Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”. Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 226ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes que nos são apresentados.
Até o primeiro semestre de 2024 publicávamos também no formato de texto corrido, produzido pela redação da Arte Brasileira. Contudo, decidimos publicar apenas no formato minientrevista, em resposta aos pedidos de parte significativa dos nossos leitores.
Regina Vandereijk – “Waters of the Deep” – (EUA)
– Por que nossos leitores deveriam ouvir sua música? Deus derrama Sua graça sobre aqueles que estão dispostos a recebê-la. Ele anseia por compartilhar Seu amor conosco e canta sobre nós.
– O que a letra transmite e o que os versos dizem? A música retrata a história do dilúvio de Noé, conforme descrito em Gênesis 6 e 7, ilustrando por que ocorreu. O dilúvio serve como um símbolo: o pecado da humanidade traz a ira de Deus, mas Ele derramou Sua ira sobre Jesus para salvar a todos nós. Portanto, o dilúvio representa nosso batismo em Jesus Cristo, que nos salva por meio da Ressurreição. É uma promessa de uma consciência pura para com Deus.
– Em que situação essa música foi criada? Em 2023, passei por uma temporada em que acordava muito cedo todas as manhãs para passar um tempo com Deus. Na maioria das manhãs, eu voltava a dormir, mas uma manhã, uma melodia veio a mim com uma clareza poderosa. Ela trouxe muitas lágrimas e um coração cheio de arrependimento, me levando a me afastar do pecado e me voltar para Deus — cheio de amor e genuíno remorso divino.
– Há algum aspecto específico deste lançamento que você gostaria de destacar? Jesus disse: “Quando o Filho do Homem retornar, será como foi nos dias de Noé.” Na história de Noé, os ímpios perecem enquanto os justos são salvos. Na história de Jesus, o Justo morre para que os ímpios possam ser salvos. Deus liberta Seu povo através da água. Que você levante seus olhos para testemunhar as maravilhas incríveis de Deus e abrace Sua salvação. Bênçãos, Regina .
– Quem é Regina Vandereijk? Um cantor/compositor dedicado a fazer Deus conhecido. Nasci e cresci nas montanhas da Carolina do Norte, mas atualmente resido em Gouda, Holanda. Minha paixão está em conhecer a Deus, receber Seu amor e compartilhar esse amor com os outros. Meu estilo musical é fortemente influenciado pela cultura e música dos Apalaches do Sul, incluindo folk, gospel, blues, country e adoração.
Resspostas Regina Vandereijk
Lancelot Chen – “Heaven’s Fall” – (Hong Kong)
– Por que nossos leitores deveriam ouvir sua música? Como um artista em ascensão, coloco alma e esforço em minhas composições. Sendo um garoto de 16 anos, enfrento pressões e desafios acadêmicos extremos, resultando na qualidade limitada de minhas músicas. Enquanto isso, eu mesclo minhas emoções sinceras da vida cotidiana na esperança de que algumas possam compartilhar e se relacionar com meus sentimentos em relação à vida.
E o mais importante, se um jovem de 16 anos pode perseguir seus sonhos musicais começando do zero, você também pode! Espero que minhas músicas inspirem você a perseguir seus sonhos, mesmo quando estiver na fase mais fraca da sua vida. Você está no controle e não é incapaz de nada.
– O que você canta na letra? O que os versos dizem? A letra é sobre a morte de uma pessoa amada. Os versos discutem como eu apreciei sua existência e uma mistura de emoções angustiadas, arrependimento e vazio. É uma conversa vazia para o nada da qual talvez eu nunca obtenha uma resposta. Versos como “pelo menos no final poderíamos dizer que somos amigos” e “neste mundo de achados e perdidos” afirmam sua importância e arrependimento por não passar mais tempo com ela e tratá-la melhor no passado.
A música inteira enfatiza o sentimento de perda e o remorso que se segue, e o resto das emoções podem ser encontradas diretamente na letra.
