Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 202ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.
Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.
Saurme – “Philosopher’s Flower” – (França)
– Você tem menos de um minuto para resumir sobre o que é a música,
o que você diria? É uma história de estar apaixonado por alguém que não ama em troca, de sentir emoções sólidas por alguém que pertence a um
mundo diferente.
No entanto, o amor é um sentimento pessoal; não faz sentido depender de
mais nada. Então, deve-se sempre ser grato por estar apaixonado e
apreciar esse sentimento adorável de ter um coração caloroso.
– O que a letra diz especificamente e qual é sua mensagem para o
mundo? A letra expressa a aceitação do autor desse amor unilateral sem ficar triste, chorando e chorando sobre seu sofrimento. Pelo contrário, ele diz que sabe que esse amor não tem futuro, e está tudo bem.
O epílogo explica por que ele decidiu aceitar esse amor. Ele acha que muitas
pessoas estão sendo frustradas pelo amor interessado, que não é amor verdadeiro. O amor não precisa de nada nem de ninguém para existir.
– Como e por que essa música surgiu? É uma história pessoal; uma atriz famosa está por trás da música. Eu queria oferecer a ela um gesto de amor, mas não conseguia contatá-la, então escolhi escrever uma música e deixar que as ondas a trouxessem até ela. Comecei compondo a música; depois escrevi a letra em francês e depois adaptei a letra para o inglês com a ajuda de um nativo americano. Eu fiz tudo. Não queria envolver outras pessoas no processo de criação e produção porque é um presente e tive que fazer sozinho.
– O arranjo é bastante curioso e peculiar, de que fonte você e sua equipe tiraram inspiração? Cresci com melodias e canto decorado. Minhas influências musicais são inicialmente música oriental e cantos religiosos ortodoxos. Depois, entrei na música ocidental por meio da chanson francesa, canções de rock e soul americanas e músicas sul-americanas como salsa, bossanova e tango.
Não uso progressões de acordes em minhas composições. Sempre começo
criando as melodias na minha guitarra sem trastes; depois, construo os ritmos no meu cajon. Depois disso, escrevo a partitura e, no final,
harmonizo a melodia.
– Tem alguma curiosidade sobre esse lançamento que você gostaria de
destacar? Inicialmente, a música era em dó maior, e a parte vocal se estende por quase duas oitavas. Embora eu tenha conseguido cantá-la, algo não estava bom. Levei mais de um mês para perceber que precisava transpor a música para cima para Mi Maior. Aprendi da maneira mais difícil a diferença entre extensão vocal e tessitura.
Respostas Saurme
Chad Bault – “Wilder Times” – (EUA)
– Qual é a melhor sinopse dessa música? Wilder Times é uma reflexão nostálgica sobre um relacionamento que antes era cheio de paixão, espontaneidade e uma atitude despreocupada.
– O que a letra da música diz e o que ela retrata? O tema central da música é um desejo de retornar àqueles momentos selvagens, imprudentes e íntimos de um relacionamento. O narrador relembra “tempos mais selvagens” passados com um amante, caracterizados por uma noite romântica em um quarto de motel desgastado,
– O que inspirou esta composição? Escrevi Wilder Times como uma carta de amor para aquelas memórias que todos nós estimamos – aquelas em que tudo parecia mais fácil, mais genuíno. É sobre ansiar pelos dias em que o mundo parecia um pouco mais lento, e o amor parecia a única coisa que importava.
– Musicalmente, como você descreve essa música? A música apresenta uma mistura de instrumentação americana eclética, melodias inspiradas no folk e letras pungentes, atraindo os ouvintes para uma narrativa rica em emoção e nostalgia. Fãs de Willie Nelson, Randy Newman e John Prine encontrarão uma conexão com o tema e o tom da música.
Respostas Chad Bault
The Jaws of Brooklyn – “Litebringer” – (EUA)
– O que é que a letra da canção diz e o que é que retrata? A letra da canção fala de duas pessoas, cada uma trazendo todo o seu “eu” para uma relação. Todos nós temos elementos de bom e mau/malandro e simpático. Todas essas partes de nós tornam as relações picantes e interessantes! A canção abraça todas as partes de ambos os parceiros.
