Andradina, nossa querida cidade, sempre foi um lugar onde a cultura pulsava forte, onde as histórias de nossos avós ganhavam vida nas praças, nos festivais e nas rodas de conversa. Mas, aos poucos, essa riqueza parece estar se perdendo. Tradicionalmente conhecida por suas festas populares, seu artesanato único e sua música vibrante, Andradina hoje enfrenta um silêncio que preocupa.
As novas gerações, envolvidas pela correria do dia a dia e pela era digital, muitas vezes desconhecem os legados que construíram a essência de nossa cidade. Quantas histórias deixamos de contar? O quanto perdemos nesse meio tempo?
É comum que, por causa da urbanização desamparada, muitas cidades acabam esquecendo o essencial: a alma. A alma da cidade, que é composta por expressões artísticas, manifestações culturais, as histórias contadas… Onde antes havia música, dança, pintura e poesia, agora há vazios preenchidos por concreto e indiferença. O que vemos e presenciamos hoje é um silêncio que cresce cada vez mais.
Artistas locais são invisíveis no ver da população, justamente pela falta de políticas públicas efetivas e, fato, o abandono da arte é uma escolha com consequências profundas, logo ela quem faz a cultura vivida por todos. Quando uma cidade perde isso, perde parte de sua identidade também.
A cultura é o que nos conecta às nossas raízes, devido a ela entendemos o presente e imaginamos o futuro. Ela educa.
É preciso que entendam isso; que entendam que a arte não é um luxo, mas uma necessidade. Lugares desprovidos desse querer se tornam frios, vazios e esquecíveis com o tempo. Não é algo que pode ser tratado como “descartável”.
O nosso jornal, na verdade, é um convite e um apelo para que cada um de nós se reconecte com nossas raízes. Vamos valorizar o que Andradina tem de mais precioso: sua história, seu povo e sua cultura. Porque manter viva nossa identidade, é também cuidar de quem somos e de quem queremos ser.
Das editoras Stefany Carvalho e Yasmin Honorato
Leia o PUPILA CULT na íntegra
Jornal PUPILA CULT é uma realização da OFIJOR
A Oficina de Experiência Prática de Jornalismo (OFIJOR) é um projeto social, educativo e profissionalizante desenvolvido pela Revista Arte Brasileira, com coordenação do jornalista andradinense Matheus Luzi.
A primeira edição aconteceu na Escola Estadual Alice Marques, de Andradina. O objetivo foi apresentar a profissão jornalística e suas nuances aos alunos do ensino médio, que receberam o desafio de produzir um jornal impresso em uma semana. Os jovens, de 16 a 18 anos, produziram todo o conteúdo e se envolveram em boa parte dos processos de uma redação jornalística profissional (fotografias, entrevistas, redações, edições, produção, contatos comerciais, etc). Os alunos tiveram o apoio e a supervisão de profissionais do jornalismo, da publicidade e propaganda e da fotografia.
Os conteúdos produzidos resultaram no PUPILA CULT, que agora chega gratuitamente à população andradinense no formato impresso (mil exemplares, tabloide) e para o público nacional no formato digital (PDF e em publicações no site da Revista Arte Brasileira).
A OFIJOR foi financiada pela PNAB-2024 (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura), com apoio do Governo de Andradina e realização do Governo Federal por meio do MinC (Ministério da Cultura).
Matheus Luzi, coordenador OFIJOR