O tempo não é algo tão relativo assim, ele está sempre em movimento, não é como uma cadeira no canto da sala ou um porta-retrato há mais de vinte anos no mesmo lugar. Para muitos o tempo é medido pelas horas e por essa visão errônea sobre o tempo, que muitas pessoas vivem a vida apressados. Eu mesma vivi um tempo apressado, querendo que as coisas acontecessem rapidamente sem perceber que tudo tem a sua hora e lugar para acontecer, e nesse período deixei de admirar muitas coisas e até mesmo de olhar para mim. Foi então que eu ouvi um amigo me dizer: – “Dê tempo ao tempo”. E passei a entender mais sobre o tempo, coincidiu até com o livro que eu tinha acabado de ler, “Tempo de Esperas” do Padre Fábio de Melo.
Se todos pararem para pensar, temos o tempo da humanidade e o tempo de Deus. O nosso tempo é sempre apressado.
Mas de onde vem a palavra tempo? Onde ficam as relações humanas nesse contexto?
Primeiramente é preciso saber que a palavra tempo vem do latim “tempus” e “temporis”, ambos significam a cisão da duração em instante, hora, segundo, minuto, mês, dia etc.
Aprofundando o assunto podemos dizer que o tempo é a extensão dos fatos. É a forma simples de como somamos os momentos. No nosso cotidiano, o uso da palavra é colocado para definir a extensão dos episódios. Mas também o tempo é uma “amplidão física”, apontado como uma das dimensões do universo.
Uma passagem bíblica, bastante conhecida, “Eclesiastes 3:1” diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”!
Contudo apressamos as coisas e deixamos de viver o que realmente importa. Então buscamos desculpas para aquilo que acreditamos que é falta de tempo, é nesse momento que as relações humanas deixam de existir.
Fica aquela questão: É falta de tempo ou falta de interesse?
Deixamos de tomar grandes decisões que podem mudar nossas vidas e até mesmo de fazer coisas simples. Quem sabe ler um bom livro, convidar aquela pessoa especial para tomar uma xícara de café, dançar pela casa, fazer algo por você…
Acho que focamos muito no supérfluo, ou seja, a matéria e deixamos para trás momentos que podem transformar as nossas vidas. Então nos perdemos com coisas vazias, esquecemos que o tempo não se compra e que as relações humanas é algo que se conquista gradativamente. É necessário darmos tempo para construirmos as nossas vivências e para isso precisamos de leveza. Ser mais leve é primordial. Porque essa vida apressada que vivemos faz com que sofremos por um futuro que não existe. As possibilidades existem, mas elas fazem parte do presente, não do passado ou de um futuro possível.
E quando há interesse por parte do ser humano a falta de tempo não existe, tudo vira oportunidade. Se a pessoa quiser, o momento vira oportunidade e viver deixa de ser uma complexidade.
Uma das maiores perguntas feita por algumas pessoas é: – Ainda dá tempo?
No entanto, a resposta muitas vezes não é encontrada, mas como eu disse antes, se a pessoa quiser o momento vira oportunidade.
Por Clarisse da Costa (junho de 2025)