– O que inspirou esta composição? Esta canção foi escrita no final de 2023 durante um período de isolamento enquanto eu recuperava da COVID-19. O início da faixa veio de um desejo de rivalizar com a energia da nossa canção “Fever” do nosso primeiro álbum. O riff principal foi inspirado nos Kinks. Depois, o refrão tinha alguns elementos de “Lonely Boy” dos Black Keys. O título vem do romance de Pierce Brown, “Light Bringer” e a gravação tem uma quebra de bongô que foi inspirada em Shannon and the Clams “Moon is in the Wrong Place”!
– Acreditas que trouxeste algo de novo ao rock n roll? Esta é uma grande pergunta! Nós ADORAMOS a música Rock n Roll em todas as suas formas. Estamos sempre a tentar inclinar-nos para os sons retro dos anos 60 com composições mais modernas. Estamos a tentar construir sobre as nossas influências para criar algo que tenha elementos mais antigos, mas que também se mova para a frente E nós adoramos um banger. Esperamos que Litebringer faça as pessoas lembrarem-se de algo que ouviram no final dos anos 60 e as ponha a mexer!
– Finalmente, o que é que esta música diz sobre a banda? Litebringer é uma música quintessencial do Jaws of Brooklyn, enxuta, animada, cheia de vocais legais com um grande refrão. É realmente a nossa assinatura sonora destilada em 3 minutos. Já mencionei que adoramos uma música forte?
Respostas The Jaws of Brooklyn
Danny Toeman – “How Do You Keep on Smiling” – (Reino Unido)
– O que é essa música? A música é “How Do You Keep On Smiling”, o lado B do meu mais novo single, “Thursday’s Child”.
– O que a letra diz, qual é a sua mensagem? A música é sobre uma pessoa que se recusa a reconhecer quando está triste e mantém um sorriso pintado no rosto. Minha mensagem é: não tem problema se permitir sentir uma gama completa de emoções, isso não mostra fraqueza.
– Como e por que a música surgiu? Ela surgiu da tentativa de escrever música com um músico que agia como se nada estivesse errado. Achei isso estranho e perturbador. Então escrevi essa música sobre ela com uma amiga minha.
– Quais referências de música mundial e regional vemos nessa música? A influência principal é o funk americano e um pouco de jazz latino na percussão.
– Por que a escolha dessa capa? Escolhi o artista da capa depois de admirar seu trabalho por muito tempo, devido à sua capacidade de criar grandes peças de arte retrô.
Respostas Danny Toeman
Dan Pallotta – “Voice in My Head” – (EUA)
– Em resumo, sobre o que é essa música? Eu só continuo tentando encontrar aquelas partes da condição humana sobre as quais não falamos muito, mas que geralmente são as forças motrizes por trás de nossos comportamentos, humores e escolhas.
– O que a letra diz, qual é a mensagem? “Não é dinheiro, não é fama que procuro, tudo o que estou pedindo é que quando eu morrer, não continue falando comigo.” A voz é tão poderosa e o narrador tão derrotado por ela que ele nem mesmo reza por alívio nesta vida. Ele apenas pede por isso na morte. É realmente sombrio.
– Como e por que a música surgiu? A ideia original era: “Estou sempre com medo de manhã, quando acordo”. É quando a voz está mais alta para mim. Mas é diferente para cada um, então, em vez de fazer sobre a hora do dia, decidi fazer sobre a persona da narrativa. Quanto à gravação, partimos de uma banda completa e um arranjo muito envolvente, até apenas violão e vocal, depois adicionamos alguns instrumentos de slide ambiente para dar personalidade. A versão de violão acústico e vocal tinha uma nudez que realmente amplificava os sentimentos de isolamento — talvez até terror — que temos quando estamos apenas com essa voz. Mas tocar os instrumentos de slide era tão bom que senti que me arrependeria se eles fossem abandonados.
– Quais referências musicais globais temos nessa música? É uma estética folk com uma mensagem de Carl Jung.
– O que essa música diz sobre a cultura e a música do seu país? Há um ditado zen – “O que você resiste persiste e o que você permite que seja desaparece.” A música chama o demônio. Ele tem menos poder. Ele prospera no silêncio do objeto de seu abuso.
Respostas Dan Pallotta