Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.
Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 78ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.
JAXXEE – “so tired” – (Canadá) – [MINI ENTREVISTA]
– Qual é a mensagem do seu novo single? “so cansado” surge como um hino de blues comovente, mergulhando profundamente na jornada universal da introspecção noturna, assombrado pelos ecos implacáveis do pensamento excessivo e pela dança incessante da dúvida. Fala diretamente àqueles que carregam o fardo da inadequação perpétua, estendendo um fervoroso apelo por trégua – e pela simples graça de uma boa noite de sono.
As questões líricas colocadas na canção ecoam esta turbulência emocional – ponderando se a hesitação leva ao desvanecimento ou se a ousadia corre o risco de perder a própria essência de si mesmo. No segundo verso, a música
examina a fachada que frequentemente erguemos, especialmente no contexto do nosso mundo movido pelas mídias sociais. Questiona
a autenticidade do que é apresentado, perguntando-se se o que vemos é genuíno ou apenas uma farsa, e se os sorrisos que exibimos escondem a profundidade da nossa dor.
– Em que situação nasceu a música? Eu estava dirigindo e minha filha estava tocando sua música e ouvi a frase ‘Estou tão cansada‘ na música que
ela estava tocando (Let Go do Ark Patrol). Eu estava indo para o estúdio no dia seguinte e tinha uma música totalmente diferente planejada, mas não conseguia tirar esse refrão da cabeça e a letra veio até mim muito rapidamente. Entrei no estúdio pronto com andamento, tom, letra, melodia e sabendo que queria que começasse com o refrão no verdadeiro estilo Chic e compartilhei com meu produtor Neil James Cooke-Dallin. Rapidamente
gravamos uma demo com Neil tocando o riff na guitarra. A música precisava de uma vibe soul clássica e gravamos
pensando nessa época. No final um estilo live off the floor aliado a um momento mágico com alguns dos melhores jogadores da Costa Oeste jogando juntos pela primeira vez era exatamente o que precisava.
– Musicalmente, o que você estava tentando alcançar com a música? Eu queria capturar algo profundamente cru, brutalmente honesto e profundamente vulnerável. Eu acreditava firmemente que a sensação de estar “muito cansado” é algo com que quase todos se identificam e era absolutamente essencial transmitir esta emoção com autenticidade não filtrada. Gravar ao vivo no chão me empurrou para além da minha zona de conforto, exigindo que nos adaptássemos rapidamente – um método que eu não havia explorado anteriormente. Felizmente, os jogadores foram muito competentes e todos contribuíram em um ambiente de apoio incrivelmente memorável.
Respostas JAXXEE
Marc Miner – “Bible & Rifle” – (Áustria) – [MINI ENTREVISTA]
– O que você diz nesta música? “Bible & Rifle” é sobre um pregador itinerante que, equipado com uma Bíblia e uma arma, tenta converter e manipular a sociedade. Só o pequeno tolo atrevido confronta o pregador itinerante e consegue lutar com ele. É uma espécie de história de David contra Golias – o pequeno fraco contra o grande poderoso.
– Como e por que esta música nasceu? O guitarrista da minha banda, Mike Eggard, tocou-me um riff de guitarra sensacional e depois acabei de escrever a canção. Inspirado por muitos acontecimentos políticos que estavam a acontecer na altura, como a guerra da Ucrânia, ou debates sobre a proibição do aborto ou leis sobre armas e fanatismo religioso.
– Qual sua descrição da sonoridade deste single? “Bible & Rifle” é uma faixa de rock sulista com um riff de guitarra duro e um refrão cativante que é política e socialmente crítico, mas de uma forma muito subtil. À primeira vista, é uma bela história do bem contra o mal. Se ouvires com mais atenção, vais descobrir muitos pormenores.
– O que esta música diz sobre sua carreira? Este é o terceiro single do meu segundo álbum “Last Heroes”, que será lançado a 15.09.2023. O álbum está repleto de canções de country-rock e southern-rock, com guitarras frequentemente pesadas e letras pensativas. Estamos a trabalhar nele há três anos e agora estamos extremamente orgulhosos por ser finalmente lançado.
Respostas Marc Miner
The Krickets – “Pay No Mind” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]
– Como e por que essa música nasceu? Co-escrevemos “Pay No Mind” em uma ligação Facetime durante a pandemia. Moramos de 3 a 5 horas um do outro (algo incomum para colegas de banda!), mas queríamos muito continuar escrevendo, mesmo preferindo escrever cara a cara. Lauren começou a sessão de composição perguntando se alguém tinha ideias para músicas. Rachel ofereceu a frase “não ligue”. Para quem não conhece, é um velho ditado americano que basicamente significa não dar atenção a alguma coisa. Pareceu-nos a todos que esta era uma ideia que tinha possibilidade, por isso escolhemos a frase como um bom lugar para começar a nossa escrita. Emily criou uma bela progressão de acordes na guitarra e então todos trabalhamos juntos para criar as linhas dos versos e do refrão.
