18 de março de 2025

[ENTREVISTA] Duo FX navega pelo pop rock em EP de estreia

(Foto/Divulgação)

 

O destino é uma loucura. Uma das provas disso é o Duo FX, formado pelo baterista Fafel Borba e o cantor Felipe Xaxá. Os dois se conheceram na escolinha de futebol do Botafogo. Tudo indicava um sucesso no mundo da bola, mas a vida os entregou outros rumos.

No colégio, se encontraram novamente, ambos adolescentes. Nesse encontro, descobriram que tinham outra paixão além do futebol: a música. O pop rock os uniu em uma banda, e depois passaram a compor juntos.

Este ano, resolveram voltar a ativa, mas dessa vez como FX, ao lançar o EP “Duo”, com cinco faixas inéditas e autorais.

Ao avistar o sucesso, a Revista Arte Brasileira entrevistou os músicos. Confira:

 

 

O álbum “Duo” tem alguma música de trabalho? Se sim, seria “Me Dá um Sinal”?

Nós não temos uma música de trabalho definida para este EP. “Me dá um sinal” foi o single de lançamento do EP, e por ter a participação tão especial da Barbara Borges e do modelo Pedro Perestrello no videoclipe acreditamos que seja uma música que vai agradar bastante a galera.

 

A letra de “Me dá um Sinal” é inspirada numa história vivida por Fafel. Que história é essa?

Eu namorei 4 anos uma pessoa.

Ocorre que ficamos um período separados e, durante esse período, ficamos um tempo sem nos encontrar.

A questão é que eu sempre pensava nela… Um dia eu a vi do outro lado da rua. Não sabia se eu devia falar ou se eu devia fugir.  Cheguei perto e comecei a gaguejar, me confundir todo [risos]. 

No final, nos beijamos, e eu pensei: “Cara, isso dá música…”

Estamos juntos até hoje. No total, já são 12 anos juntos, e somos pais de dois lindos filhos.

 

https://www.youtube.com/watch?v=RsuUB-7nvyQ

 

Por outro lado “Do Nosso Jeito” reflete uma experiência marcante de Xaxá. Fale sobre isso.

Engraçado que a história do Fafel é parecida com a minha. Essa música eu fiz em um período conturbado do meu relacionamento. Eu e a minha atual esposa ficamos um tempo separados e essa música eu fiz para ela durante esse período.

A letra reflete exatamente esse período. Quando eu toquei essa música no violão para ela, ela percebeu que o nosso “lance” era sério e que a gente podia guiar de um jeito melhor “do nosso jeito”.

Somos casados até hoje e temos uma filha linda.

 

“Vem Ver o Sol” tem uma melodia e letra que é perfeita para um luau na praia [risos]… Comente.

É verdade. Essa música Fafel escreveu o refrão pra uma pessoa que ele namorou na adolescência. Quando ele chegou pra mim com esse refrão eu disse pra ele: “Cara, isso é muito bom!” E fizemos o restante da letra e melodia juntos.

Tomara que a galera curta essa música e toque bastante na praia, porque foi na praia que eu fiz esse refrão [risos].

 

Não sei se vai agradar vocês, mas “Um Pouco Mais de Você” e “Hoje Eu Te Liguei” me lembrou muito a pegada das músicas da LS Jack [haha]…

A gente se sente muito honrado. LS Jack é uma das nossas inspirações como banda e como artistas. Somos fãs deles, gostaríamos que eles estivessem juntos até hoje, mas infelizmente tiveram um contratempo.

 

Todas as músicas são assinadas por vocês dois. Nisso, eu achei muito interessante que vocês não se lembram exatamente quem fez o que em cada uma das músicas.

Verdade. Nós começamos a compor quando ainda éramos adolescentes. Fomos integrantes de uma banda chamada Rota in Certa (na internet ainda dá para encontrar alguma coisa). Ganhamos festivais, gravamos discos, viajamos, fizemos turnês etc. Nós éramos os únicos compositores da banda. Quando o Xaxá aparecia com alguma coisa eu dava as minhas opiniões e vice-versa.

É engraçado porque um dia a gente contou e, juntos, a gente tem mais de 50 composições, e toda hora surge algo novo. O próximo EP que já estamos gravando tem 3 composições que surgiram recentemente.

Se eu mostrar o começo de uma música pro Xaxá e ele não se animar, eu nem levo a música pra frente. [Risos]. A gente confia no gosto musical um do outro.

 

O EP como um todo, tem um conceito?

A gente sabe que um conceito artístico é fundamental.

Ocorre que nós começamos esse projeto de forma despretensiosa e fomos seguindo nosso sentimento. Como tocamos juntos muito tempo e nos conhecemos desde a infância, tudo fica mais fácil. A gente tem um objetivo, que nossas músicas transmitam bons sentimentos para quem está ouvindo, até porque muitas das nossas histórias podem ter se repetido com muita gente que está nos ouvindo.

Mas se for pra definir um conceito, “Good vibes only”. [Risos].

 

Vocês têm alguma(s) história(s) ou curiosidade(s) para nos contar?

Quando ainda tocávamos na banda Rota in Certa, resolvemos largar tudo aqui no Rio de Janeiro e ir morar em São Luís do Maranhão. Ficamos por lá uns três meses. Moramos juntos num apartamento e passávamos a maior parte do tempo ensaiando na sala. Não tínhamos dinheiro pra nada. Até que a gente conheceu um produtor muito maneiro – Fred- que nos colocou para tocar em tudo quanto é casa de Show de lá. 

Começamos a ganhar um dinheirinho que deu para pagar os nossos Pf’s [Risos]. 

O legal é que a galera de lá curtia a nosso som e a gente tinha um público que dava a maior força.

A banda acabou em 2007.

Ficamos de 2007 até 2019 sem tocarmos juntos e, no começo deste ano resolvemos regravar algumas músicas das antigas e algumas novas que compusemos nesse período. Estamos realmente surpresos com o retorno tão maneiro que a galera tem dado.

 

Fiquem à vontade para falarem algo que eu não perguntei e que vocês gostariam de ter dito.

Nós sabemos o quanto as bandas sofrem porque vivemos isso na pele. Hoje, mais maduros, podemos mostrar pro mundo nosso trabalho de uma forma mais consciente, sabendo o quanto que um trabalho artístico pode influenciar pessoas.

Como bem você disse, honrosamente, o LS Jack parece ter nos influenciado, e quem sabe daqui há alguns anos alguém não busque a inspiração na gente?

E, se nosso trabalho, de fato, agradar muitas tribos, como você disse, será importante saberem que não foi de um dia para o outro.

Estamos falando de mais de 15 anos de parceria musical, passando por momentos bons e ruins. 

O objetivo, na nossa convicção, não pode ser fazer sucesso pura e simplesmente.

O sucesso deve ser a consequência de um trabalho realizado sempre com “Good Vibes”.

 

 

 

 

 

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