Com 11 composições inéditas, a cantora e compositora Ana Vilela – conhecida por seu grande sucesso, “Trem-Bala”, de 2017 – está de volta com seu mais novo álbum, “Melhor Que Ontem”. Lançado nessa sexta-feira (02), o projeto, já disponível via ONErpm, continua cheio de sentimento e empatia, mas explora tópicos ainda mais profundos da atualidade, falando sobre o amor, a solidão, os relacionamentos, a confusão dos últimos anos, a busca de sentido e novos significados, e a importância de seguir em frente.
No novo disco, seu primeiro em 4 anos, a cantora mantém seu olhar carinhoso e cheio de amor, trazendo uma mensagem de esperança: “Eu sei que é lindo o amanhã / Vai ser melhor que ontem / Amanhã vai ser melhor que ontem”, canta ela na faixa-título do projeto.
“Melhor Que Ontem” foi gravado no Boris Studio, no Rio de Janeiro, entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023. Além da banda que a acompanha na estrada, formada por Thalles Moura (guitarra), Dayson Eller (baixo), Lucas Roje (violão), Nalberthy de Paula (teclado) e Igor Nascimento (bateria), o álbum tem, nos metais, Lamir Teixeira (sax e flauta), Bira Trambone (Trombone) e Márcio André (Trompete). Nos vocais, além de Ana, o disco conta com Joana Castanheira, Rizzih e Vitor Conor.
Algumas faixas entraram em duas de nossas playlists rotativas
Faixa a Faixa
Em “Melhor Que Ontem”, a cantora Ana Vilela explora sátira, amor romântico (com a faixa “Cármico”, dedicada a sua namorada Amanda), amor à música e sentimentos também mais escuros, como a solidão e a auto-exploração. Confira mais sobre cada uma das 11 faixas inéditas abaixo.
- “Premissa”
“Essa fala da solidão e da confusão interna dos últimos dois anos, quando tudo virou de cabeça pra baixo e tive tempo suficiente para questionar minha vida inteira e entender que muita coisa não fazia sentido algum. A ambiguidade das frases ‘Eu nunca soube ser tão só, eu sempre precisei ser só’ trazem o choque que eu senti na pandemia. Foi a primeira música escrita no camp. Leva esse nome porque éramos três compositores (Ana, Rizzih e Vitor Conor) que não tinham o costume de compor em grupo e a ideia dada vinha acompanhada da frase ‘Ó, premissa tá? É só uma ideia’”.
- “Frisson”
“Fala do amor apesar da rotina. Do casal que ainda vê graça um no outro, nos pequenos detalhes, que ainda espera ansioso o dia acabar para poder se encontrar depois de um dia de trabalho, que ainda se olha com desejo. ‘Pode haver monotonia mas há de arder aquele nosso frisson’”.
- “Dialeto Secreto”
“É uma carta de amor à música. Eu nunca estudei música de forma séria, tudo o que eu sabia eu aprendi na internet. Por isso, desde que ‘Trem-Bala’ estourou e eu me “entendi” cantora, cheguei a me questionar algumas vezes se era isso mesmo que eu devia fazer da vida, mas, não tinha jeito, toda vez que eu ouvia uma canção que me tocava demais, ou que eu pisava no estúdio, eu me sentia de um jeito que mais nada na vida me fazia sentir. ‘Dialeto Secreto’ traz essa conversa com a música de um jeito muito sincero, meu dialeto secreto, e é através dela que consigo me expressar e me comunicar com o mundo”.
- “Quem Me Conhece Sabe”
“Essa é uma sátira que fala do ambiente digital caótico que durante a pandemia foi nossa única janela pro mundo lá fora. Várias vezes durante os últimos anos eu pensei (e eu tenho certeza de que não só eu): ‘as pessoas estão ficando loucas, o que tá rolando?’. A música fala também, sarcasticamente, de como a gente criou figuras que descobriram na internet uma forma de contar uma história que não existe, de ser um personagem disfarçado de pessoa real, que é perfeito, não erra, não sangra e tem uma vida perfeita e invejável”.
