20 de janeiro de 2025
Além da BR

Playlist “Além da BR” #211 – Sons do mundo que chegam até nós

Além da BR

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 211ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.

Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.

Robert Eddy – “What I Want” – (Canadá)

Qual é a ideia geral da música? What I Want é uma canção de amor escrita para minha esposa.

Sobre o que é a letra, o que ela diz? A música está dizendo que ela é tudo o que eu quero e tudo o que preciso. Não anseio por riquezas, fama ou aventuras grandiosas, que sou feliz apenas por estar com ela.

Em quais artistas e épocas da música americana você se inspirou para criar o som desta música? A música foi fortemente inspirada por John Prine. Na verdade, sonhei com John Prine na noite anterior a escrevê-la, e levei 20 minutos para escrevê-la, como se a letra estivesse sendo “dada” a mim.

Há algum fato interessante sobre este lançamento que você acha que deveria ser destacado? Talvez o fato de ser meu primeiro lançamento, depois de muitos anos como artista.

E finalmente, quem é Robert Eddy ? Robert Eddy é meu nome artístico. Sou um cantor/compositor de Saskatchewan, Canadá, e tenho tocado e cantado em várias capacidades por mais de 40 anos. Atualmente, atuo como artista solo tocando violão e cantando covers e originais. Tenho 60 anos.

Respostas Robert Eddy

Sayed Sabrina – “80 Proof” – (EUA)

Qual é a melhor sinopse para essa música? Para entender essa música 80 Proof, você tem que saber que ela foi escrita para uma atração de casa mal-assombrada e era uma coisa muito teatral conduzida pela história. Essa música é contada através do ponto de vista distorcido de um homem maligno e sombrio, da perspectiva das emoções e da dor de uma mulher. Ela conta a história de um amor que azedou. Sentimentos profundos de desencanto e mágoa.

Qual é o tema dela, por trás do instrumental? E como foi criado, o que inspirou essa composição? O tema por trás da parte instrumental da música era trazer o ouvinte para dentro da música, para fazer o ouvinte parte da emoção e da história da música. Isso tornou os vocais mais surpreendentes e mais desesperados quando eles apareceram pela primeira vez na música. A letra, portanto, tem mais impacto no ouvinte a esse respeito. Os vocais não chegam tarde, eles não são uma reflexão tardia. Eles não podem ficar quietos por mais tempo, pois eles entram abruptamente na música.

Musicalmente, que destaques você prefere fazer sobre essa música? Alguns dos destaques dessa música, por exemplo, são a estrutura da música. Quão raivosa e sombria ela é. Há algumas músicas no álbum assim. 80 Proof foi um pouco desanimador para mim cantar, mas eu entrei no personagem da música e retratei o temperamento dela. Acho que pareci raivoso, agitado e perturbado. Foi um destaque para mim ser expressivo assim. A música é fortemente conduzida pelo baixo. No entanto, tem um toque quase jazzístico. Os acentos de guitarra são provavelmente meus favoritos na música e como o baixo e a guitarra estão entrelaçados por toda parte. O outro destaque é como a música tem um groove tão bom para uma música de hard rock. Você não pode deixar de se mover com isso.

Finalmente, quem é você como artista e o que este lançamento diz sobre isso? Quem eu sou – é um artista, alguém que sempre foi fascinado por música, sons, natureza e natureza humana, arte de todos os tipos. Os humanos são fascinantes. Lindos e assustadores, ao mesmo tempo. Eu também sou mãe e isso me leva a ser fiel a quem eu sou. Não gosto de vaidade, competição ou crueldade. Acredito em ser honrada e gentil. Também toco e crio o que eu gosto. Faço o que escolho fazer com minha arte. Esse é meu superpoder.

Dito isso, o relançamento do álbum nightmare collection é porque pensei, “por que não”. Foi feito há muitos anos e foi uma das primeiras vezes que produzi alguma coisa. Essa coisa de casa mal-assombrada parecia divertida, havia uma história elaborada de um louco louco. É música de Halloween, sombria e assustadora, há até uma divertida canção infantil boba.

Respostas Sayed Sabrina

Hank Lawson – “Chasin’ Wild Dreams” – (EUA)

Para começarmos, Hank, peço que você tente “dar a melhor sinopse” desta música. “Chasin’ Wild Dreams” é uma balada country rock reflexiva sobre um homem que relembra sua vida de buscas imprudentes e oportunidades perdidas. Enquanto outros encontravam estabilidade, amor e propósito, ele perseguia emoções e indulgências passageiras, o que o deixava vazio e perdido. Seus sonhos selvagens, antes alimentados por um fogo de ambição e rebelião, há muito se extinguiram, deixando-o no escuro com nada além de arrependimentos. Agora, ele deseja ter escolhido um caminho diferente, lamentando o amor e a paz que escaparam como areia por suas mãos.

Qual foi a fonte de inspiração desta música? A inspiração para essa música vem diretamente da minha própria vida, de uma experiência vivida.

Qual o conceito da arte de capa e por que a escolheu? Quanto à arte da capa, é uma foto minha tirada em Dakota do Sul pela minha cara-metade na época. Eu não tinha ideia de que ela a tirou, então é 100% genuína e, para mim, pessoalmente, representa a junção de uma fase de transição na minha vida que se conecta diretamente ao tema da música.

