12 de maio de 2025

Playlist “Além da BR” #275 – Sons do mundo que chegam até nós

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 275ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.

Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.

Liz Bills – I’m Scared (To Fall In Love Again) – (EUA)

Qual é a melhor sinopse deste lançamento? “I’m Scared (To Fall In Love Again)” é o primeiro single do meu álbum de estreia,  Change  — uma coleção de canções acústicas íntimas sobre luto, simplificadas com piano e violão.

Quando surgiu essa composição? Eu escrevi essa música há uns 4 anos.

E a letra, o que ela diz especificamente? A letra explora o sentimento paradoxal de encontrar conforto na dor.

**Conte-nos sobre seu novo álbum, do qual essa música é uma das faixas? **‘I’m Scared (To Fall In Love Again)‘ é o primeiro single do meu próximo álbum,  Change .

Lançarei mais singles durante o verão, e o álbum completo será lançado neste outono!”

Por fim, conte-nos quem é a artista Liz Bills? Conhecida por suas performances envolventes e cheias de energia, e vocais poderosos e carregados de emoção, além de apaixonada e honesta em suas composições e presença de palco, Liz é corajosa e ao mesmo tempo incrivelmente vulnerável e real, levando você a uma viagem selvagem que é inebriantemente doce e perigosamente feroz.

Há algo de curioso que você queira destacar? Os destaques incluem a indicação de Cantora/Compositora do Ano no Boston Music Awards de 2020, 2021 e 2022, vencendo os prêmios de “Ato Pop do Ano” em 2021, “Ato Roots do Ano” em 2019 e “Ato Rock do Ano” em 2018 no New England Music Awards, abrindo para Bon Jovi no Mohegan Sun em 2017, vice-campeã no Aloft Rising Star de 2016 com Daughtry e uma aparição nas semifinais do Rock Rumble de 2016 da WZLX. Liz ficou entre as 30 melhores finalistas femininas na competição American Idol de 2013 e foi comparada a cantoras como Grace Potter, Maggie Rogers, Florence and the Machine e Janis Joplin.

Respostas Liz Bills

Horizyn – THE MAGICIAN – (Reino Unido)

O que inspirou essa música? Uma amizade que eu tinha e que era confusa, pois eu tinha que tentar me manter longe de sentimentos românticos ou lascivos que eu tinha por ela.

E musicalmente? A inspiração veio da música drill do Reino Unido e do amor que tenho pela música old school de Bollywood que ouvi quando criança, então fundi os dois.

A arte de capa da música, qual sua ideia? Representa a carta do tarô mágico, que se conecta com meu lado espiritual e o fato de que a carta do mágico significa que posso manifestar minha realidade, e nesta música eu manifestei esse apelo onde a mulher não consegue me deixar ir porque eu tenho esse apelo mágico especial ao qual ela não consegue resistir.

Respostas Horizyn

José Pérez Vargas – Hide and Seek – (Chile / Argentina)

O que é este lançamento? Hide and seek é o primeiro single do meu próximo disco de composições originais. É uma obra instrumental que mistura elementos do jazz contemporâneo, do funk e da música experimental. O título faz referência a um estado emocional e social, à sensação de estar desconectado de si mesmo ou do entorno, e busca transmitir isso por meio de climas sonoros intensos, contrastes rítmicos e uma narrativa musical que evolui sem precisar de palavras.

Em quais artistas e movimentos musicais essa música se inspira? A música de Alienación é influenciada por artistas como Jaco Pastorius, Marcus Miller, Herbie Hancock, Wayne Shorter e o movimento do jazz fusion dos anos 70 e 80. Também há uma forte inspiração na cena contemporânea do jazz experimental, com referências como Avishai Cohen, Esperanza Spalding e projetos que cruzam o jazz com a música eletrônica ou os grooves do funk e do hip hop instrumental. Me interessa muito a abordagem composicional de artistas que constroem atmosferas e contam histórias sem a necessidade da voz cantada.

O que originou a composição? A composição nasceu em um momento de profunda introspecção, em que eu me sentia estranho a muitas coisas que antes me eram familiares. Esse sentimento de estranhamento, de olhar de fora até para o que é próprio, foi o motor que deu origem à ideia musical. A peça começou com um riff de baixo, e a partir daí cada instrumento foi adicionando camadas que reforçavam essa atmosfera. Há uma busca consciente de traduzir emoções complexas em estruturas musicais.

