(Divulgação)
Em julho deste ano, abanda Planta & Raiz lançou “Só Agradece” (em parceria com Marina Peralta) e “Natureza Viva”, com direito a clipe. Assim, o grupo de 21 anos de estrada completa sua discografia nas plataformas digitais.
Ambas trazem um teor característico do quinteto: a paz, o amor e a celebração da vida. Porém, também intensificam tal mensagem, ainda mais se tratando do contexto pandêmico no qual foram gravadas.
Nós da Arte Brasileira fomos convidados para participar de uma coletiva de imprensa com o vocalista Zeider. Na ocasião, entre outros jornalistas, eu (Matheus Luzi), tive a oportunidade de gerar algumas reflexões acerca do atual momento em que vivemos. Veja a seguir um resumo do que foi dito.
TRASIÇÃO PARA O DIGITAL
A banda gravou seu primeiro disco em 2001 e viveu claramente a transição dos discos para o digital, passando, claro, pelo caótico momento do auge da pirataria. Como artistas e, no caso de Zeider como compositor, a situação foi bastante difícil.
No entanto, com a chegada de plataformas como o Spotify, Zeider acredita que a coisa melhorou muito, tanto na questão financeira quanto da própria gestão de carreira. Isso porquê, quando as gravadoras dominavam o mercado, o artista não tinha acesso exato ao que rolava com seu público. Hoje, esse quadro reverteu, dando ao músico todas as informações e clareza sobre quem os ouve, além da facilidade de se executar o marketing.
O vocalista ressalta que, apesar dos pontos positivos, os grandes empresários das plataformas deveriam se preocupar mais em equilibrar os valores. Para ele, não é um bom sinal unificar a remuneração por plays, mas sim por cada mérito artístico.
Como encerramento do assunto, Zeider mencionou que, mesmo assim, está gostando da forma como está acontecendo.
SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA PANDEMIA
“A arte é conexão com Deus, é sempre uma ligação com o espiritual. E isso sempre vai trazer um conforto ou uma agitação, dependendo da onde você estiver focando a sua energia. O reggae é para isso: trazer fé, esperança, união e amor (amor próprio e amor ao próximo).”
são essas as palavras usadas por Zeider quando questionado sobre a importância das músicas da banda para o atual momento, principalmente levando em consideração de que os integrantes viram seus números de plays subirem desde o início da pandemia.
Ainda na mesma fala, o vocalista classifica o reggae como um gênero que está sempre em busca de renovar as energias, trazendo a esperança de dias melhores. “Nossa música é algo que vai além de nós mesmos”, acrescenta.
O BAQUE EMOCIONAL
“Primeiramente, a gente como artista e como trabalhador no ramo da aglomeração, a coisa mais difícil foi administrar o emocional, e a ansiedade em saber do dia de amanhã. Para nós, a principal fonte de ganhar a vida é na estrada. Sou compositor há 20 anos, mas a estrada ainda é muito importante para nós.”, explica Zeider.
Mesmo com essa dificuldade, o músico apresentou um desempenho interessante no quesito criação, compondo sozinho ou em parcerias. “Agente fez música pra caramba, e vem outras músicas novas a serem gravadas. Comercialmente, não rolou nada porque não teve show, mas a gente organizou nossa família, nossa casa, nossa equipe. A gente vai voltar mais forte ainda.”