O que esta música diz sobre a música e a cultura do seu país? Acho que a música reflete alguns temas-chave na música e cultura americanas, particularmente dentro dos gêneros country rock e americana. Ela captura a noção romantizada geral de individualismo e a busca pela liberdade, frequentemente associada ao sonho americano. No entanto, ela também critica o lado mais sombrio desse sonho — quando a busca pela realização pessoal por meio da busca por emoções e indulgência leva ao arrependimento e à alienação. Essa dualidade, eu acho, é um fio condutor na cultura americana, onde os ideais de autoconfiança e a busca por significado frequentemente entram em choque com as consequências de viver sem restrições. Espero que a música também espelhe os valores de redenção e reflexão, enfatizando que, embora a liberdade seja valorizada, o custo de viver sem conexão ou compromisso pode ser profundo. Em seu lamento pelo amor perdido e pelo tempo desperdiçado, “Chasin’ Wild Dreams” ressalta a tensão cultural entre o desejo por aventura e o anseio por estabilidade, ressoando profundamente com as raízes da América tanto na fronteira selvagem quanto na busca por um lar.

Respostas Hank Lawson

Dave Belding – “Scars of Our Creation” – (EUA)

Mensagem da Canção: A mensagem central dessa música gira em torno da ideia de que a história tende a se repetir e, como sociedade, muitas vezes falhamos em aprender com nossos erros do passado. Nós nos encontramos presos em um ciclo vicioso, repetindo os mesmos erros sem realmente evoluir ou crescer. É uma reflexão sobre os padrões da humanidade e as consequências de não confrontar essas lições.

Questões pessoais ou atuais: Embora a mensagem da música fale em uma escala ampla, ela também é profundamente pessoal. É um sentimento que ressoa não apenas comigo, mas provavelmente com muitos outros que sentem a frustração de assistir aos mesmos erros se repetirem repetidamente, tanto em experiências pessoais quanto no mundo maior ao nosso redor. Nesse sentido, parece uma verdade universal com a qual todos podemos nos conectar.

História por trás do álbum/capa: A arte do álbum é simbólica, apresentando uma ampulheta com uma bomba nuclear explodindo dentro dela. Essa imagem representa o conceito de tempo se esgotando, e a bomba significa a inevitabilidade de cometermos erros catastróficos novamente. A ampulheta é um lembrete de que, a menos que mudemos, o ciclo continuará, com consequências potencialmente devastadoras.

Aspectos curiosos ou interessantes: Um dos aspectos mais interessantes dessa música é a maneira como ela se inclina fortemente para uma mistura de elementos eletrônicos de EDM com uma base de metal/rock. Sempre fui fã de fusão de gêneros, e essa faixa realmente me permitiu ultrapassar esses limites. É um passo fora do normal para mim e um reflexo da minha paixão por experimentar com som.

Respostas Dave Belding

Roman Sol – “Bossa Season” – (Cazaquistão)

Roman, você consegue fornecer aos leitores do ALÉM DA BR um resumo do que é esta canção? Acho que essa música é sobre o clima de outono e primavera. Imagino a atmosfera de uma cafeteria e um terraço de verão.

A música tem uma identidade bossa nova muito forte, por que escolheu trabalhar este gênero musical brasileiro? Eu queria escrever música de fundo para cafés, lojas e lugares públicos no meu país e na Europa e no mundo. Bossa Nova é o melhor gênero relaxante que é agradável de ouvir enquanto se está em um café ou andando por um shopping center.

Esta composição nasceu por que e como, qual sua fonte de inspiração, afinal? A história de escrever essa música é muito interessante. Eu a escrevi em dois dias. Eu deveria fazer uma viagem para a Rússia, para a cidade de São Petersburgo. Mas de repente fiquei doente e mudei minhas passagens aéreas com dois dias de antecedência. E nesses dois dias livres eu escrevi essa faixa! Eu imediatamente a enviei para a empresa de aluguel de música em cafés na Rússia. Eles aprovaram imediatamente. Quando voei em uma viagem para a cidade de São Petersburgo, no dia seguinte essa música já estava tocando lá em um café no centro da cidade. Minha inspiração foi que eu queria que minha música fosse tocada em lindos cafés, cafeterias. E esse objetivo se tornou realidade em 3 dias!

Como está música faz uma ponte entre a música brasileira e a sua música regional? Eu sou do Cazaquistão. A música da nossa região é, claro, diferente, tem elementos asiáticos e árabes. Mas eu sempre gostei e me inspirei no som latino-americano, eu tinha que fazer música para danças de samba. Meu nome artístico também soa em espanhol « Sol » – Sol, Roman Sol – « Sol Romano », porque eu trago um clima positivo e ensolarado com minha música.

Há alguma outra curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar?

Acho que no futuro comporei algo mais brasileiro. Meus principais ouvintes no streaming são o Brasil! Eles ouvem minha música “Golden Belly Dance” para dança do ventre, danças orientais também são muito populares no seu país!

Respostas Roman Sol

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.