempre tenhamos muito o que amadurecer como artistas.

 

Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva o álbum?

A arte do rótulo (que vai impressa em cima do CD) é uma poesia que escrevi com o nome de cada música do álbum, na ordem em que elas aparecem. E pra quem ficou curioso, em algumas semanas teremos o disco físico para quem quiser adquirir e conferir esse detalhe que pensei com tanto amor.

 

Fique à vontade para falar o que quiser.

A arte cura e transforma, como escrevi em MOLDURA DE INFINITO. A arte me cura a cada dia que passa e me transforma naquilo que mais sonho ser. E pra sonhar a gente só precisa de imaginação, vontade e força, muita força. Não é fácil carregar um sonho nas costas, mas a cada pedacinho dele que se concretiza, é como se mais um pedaço das nossas asas crescessem.

 

 

 

 

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.