Embora polonês, Ratyński é um violonista que compreende perfeitamente a contribuição e o valor da música brasileira para a música mundial, algo que, as vezes, nem mesmos nós, brasileiros, conseguimos enxergar. Em entrevista especial à Arte Brasileira, o cara enfatizou que “não existe violão sem música brasileira”.
“A contribuição dos artistas brasileiros para o desenvolvimento da música que o mundo inteiro canta e dança, chora e sente saudades é enorme. Principalmente nas obras escritas por B. Powell, L. Bonfá, Tom Jobim ou mesmo HV Lobos é possível encontrar uma mistura de todos esses sentimentos ao mesmo tempo. Ouça o primeiro solo de ‘Apelo’ – há dança e contemplação ao mesmo tempo, e no nível musical a Bossa Nova encontra J. S Bach.”. cconto-nos ele.
Ratyński menciona que como violonista e compositor, o repertório de todas as nações os soa interessantes, mas o da música brasileira e de seus mestres completam seu coração e alma, “Sinto que estou próximo das raízes da música que vai direto ao coração dos ouvintes. E é disso que se trata o meu tocar.”
Toda esta devoção pela música brasileira resultou também na gravação de sua própria versão da música “Apelo”, de Baden Powell. “E entendo esta música não apenas como uma canção de amor desesperadamente triste, mas como um enfrentamento decisivo e digno de situações difíceis e finais quando perdemos alguém que amamos e a consciência de que estamos jogando pela vida com um adversário mais forte.”, explica ele.
Sobre o seu toque em “Apelo”, o polonês nos diz que “PR: A versão se aproxima da atuação do compositor, que tocou em trio com percussão e contrabaixo. Naturalmente, o groove fica exposto de uma forma diferente – no som da guitarra, principalmente na introdução e entre as partes individuais, e o baixo fica mais delicadamente delineado, mas fiel ao original. Eu queria que a música soasse íntima e poderosa ao mesmo tempo. Definitivamente e suavemente. Espero que tenha conseguido.”
Por favor, escute isso!