É possível estabelecer uma conexão entre essa música e o Chile? Sim, existe uma conexão afetiva e simbólica com o Chile. Embora a obra não faça referências explícitas à música chilena, a experiência de ter vivido momentos importantes da minha vida no Chile, e de ter me nutrido do intercâmbio cultural com músicos de lá, certamente deixou uma marca na minha maneira de compor e de pensar a música como espaço de reflexão e resistência. Além disso, o conceito de alienação também pode ser lido em uma chave social, e nesse sentido se conecta com lutas que têm ocorrido em vários países da América Latina, incluindo o Chile.

Quem é José Pérez Vargas? José Pérez Vargas é baixista, compositor e professor radicado na Argentina. Venho desenvolvendo uma carreira ligada ao jazz, ao funk e à música contemporânea, tanto como solista quanto em colaboração com outros artistas. Além de tocar baixo elétrico e contrabaixo, gravo no meu home studio e dou aulas, sempre com uma abordagem que integra o técnico, o expressivo e o social da música. Alienación faz parte de uma nova etapa onde exploro uma linguagem mais pessoal e ousada.

Respostas José Pérez Vargas

El Calupoh – Los buenos somos más – (México)

Qual é a definição de música em geral? Minha música tem influências de trap latino, rap e hip hop. Tento passar uma mensagem positiva de protesto contra tudo o que está acontecendo no mundo, tentando conscientizar as pessoas.

O que você diz na letra, qual é sua mensagem? Há mais de nós, bons!! Não importa de onde viemos, não importa a cor da nossa pele ou nossa cultura, somos todos iguais e devemos nos unir contra as ditaduras. Devemos ajudar uns aos outros porque somos o povo.

O que realmente inspirou a composição? O desespero de ver notícias tristes todos os dias e sentir que o mundo precisa de mais amor e não de guerra.

Há algo interessante que você gostaria de destacar? A importância de letras positivas na música para dar esperança aos nossos jovens e uma cultura que promova bons valores.

Afinal, quem é El Calupoh? O Calupoh é uma raça de cão-lobo mexicano. É a minha maneira de representar o bairro na música, com letras profundas e rápidas que falam sobre coisas que os outros não ousam mencionar.

Respostas El Calupoh

Siret Tuula – “Heartfall” – (Estônia)

Musicalmente, como você descreve esse lançamento? Musicalmente esse lançamento pode ser descrever como jazz suave, positivo e melódico.

Quais ideias você desenvolve na letra da música? É sobre como você não pode controlar quem seu coração escolhe. Aquele momento em que você percebe que a pessoa por quem você se sente atraída não está emocionalmente disponível – e, lá no fundo, você sabe que não é seu papel consertá-la. Mas mesmo assim… você tenta. Porque esse é o seu padrão. Você se apaixona pelo potencial. Você se apaixona por pessoas que precisam ser salvas. E agora, você está cansada disso. Você quer quebrar esse ciclo. Você quer um amor que te sirva, que te nutra — um amor que você realmente merece. Você quer parar de se agarrar à ideia de quem alguém poderia ser, e deixar para trás as expectativas que seus ex construíram como andaimes ao redor do seu coração. Você quer algo real. Você quer reciprocidade. Você quer paz.

O que a originou, o que inspirou a composição? É inspirado por uma experiência pessoal e um padrão de relacionamento. A música é inspirada no jazz old-school (Fitzgerald etc.).

Qual a relação dessa música com o seu país, a Estônia? Nada mais, nada menos, do que eu sou estoniana e as pessoas sobre as quais isso se trata são estonianos. Fora isso, é uma música bastante internacional e uma experiência universal.

E, afinal, quem é a cantora Siret Tuula? Siret Tuula é uma cantora, atriz e artista de voz da Estônia, cujo trabalho abrange teatro, cinema, dublagem e música. Conhecida por sua profundidade emocional e versatilidade, ela traz autenticidade e sutileza a cada performance, seja nos palcos ou na intimidade do estúdio.

Com formação nos métodos Stanislavski e Meisner, além de uma base sólida em piano clássico e estudos vocais, Siret vem aperfeiçoando sua arte há mais de uma década, transitando entre diversos gêneros. Sua trajetória passou pelo punk, pop, jazz e cabaré, sempre guiada pelo amor à narrativa musical sensível e melódica.

Agora, Siret entra em cena com seu álbum de estreia, To Mr. X, uma coleção profundamente pessoal de canções autorais com influência do jazz, inspiradas nos homens que deixaram marcas em sua vida. Escrito e composto por Siret, o álbum foi arranjado em colaboração com músicos da Finlândia e da Estônia, mesclando intimidade lírica com instrumentação rica e um toque teatral.

Mais do que uma estreia, To Mr. X marca o início de um novo capítulo criativo, onde cada canção é uma história e cada emoção se transforma em música.

Respostas Siret Tuula

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