– O que você diz nessa música? Somos uma banda de três compositoras. Durante a quarentena, todos nós percebemos como as coisas estavam ficando fora de controle nas redes sociais. As pessoas estavam postando alguns comentários realmente duros. Em nossas discussões quando começamos a escrever “Pay No Mind”, todos concordamos que é vital viver nossas vidas sem sermos descarrilados por pessoas que nos julgam. Então, realmente, “Pay No Mind” é um hino que incentiva todos a viver vidas que sejam fiéis a si mesmos. Ao mesmo tempo, queríamos dar continuidade a essa ideia com a importância de amar as pessoas, mesmo quando elas são “não amáveis”. Sentimos fortemente que somos chamados a amar os outros, mesmo quando eles estão sendo indelicados. Sentimos que isso acrescentava verdade e nuance ao tema geral da música.
– Qual a sua descrição do som desse single?“Pay No Mind” definitivamente tem uma vibração de raízes sulistas comoventes que apresenta um vocal principal poderoso com harmonias fortes e de apoio.
– O que essa música diz sobre sua carreira? Acreditamos que “Pay No Mind” significa crescimento e novas possibilidades para a banda. Quando começamos a tocar “Pay No Mind” em nossos shows, as pessoas sempre nos abordavam e perguntavam onde poderiam baixar a música. Então sabíamos que teria um bom desempenho como single. Queríamos que a gravação capturasse o espírito energético e exuberante da música. Sentimos que Rick Hirsch, do Studio H2O em Mobile, Alabama, seria o que melhor honraria essa vibração e, felizmente, ele concordou em produzi-la. Emily mora perto de Mobile, então ela e Rick reuniram alguns dos músicos mais talentosos da região para serem nossa banda de apoio. Este é o primeiro single que gravamos com uma banda completa. Foi uma experiência muito legal e algo que acho que todos gostaríamos de fazer novamente.
Respostas The Krickets
Jet Vesper – “Fresh With The Force” – (Austrália) – [MINI ENTREVISTA]
– O que você canta nessa música e qual é a sua mensagem? Essa música é sobre encontrar alguém que faça você perceber que está vivendo uma meia vida. E agora, com eles, o mundo parece cheio de cor e alegria.
– Em que situação nasceu a música? Eu escrevi essa música com alguns amigos em um retiro de composição no sul da Espanha
– Musicalmente, o que essa música representa? Tem sabores de Motown e R&B dos anos 90. É um pouco espaçoso, mas principalmente pop brilhante com uma vibração soul fresca.
Respostas Jet Vesper
Mosiah x Teacha Dee – “Economic Slavery” – (Trinidad e Tobago/Jamaica) – [MINI ENTREVISTA]
– O que a música diz? Na minha canção Escravidão Econômica, canto sobre as lutas e fardos que todos enfrentamos e com os quais podemos nos identificar enquanto vivemos em uma sociedade que exige tanto, mas que não dá nada em troca. Eu canto sobre este sistema injusto que é construído para nos manter vivendo precariamente, trabalhando o mês inteiro enquanto eles pagam apenas o suficiente para sobreviver, apenas o suficiente para mantê-lo dependente e voltando precisando de mais. Mas nunca o suficiente para viver verdadeiramente.
A minha mensagem às massas é um apelo ao despertar, a aceitação da realidade da situação é o primeiro passo para a solução. E a solução não é novidade, devemos nos ater aos ensinamentos do Exmo. Marcus Mosiah Garvey, Autossuficiência, autossuficiência, autoconsciência, autoconfiança e até mesmo autocontrole são necessários para resistir às atrocidades do sistema, pois somente sendo independente em todos os sentidos você será verdadeiramente LIVRE!!!!
– Em qual situação a música nasceu? Lembro-me claramente que estava no processo de gravação da 11ª faixa do meu próximo álbum de estreia com 12 faixas. Eu conhecia Teacha Dee há algum tempo e sempre mantivemos uma ótima conexão, admirávamos o trabalho um do outro e tínhamos planos de fazer uma música juntos. Imediatamente quando ouvi o riddim (Frequência da Terra), eu sabia que era o riddim para colaborarmos, enquanto ouvia uma ideia me veio à mente, então enviei a Teacha Dee uma mensagem de voz da ideia e ele respondeu: Sim, cara, boa ideia ” Ah, acerte isso“. Depois fomos para o estúdio gravar a música e o resto é história.
– Musicalmente, o que esta música é? Musicalmente esta música é uma mensagem de empoderamento, motivação (saber que não precisamos ser dependentes do sistema, carregando suas cicatrizes sob o chicote em nome da sobrevivência, e não precisamos temer, mas acreditar em nós mesmos, o Deus em você e o poder da palavra de Jah. Sabendo que o bem certamente vencerá o mal. É instigante com palavras de verdade e realidade, esta música é uma mensagem do povo enquanto cantamos como representantes do povo em todo o mundo, dizendo não ao sistema, dizendo que já tínhamos o suficiente.
Respostas de Mosiah x Teacha Dee