É muito provável que você, leitor, já tenha ouvido falar do médium brasileiro Chico Xavier. Francisco Cândido Xavier é até hoje o maior ícone do espiritismo em nosso país. O mineiro de Pedro Leopoldo ficou mundialmente famoso com suas psicografias. Para quem não sabe, a psicografia nada mais é do que a capacidade que certas pessoas possuem de escreverem mensagens ditadas por espíritos.
Em 9 de julho de 1932, o então jovem Chico, publicou a obra “Parnaso de Além-Túmulo”. Resumidamente, este é um livro psicografado por poetas mortos. A primeira edição trouxe sessenta poemas de nove escritores brasileiros, quatro portugueses e um anônimo. Dentre os escritores, estavam presentes Augusto dos Anjos (1884-1914), Olavo Bilac (1865-1918), Artur Azevedo (1855-1908) e Casimiro de Abreu (1839-1860).
Obviamente, o livro causou um reboliço enorme na sociedade da época. Principalmente porque o estilo literário dos poemas era o mesmo dos artistas falecidos. Ah, e claro: também pelo fato de que Chico Xavier havia estudado apenas até a quarta série.
Membros da Academia Brasileira de Letras, críticos literários, poetas e até psiquiatras se manifestaram sobre a obra. Todos ficaram estarrecidos com a perfeição da escrita. O livro trouxe de maneira fiel, o simbolismo, romantismo, realismo e o parnasianismo que os artistas praticavam em vida. Estilos estes complexos e únicos de cada autor.
O médium foi processado judicialmente, pois a família de um dos poetas desencarnados ingressou com pedido requerendo os direitos autorais dos textos. E bom, a família do poeta perdeu. Os direitos autorais dos poemas permaneceram de posse da doutrina espírita.
O acesso à obra é muito fácil. Ela continua disponível nas principais livrarias do Brasil (e do mundo). Em sua última edição, a quantidade de textos psicografados subiu para duzentos e cinquenta e nove. E aí, você já leu este livro?