19 de abril de 2025

Com produção de Dj Chernobyl, duo Fish Ventura lança a atípica “Severina Califórnia”


Capa do lançamento (Foto tirada pela própria banda)

Geralmente, quando a palavra “morte” aparece, logo nos colocamos diante de algo doloroso, triste e difícil de se engolir. No entanto, não é assim que o duo Fish Ventura enxerga o assunto. Pelo menos é isso que eles cantam em seu novo single, “Severina Califórnia”, que, na verdade, ama nova versão mais “elaborada” desta mesma canção lançada em maio deste ano, no formato ao vivo.

Por obra do acaso (ou não), a inspiração para escrever a letra de Severina veio em um momento global no qual a morte é recorrente em todos os cantos. Enquanto o mundo lamenta e sofre com as perdas derivadas, em boa parte, da pandemia, o Fish Ventura chega com um abraço apertado, tentando, ao menos, mostrar que é um há um lado mais “leve e bonito” sobre o assunto.

“Esta letra foi criada durante a pandemia, na qual convivemos tão perto de um assunto tão sensível que é esse, então tentamos trazer ela como uma passagem, como algo belo, que não temos como escapar, algo esperado, e que se certa forma está sempre muito próximo.”, explica Robson Black, que encabeça o projeto ao lado de Lucas Turski.

A letra de “Severina Califórnia” nos apresenta um eu lírico que, no processo de morte, passa a lembrar-se de sua vida, tanto do que viveu, quanto do que não conheceu. Nessa vibe de nostalgia, de últimos passos rumo ao desconhecido, o personagem da música se sente feliz por ter vivido uma vida plena, o que torna sua despedida mais suave, mais tranquila.

Poeticamente, o Fish Ventura não pecou em nada. Os versos são puramente poéticos, metafóricos, e que podem levar o ouvinte há várias interpretações, o que, também, é um dos intuitos dos caras. Autodeclarados “ocultistas” em suas letras, o duo pode ter encontrado seu auge nos versos “Mesmo sem te ver tenho a certeza de um dia te encontrar vestida de preto com seu gélido olhar, me entrego por inteiro” e “Me solto e fico leve e a matéria, não pertenço mais”.

Na mesma intenção de transmitir essa energia de positividade, vem a musicalidade do single. “Severina Califórnia” pode ser encarada como reggae rock, mas que flerta com várias nuances da música brasileira, e ainda abre espaço para incorporar o eletrônico. Esse último tem a marca intensa de Dj Chernobyl, que também assina a produção musical.

O arranjo é completado por seis diferentes instrumentos, tendo como destaque o trompete, trombone e a viola caipira (essa bastante inusitada, porém, já é a segunda vez que entra no som do fish Ventura).

A canção “Severina Califórnia” é uma viagem à um mundo pouco abordado na música nacional, ainda mais com essa forma positiva de enxergar a vida. O resultado dessa aventura você pode escutar em todas as plataformas de streaming. Confira aqui!

Junior Somensi / Divulgação.

SOBRE O DUO

O Fish Ventura é um duo encabeçado por Lucas Turski e Robson Black, surgiu em 2014, na cidade de Erechim-RS, e atualmente é um projeto que atua em Florianópolis-SC. 

Sua sonoridade é baseada no reggae fusion, e sem limites e preconceitos nas experimentações, porém, bastante focada nos ritmos de origem negra. Em suas letras, eles reverberam assuntos voltados para o ocultismo, liberdade, poder pessoal, amor, entre outros.

SOBRE DJ CHERNOBYL 

Fredi Chernobyl é guitarrista, compositor, produtor, baixista, beatmaker e DJ. É fundador da banda Comunidade Nin-Jitsu, na qual acumula dez discos, e apresentações com grupos como Red Hot Chili Peppers e Foo Fighters. 

Além disso, trabalhou com o produtor americano Diplo, em dois discos do Bonde do Role, e emplacou sua música “Marina do Bairro” como trilha do filme “Project X”, junto com Steve Aoki e Yeah Yeah Yes.

Com seus remix, venceu um concurso mundial do gênero, em uma faixa de Yoko Ono. Recentemente, trabalhou com Anitta, Tropkillaz, Snoop Dogg, Keila e Pablo Vittar. Chernobyl também foi contratado por vários selos internacionais, e tocou em festivais no Japão e em países da Europa, como Alemanha, França, Irlanda, Suécia, entre outros.

Foto tirada pela própria banda.

LETRA  

Lembro de tantos lugares que eu ainda não conheci, 

lembro do sorriso de alguém que eu ainda não encontrei

Já li tantos livros, fui a tantos lugares, sempre tentando encontrar
Já sentei na beira do mar, pra ver se eu via… Ela Chegar

Talvez me pegue desprevenido, distraído quando eu menos esperar
Talvez já esteja aqui, mas procurando não consigo enxergar
Mantenho a vontade comigo
E a minha vida vou aproveitar

Lembro de tantos lugares que eu ainda não conheci
lembro do sorriso de alguém que ainda não encontrei
Mesmo sem te ver tenho a certeza de um dia te encontrar
Vestida de preto com seu gélido olhar
me entrego por inteiro

Não carrego arrependimentos, e a minha carga e fácil de deixar
Não acumulei nada aqui, sabendo que não podia levar
Depois de ti não sei o que está por vir
Mas meu sorriso aqui vai ficar
Me solto e fico leve e a matéria… não pertenço mais

Lembro do alquimista que me falou, que a chave um dia ele me deixou
No cinzeiro perto da divisão lunar, pisando na Loucura o gênio iria brotar
Quando respiro, consigo me concentrar, mas não adianta mais
Pois tudo se resume num livro que ninguém vai ligar

Lembro de tantos lugares que eu um dia já conheci, lembro do sorriso de alguém que um dia eu encontrei

FICHA TÉCNICA (MÚSICA)

Viola e voz: Lucas Turski 

Produção musical: Dj Chernobyl

Vocal e guitarra: Robson Black  

Bateria: Daniara Regina Citadin  

Trombone: Gabriel Dos Santos Guimaraes  

Baixo: Gabriela Mafra De Araujo 

Trompete: João Paulo Trierweiller

Composição: Robson Black e Lucas Turski

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