
Foi com muita persistência, que Lobo, artista plástico inspirado na geração New Wave, conquistou o Brasil e o mundo.
Sua arte é baseada na Pop Art, na música e também nas mais distintas variedades presentes no Brasil, em especial as cores, elemento contagiante das obras de Lobo.
Abaixo, você confere na íntegra uma entrevista que fizemos com o artista.
Como chegou a estilo Pop Art?
Sempre trabalhei ligado a arte, comecei na adolescência fazendo desenhos de camisetas e depois fui para a propaganda, onde trabalhei uns 12 anos. Em 2003 comecei a pintar, e na verdade fui descobrir depois que meu estilo era Pop Art, não foi nada planejado.
O que você acredita ter feito de diferente para ser reconhecido no Brasil e no exterior?
Acho que foi a persistência. Vida de artista não é fácil em nenhum lugar do mundo, no Brasil então nem se fala. Eu tive que acreditar na minha arte e persistir muito, para aos poucos ir conquistando um espaço. Na verdade essa conquista nunca termina, eu acredito que tenho muito que aprender e evoluir.
Você se inspirou e continua sendo inspirado pela geração New Wave. Comente.
Comecei a pintar por lazer, a ideia era fazer alguma coisa para ter uma renda extra. Olhando para trás hoje, acho que eu já era meio artista, mas não acreditava nisso.
Quando comecei a pintar a primeira coisa que me veio à cabeça era pintar coisas que gostava, e minhas referências eram todas de bandas New Wave, como The Cure, The B-52s, Sigue Sigue Sputnik. Me lembro muitos dos clipes que via na MTV.
Fale um pouco sobre sua primeira pintura. Pelo o que sei, Robert Smith (The Cure) foi sua inspiração.
Sim, o primeiro quadro foi o Robert Smith (tenho esse quadro guardado). Queria nesse quadro fazer ele com alguns elementos da Inglaterra, mas percebi ali que não iria conseguir pintar ainda esses elementos e por um bom tempo eu só pintava retratos, depois só em 2009 comecei a pintar cidades também, fui aprendendo com o tempo.
Ainda nessa pergunta, é verdade que você entrou para o mundo das artes por meio da paixão pela música?
Trabalho muito e sempre que estou pintando, estou ouvindo músicas. A música sempre me influenciou para tudo, na época das fitas K7, todas as minhas fitas tinham a capinha desenhada por mim. Depois veio dos Cds e também fazia todas as capinhas deles. Acho que todo mundo tem sua trilha sonora e é influenciado por ela em algum momento.
O que o “colorido do Brasil” tem influenciado nas suas pinturas?
Meu trabalho sempre foi muito colorido, quando comecei a pintar cidades do Brasil, fui me influenciando cada vez mais por nossa cultura que é uma das mais ricas do mundo.
90% do meu trabalho são encomendas que recebo diretamente dos clientes e em cada obra vejo o quanto o Brasil é um país miscigenado. Eu tento mostrar no meu trabalho o melhor do Brasil!
Tem alguma história ou curiosidade interessante que envolva sua arte?
Tem uma história marcante: Uma vez tomei um “pé na bunda” de uma namorada, ela amava a banda Jota Quest e eu ia junto em vários shows. Após tomar o pé, fui convidado por uma amiga a ir no show da banda. À princípio não queria ir pois tinha acabado de terminar o relacionamento, mas depois pensei bem e resolvi pintar um quadro para a banda e me aproximar deles, assim poderia “me vingar” da namorada. Resumindo, fiz amizade com eles e acabei virando fã de verdade, fiz algumas exposições com o Jota. Foi importante para mim porque ali vi que se você quer alguma coisa, tem que ir atrás.
Fique à vontade para falar o que quiser.
Ser um artista plástico pode parecer uma coisa distante para muitas pessoas, mas acredito que como toda a profissão, você tem que dar o seu melhor e estar sempre aprendendo e o mais importante, traçar objetivos e ter muita paciência.