- “Aflora”
“Outra carta, dessa vez pra mim mesma aos 12, 13 anos, uma criança e depois adolescente homossexual dentro de uma família extremamente conservadora e católica. Quando eu me apaixonei, tudo era incerteza. Quando eu fui arrancada do armário, por mais que essa insegurança tivesse se dissolvido um pouco no amor que recebi da minha família, tive muito medo de ter que ser “metade eu” pro resto da vida. ‘Aflora’ veio como uma carta que eu nunca recebi, mas, adoraria ter recebido, dizendo que no fim da tempestade tem sempre um arco-íris lindo, e que por mais que seja difícil, uma hora o controle da nossa vida vem pra nossa mão e viver a felicidade do jeito que a gente acredita é só uma questão de tempo”.
- “Flying Cars”
“‘Flying’ nasceu depois que eu assisti à um vídeo do curso da cantora Alicia Keys no Masterclass, onde ela fala sobre composição com empatia e conta a história de ‘Perfect Way To Die’, música que fala sobre a história de dois jovens pretos assassinados pela polícia americana. Ela me levou a pensar sobre como é possível estarmos em 2022, vivendo ao mesmo tempo em que são inventados carros que dirigem sozinhos e robôs que entregam pizza, e ainda assim continuarmos aceitando e até nos habituando com coisas como a fome, pobreza, violência policial, um racismo sistemático escancarado e todo tipo de preconceito”.
- “Mergulho”
“‘Mergulho’ chegou quase pronta através do Vitor (Conor). A letra é um poema de uma amiga dele, mas a enxergo no contexto do disco como uma fuga da realidade, uma viagem interna. Praticamente um mergulho em si mesmo, e eu acho que essa música tem muito essa vibe de um lugar utópico onde a gente se encontra em completa paz interior”.
- “Cármico”
“Essa música foi escrita pra Amanda, enquanto ela dormia ao lado do piano. Pensei sobre os últimos anos, sobre a nossa história, e lembrei de como o amor parecia difícil demais antes de sermos nós duas. ‘Não é possível que possa ser simplesmente leve assim’. Cármico é uma carta de amor, um grande ’obrigada por ter estado aqui apesar das tempestades e ter feito tudo mais fácil, que bom que eu tenho você’.”
- “Do Jeito Que Você Deixou”
“Essa música nasceu um dia depois que acabou o song camp. Depois de uma semana de sol e calor, a chuva caiu com força e reforçou a melancolia que a gente estava sentindo. Eu estava arrumando o meu escritório, que foi o QG do projeto todo, e colocando tudo no lugar à contragosto. Compartilhei no nosso grupo esse sentimento, e os meninos no mesmo instante disseram estar sentindo a mesma coisa. Com essa melancolia toda e esse medo de nunca mais viver nada parecido, eu e Rizzih escrevemos ‘Do Jeito Que Você Deixou’ pelo WhatsApp”.
- “Dirty Abusion/Dramaturgia”
“‘Dirty’ chegou pra gente através da Joana, que era pra ter estado no camp mas pegou Covid alguns dias antes. A gente queria que o dedinho dela estivesse nessa história e nesse disco. Ela fala sobre esse relacionamento abusivo que muita gente (eu inclusive) já viveu. Com ‘Dramaturgia’ a gente quis falar desse relacionamento abusivo, mas do ponto de vista da pessoa que já viveu e conseguiu sair falando com a pessoa que ainda está vivendo o relacionamento”.
- “Melhor Que Ontem”
“Essa música pra mim fecha com chave de ouro toda a história do disco. Eu me lembro de dizer lá no início, quando o camp nasceu na minha cabeça, que eu precisava escrever sobre tudo o que aconteceu nos últimos anos para ressignificar esse período e conseguir seguir em frente. Quando eu escrevi ‘Melhor Que Ontem’, que foi a última música do disco a ser escrita, senti que fechava um ciclo de muita dor mas também de muito aprendizado. Eu sempre fui uma pessoa irritantemente otimista, e isso mudou muito nos últimos anos, mas eu senti que “melhor que ontem” me trouxe essa esperança nos dias melhores de novo”.
CRÉDITOS
Capa da publicação: Capa do álbum “Melhor que Ontem”
Texto da assessoria de imprensa