– Em que situação essa música nasceu? Esta música foi escrita em 10 de setembro de 2024, a mesma data do funeral da minha avó, alguns dias após sua morte confirmada por câncer de fígado. Ela é o membro da família que eu mais amava, e ela viveu uma vida relativamente curta de 68 anos.
Caindo em tristeza instantânea, criei essa música com tristeza sincera.
Pouco depois de terminar de rascunhar esta música, tive que sair de casa para ir ao funeral.
Respostas Lancelot Chen
Dark Triad – “It Could Be Worse” – (EUA)
– Quem é Dark Triad? Lancei o Dark Triad em 2024, após passar muitos anos em uma espécie de tundra espiritual, distante da música. É, em grande parte, uma banda de um homem só, onde faço quase tudo, exceto a mixagem ou qualquer coisa que exija entendimento de tecnologia. O nome vem do estudo psicológico dos traços de personalidade conhecidos como a “tríade sombria”: narcisismo, psicopatia e maquiavelismo. Para mim, o nome evoca uma consciência do lado sombrio da natureza humana que existe em todos nós, e minha crença pessoal de que, por mais que tentemos esconder algo de nós mesmos, isso acabará se revelando de uma forma ou de outra.
A música de Dark Triad desafia a categorização, pois cada música que escrevo parece ocupar seu próprio gênero. Se eu tivesse que escolher três músicas indispensáveis para mim, seriam: “Wild is the Wind” de David Bowie; “Decades” de Joy Division; e o tema de “The Good, the Bad, and the Ugly” de Ennio Morricone.
– Que história você retrata na letra da música e qual sua mensagem universal? “It Could Be Worse” foi inspirada pelo grande desconforto que sinto entre o pessimismo com que vejo o curso da humanidade — particularmente a crescente depravação da política americana — e o grande sentimento de segurança e alegria que encontro em meus relacionamentos pessoais mais próximos. A ideia é que não importa o quão ruim o mundo possa ficar, enquanto eu ainda tiver amor e companhia, poderia ser muito pior. Talvez, em algum nível, a mensagem da música seja um lembrete para focar no que está próximo e sob nosso controle, e aceitar — talvez com um pouco de humor sombrio — as coisas terríveis que estão além da nossa capacidade de mudança.
– Musicalmente, o que é esta música? Um pouco diferente das minhas outras músicas, a ideia central de “It Could Be Worse” nasceu como uma piada. A melodia do refrão surgiu ao tentar emular essas músicas divertidas de temas de sitcoms americanos dos anos 80. Gostei da melodia do refrão; de alguma forma, parecia algo que o McCartney em início de carreira solo poderia ter escrito. Mas tenho uma baixa tolerância a músicas açucaradas: se uma melodia feliz é combinada com letras felizes, o resultado é tão doce que se torna enjoativo. Então guardei a melodia até encontrar letras suficientemente cínicas como um contraponto. Para mim, compor é como cozinhar: se um prato está muito doce, ele se beneficia ao ser equilibrado com algo azedo ou salgado. Estou muito satisfeito com o resultado final. Musicalmente, é tão alegre quanto uma canção infantil, mas liricamente, estou claramente dizendo que o mundo está indo desastrosamente mal. A seção falada da música é uma brincadeira com o jeito que as baladas dos anos 50 costumavam ter uma parte falada, como em _“Are You Lonesome Tonight” _do Elvis. Gosto de como o Lou Reed usou esse recurso de forma meio sarcástica em “I Found a Reason.”
– Por que escolheu esta foto para a arte de capa? Esta é uma imagem estática do vídeo animado de “It Could Be Worse,” que recomendo assistir como complemento à música. Ele traz todas as letras à vida visualmente, graças ao talento do artista de Brooklyn William Kryjak. Nesta imagem, Rudy Giuliani — o ex-prefeito de Nova York, que ele próprio foi transformado de herói nacional a uma vergonha e motivo de riso — simboliza a vida selvagem sendo mutada por material radioativo, enquanto, ao fundo, as calotas polares estão derretendo.
– Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queira destacar? Esta música foi lançada intencionalmente cerca de uma semana antes da eleição presidencial dos EUA. Não sei se esse conceito existe no Brasil, mas nos EUA chamamos de “doom scrolling”: entrar em um estado de transe através das redes sociais, fixado em acontecimentos negativos fora de nosso controle. Lançei a música e o vídeo para oferecer às pessoas um alívio do doom scrolling, e pelo que posso ver, muitos de nós continuarão precisando de tal alívio nos próximos anos.
Respostas Dark Triad
Bea Stewart – “Still My Favourite” – (Reino Unido)
– Como você resumiria a música? Em resumo, é uma canção sobre querer deixar de amar alguém. Liricamente, é um pouco triste, mas também é divertida e você ainda pode dançar! É uma celebração de estar em uma jornada de cura sem estar do outro lado ainda.
– Você pode nos contar um pouco mais sobre a letra? As letras falam sobre muitas das pequenas coisas que fiz para tentar seguir em frente após um relacionamento. Queria ser honesto e reconhecer que essas coisas nem sempre são bem-sucedidas, mas também celebrar as pequenas vitórias que nos levam um passo mais longe da desilusão.
– Em que momento e por que essa música surgiu? Escrevi essa música com meu amigo Akira Kai. Nós fizemos faculdade juntos e costumávamos adicionar as músicas que gostávamos a uma playlist conjunta. Ele me mandou uma mensagem do nada um dia dizendo “Eu ainda adiciono músicas à nossa playlist” e concordamos que era uma letra legal e que deveríamos escrever uma música com isso… e então fizemos e ainda é a minha favorita!
– Como você acha que ‘Still My Favourite’ te ajuda a se destacar entre outros cantores e compositores no Reino Unido no momento? Há tantos cantores e compositores maravilhosos no Reino Unido agora e é muito difícil se destacar! Espero que a honestidade e a identificação ajudem e que as pessoas com corações partidos que ouvirem essa música se sintam um pouco mais leves e menos sozinhas.
– Há algum fato interessante sobre esse lançamento que você gostaria de destacar? Eu também lancei uma versão ao vivo de piano chamada ‘sad girl’ no mesmo dia, então você pode decidir se está no clima para dançar ou chorar!
Respostas Bea Stewart
Fabian Brusk-Jahn – “Nightwalk” –
– O que você canta na letra? A música é sobre um homem que deixa seu estado de vigília decadente e solitário e vagueia em um sonho onde se apaixona por outro humano.
– O que dizem os versos? No começo da música, um homem vagueia entre um estado de vigília e um estado de sonho. Ele é então atraído mais para baixo no sonho.
Ele vê outra pessoa e se apaixona por ela. A outra pessoa é limitada às suas expressões, pois é, na verdade, um produto do próprio homem.
Os dois caminham pelo sonho e constroem uma vida juntos. O homem vivencia o sonho como uma vida inteira. No entanto, ele começa a ver rachaduras no sonho, mas escolhe ignorá-las, pois seu amor é muito forte.
Quando o homem finalmente acorda, ele é tomado pela tristeza, mas então ele encontra a paz e percebe que realmente experimentou a verdadeira felicidade.
– Fale sobre o videoclipe. o vídeo é uma interpretação livre da música do artista de vídeo Per Hallin e não está realmente conectado ao cerne da letra.
– O que diz a arte de capa do single? A capa é inspirada no Vídeo, também feito por Per Hallin.
– Quem é Fabian Brusk-Jahn? Fabian Brusk – Jahn é um cantor/compositor sueco que lançará seu segundo EP solo “in thedungeonsof Bäckabo” em 6 de dezembro. No passado, Fabian era ativo na cena punk local em Gotemburgo (costa oeste sueca)
Como artista solo, ele estreou em 2017 com o EP Faceless creature.
A música é frequentemente descrita como dark folk ou como um blogueiro a descreveu:
“É então que você percebe o que isso realmente é. “In the Dungeons of Bäckabo” é uma música de terror, então não deixe a voz doce da cantora ou a sofisticação dos arranjos enganarem você.”
Respostas Fabian Brusk-Jahn