Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 208ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.
Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.
Chauffeur et Parlak – “The Sleep Of Color” – (Suíça)
Em especial, o que “The Sleep Of Color” propõe aos ouvintes?
Esta faixa faz a gente mergulhar, afundar, se afastar, descendo para as profundezas do mar onde as cores desaparecem.
Como você chegou até a composição desta música?
A ideia é criar e desenvolver uma própria paisagem sonora que flutua tranquilamente em um ritmo constante de offbeat, com o pandeiro sussurrando e as guitarras ecoando nas profundezas de sua teia sonora.
Há algo curioso a ser destacado sobre o lançamento?
O pandeiro que pode ser ouvido nesta faixa, eu comprei há cerca de 25 anos no Brasil, de um senhor mais velho e renomado fabricante de pandeiros.
Enfim, o que aprendemos sobre vocês com esta música?
Nossa paixão por instrumentos extraordinários se reflete em nossa arte, na busca por criar atmosferas que evoquem memórias de momentos e sentimentos.
Respostas de Chauffeur et Parlak
Jim Duff – “It Was You” – (EUA)
Jim, é possível descrever esta música em uma ou mais frases?
Esta música foi escrita muito rapidamente. É uma reflexão que tenho sobre pessoas que são felizes e apaixonadas. É uma canção de amor.
A que se referem as palavras cantadas na música?
As palavras se referem a pessoas que estão apaixonadas e permanecem juntas.
Qual fonte de inspiração impulsionou esta composição?
Meus pais são a inspiração.
Musicalmente, qual sua descrição de “It Was You”?
Eu escrevi esta música em afinação Sol aberta. Parece que encontro inspiração em afinações abertas.
A capa da música serve de extensão do conceito dela? Como?
A capa representa um sentimento antigo com uma elegância moderna.
Respostas de Jim Duff
Faut qu’ça guinche – “Jamais plus” – (França)
Para começo de conversa, quem é Faut qu’ça guinche?
FQCG é um conjunto de 6 amigos da zona de Grenoble, na França. O grupo nasceu nos anos 2010, e já saiu 7 álbuns estúdios até hoje! A vontade do grupo desde sempre é de fazer que a gente dança e festeja ao som do acordeão com essa música popular francesa, misturada com a energia do rock n roll! Chamamos essa mistura Guinche n’roll!
A que se refere às palavras cantadas na música?
Essa canção foi escrita por Lucien, o cantor de FQCG. Fala de uma história de amor (pelo menos complicada!) entre duas pessoas. O menino anda por as ruas de Lyon, a esperar a uma garota que nao vem, provavelmente porque ela “dorme nos braços dum outro” .
Qual fonte de inspiração impulsionou esta composição?
Bom, eu não sei tudo da vida sentimental do nosso cantor, mas acho que se trata dele mesmo! Boas notícias é que finalmente acabaram por ser juntos com essa garota!
Quais são as referências musicais e artísticas diretas e indiretas desta música?
Na França há muitos grupos que tocam esse tipo de música, com a melancolia do acordeão, do violão, com um cantor com uma voz expressiva… então essa canção é mesmo como um tributo a esse estilo musical.
Além disso, achou que Lucien queria também falar da sua cidade na letra, dos seus bares e da vida noturna também (está a procura do seu amor nos bares de la Croix Rousse, um bairro de Lyon).
O que nos diz o videoclpe?
O clipe diz que com os spotlights de concerto parecemos muito mais bonitos.
Sinceramente, é uma parte uma maneira de descrever o que acontece com faut qu’ça guinche live, energia, motivação, sorrisos, e uma outra parte mas sobre Lucien, que anda contando nos sua canção nas ruas de Lyon!
Respostas de Florian, guitarrista da banda
Extra Time – “The Boy Who Dreamed Of The Stars” – (Austrália)
O que é este single, em termos gerais?
O single chama-se “The Boy Who Dreamed Of The Stars”. É uma canção sobre ser atraído para uma situação má por um abusador de crianças.
Qual é a mensagem desta canção?
A canção é uma forma de discutir o que aconteceu, de encarar esse facto e de perceber, com a ajuda da família e amigos, que podemos pôr para trás das costas as coisas más que acontecem na nossa vida. Há Há muita verdade no ditado que diz que o tempo cura todas as feridas.
Estabeleça uma ligação entre esta música e a música e a cultura do mundo e do seu país.
Tentamos contar histórias através da música. Não apenas através das letras, mas através da viagem das progressões de acordes. Achamos que há um lugar no mundo para a música harmonicamente rica que lida com
assuntos reais de uma forma que não insulte a inteligência do público.
O que é que o vídeo musical representa?
A nossa abordagem aos videoclipes é encontrar uma pessoa ou, neste caso, pessoas talentosas e deixá-las e deixá-las interpretar a canção à sua maneira. Não tentamos dar-lhes demasiada orientação porque as canções falam a toda a gente de forma diferente. Neste caso, Nikita Kibirev, o realizador do vídeo, também tinha teve algumas experiências traumáticas na sua infância, por isso acho que a canção falou com ele. Janelle Barone, que fez ilustrações e design de personagens, trabalhou com Nikita e criou uma peça de arte que representa perfeitamente a canção, de arte que representa na perfeição a canção.
Por fim, apresente-se aos leitores do Além da BR e diga-nos como este lançamento contribui para a sua carreira.
O Extra Time é um coletivo de amigos e músicos que criam histórias para músicas que interessantes, mas que não são necessariamente assuntos que a música mainstream normalmente aborda. A cada quatro anos, mais ou menos (quando temos músicas suficientes), vamos para o estúdio
e gravamos um álbum à moda antiga, ao vivo no estúdio e, no caso do Songs With Long Titles, diretamente para fita de 2 polegadas e 24 pistas.
Um abraço de paz!
Respondido pela banda em conjunto
Puerto Mariel – “Miércoles de Barra” – (México)
Quem é Porto Mariel?
Puerto Mariel é o nome artístico do mexicano Alex Castro. O projeto foi idealizado há muitos anos, quando eu era estudante do ensino médio, e tem como principal influência a música das grandes bandas de rock espanholas dos anos setenta, oitenta e noventa.
A que se referem as palavras cantadas na música?
“Miércoles de Barra” é a história de um amor apaixonado e tempestuoso. Do tipo que te deixa em estado de crise e se torna inesquecível. Daí o slogan da música ser “Porque não há dia para dor”. Foi inspirado numa experiência pessoal de Alex Castro, que teve início e fim, justamente, numa quarta-feira no bar.
Quanta cultura e música mexicana essa música tem?
A influência musical da música, mais do que mexicana, acredito, é latino-americana, pois se baseia em uma base de rock pop muito ao estilo argentino, que é matizado com tons de salsa e merengue que lembram Cuba e/ou Porto Rico, temperado com riffs de guitarra à maneira do mexicano Carlos Santana.
Qual a proposta do videoclipe?
O videoclipe tenta representar a história da música, mas sob a perspectiva de uma garota que se apaixona apaixonadamente por uma dançarina em uma noite aleatória de cabaré que ela frequenta com o namorado. Tente mostrar que o amor pode te surpreender no dia e no lugar menos esperado.
Você tem alguma curiosidade sobre esse lançamento que queira destacar?
“Miércoles de Barra” é a canção mais representativa de Puerto Mariel pelo seu sabor que serviu até de guia para desenvolver o logotipo e desenvolver o conceito do projeto. Se você gosta de ritmo e riffs de guitarra, você tem que ouvir.
Respondido por Alex Castro (Proprietário, cantor e guitarrista de Puerto Mariel)