11 de dezembro de 2024
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Lupa na Canção #37 tem rock, indie, MPB, jazz, pop

Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Bem vindos ao Lupa na Canção!

Esta é uma lista de novidades lançadas recentemente, de diferentes temáticas e gêneros musicais. Dificilmente você verá no Lupa canções do mainstream. A ideia é apresentar com uma “lupa” coisas novas e alternativas aos grandes sucessos, afinal é este uma das missões da Revista.

É importante ressaltar que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra.

Hard rock setentista e indie; Escute o novo single de KRAD

Fauzi, me diga, qual a melhor sinopse deste lançamento? 

Este lançamento busca uma conexão entre mim e o ouvinte, no sentido de que a vida pode ser vista de várias formas, e cabe a cada um tentar entender o seu próprio caminho. Mas vale lembrar que nem todas as respostas que você procura estão no final do trajeto. 

Você diz que este lançamento tem na sonoridade uma mescla ampla do hard rock setentista com o indie. Explique melhor esta definição e nos conte em quais bandas esse som bebeu como fonte. 

Eu sempre gostei de rock dos anos 70. Grand Funk Railroad, Led Zeppelin e Rainbow são alguns exemplos de bandas que sempre escutei e estudei como vocalista. Algo que acho interessante, não só para mim, mas também para outras pessoas, é tentar encontrar o próprio jeito de cantar e compor letras e melodias. Em “Yesterday’s Rain”, a única referência que tivemos foi uma ideia de guitarra de uma das músicas de um artista chamado Rufus Wainwright, da música “The One You Love”.

O single foi masterizado por Brian Lucey (Arctic Monkeys / Ghost). O que esta colaboração representa para este lançamento? 

Essa participação trouxe um toque a mais para a música. Além de adicionar mais frequências graves e agudas, agregou força e definição à faixa.

Você é do Rio de Janeiro, como você imagina que esta música pode performar no seu estado e em outros da Federação Brasileira?

Não tenho muitas expectativas com o Rio de Janeiro, pelo histórico difícil da cidade com o rock, mas, em contrapartida, tenho boas expectativas com Minas Gerais, São Paulo, a Região Sul e o Nordeste.

E, por fim, abro este espaço para você pontuar alguma curiosidade importantes sobre este lançamento. 

Uma curiosidade é que a capa do meu CD foi toda criada com base em um conceito, e o trabalho gráfico foi feito pelo Marcelo Vasco, que ficou famoso por criar as capas do Slayer.

Respostas de KRAD

Disponível na playlist “Novidades do Rock e do Pop Rock Nacional”

jazz tradicional e contemporâneo – Nova música do pianista Fauzi Kalil é mais um motivo para viver, em paz e em meio às tempestades

Fauzi, me diga, qual a melhor sinopse deste lançamento?

“Life Finds a Way” é uma musica muito querida para mim. Um tema que baseado na delicadeza. Um olhar para vida com compaixão. Em seguir com determinação e gentileza. 

Embora a música seja instrumental, é possível dizer que ela leva uma mensagem ao mundo?

Com certeza uma mensagem de esperança. Apesar de altos e baixos, das dificuldades que enfrentamos, acreditar que sempre há um caminho. Como a árvore que brota em meio ao concreto, a vida sempre encontra um caminho !

Qual ambiente sonoro você considera ter construído, ou seja, em quais ideias musicais você se baseou para esta composição?

A ideia para o ambiente sonoro foi misturar elementos de jazz tradicional e contemporâneo. Temos a alegria do ukulele e a melancolia do trompete com surdina. O arranjo reforça também a continuidade e consistência da melodia em contraste a intervenção dos sopros. Como uma conversa entre amigos.

“Life Finds a Way” é uma das faixas do seu novo álbum. Fale sobre ele aos leitores do LUPA NA CANÇÃO.

Meu novo álbum foi um grande desafio para produzir, mas muito divertido nas gravações. Para mim uma grande inspiração e satisfação. É composto de diferentes gêneros. Mesmo com a predominância do jazz, tem pop e rock também! Espero que vocês curtam!

E, por fim, abro este espaço para você pontuar alguma curiosidade importantes sobre este lançamento.

Eu já tinha composto esta música há alguns anos, mas não estava totalmente acabada, faltava alguma coisa. Quando estava separando músicas para este projeto, lembrei dela e no mesmo momento encaixei a peça que estava faltando! E assim ela encontrou seu caminho! [Rsrs] E se tornou a faixa-título!

Respostas de Fauzi Kalil

Disponível na playlist “Apenas Instrumental BR”

MPB de “Santo Dia”: ZéVitor diz que sua nova música “é um faroeste moderno”

Zé, qual a melhor sinopse de “Santo Dia”?

“Santo Dia” é um faroeste moderno, a personificação dos incômodos frente a maquinação da rotina… as disputas de território acontecem nas fronteiras de se tornar disperso no mundo e de sermos muitas vezes engolidos por demandas pré-estruturadas que não são nossas…

Qual ideia você canta na música e qual mensagem ela tem?

Existe um olhar crítico e irônico sobre as relações interpessoais “gente age bem assim de encontro” e a dificuldade de encaixar-se na rigidez das coisas sufocantes “santo todo santo dia a mesma pedra no sapato”, é como se o interlocutor fosse uma espécie de bobo da corte, que canta de forma bem humorada enquanto critica o modus operandi da sociedade contemporânea.

Suponhamos que você tenha que inserir esta música em no máximo três playlists. Quais temas e gêneros musicais você escolheria?

Música Popular Brasileira  – Pois apresenta ao ouvinte a minha busca de uma música popular brasileira;

Brasil Contemporâneo –  Para estar ao lado daquilo que se está criando de novo em nosso país;

Festa Tropical – Pois mesmo com as críticas que a letra possui, o arranjo apresenta uma felicidade contagiante ao corpo.

O que diz o videoclipe?

O videoclipe de “Santo Dia” mostra um conflito surgindo ao decorrer das repetições da rotina…. Meu personagem está maquinado, age sem pensar e executa suas funções de maneira quase que automática, lhe falta autenticidade e um propósito individual em sua existência… é posto em contradição com a presença do personagem de Antonio Miano, querido amigo com quem divido a feitura dessa história, que como um espelho desperta e vai quebrando o que há de conformismo em meu personagem, através da minha irritação com imitações de minha automatização, o alívio chega num momento de desarme de meus gestos prontos… como quem acorda e se dá conta que dormia.

Por fim, quem é ZéVitor e qual a melhor descrição do seu novo álbum, ao qual “Santo Dia” é uma das faixas?

Eu sou um dos artistas inquietos em busca de trilhar o caminho do coração na música, sempre curioso dos rumos criativos do que é fazer música brasileira e um buscador do onírico e do belo meio ao mundo cada vez mais concreto… Imago Mundi é uma busca autêntica dentro de meus próprios processos e conceitos. Nesse disco armo expedição pela memória e tento enveredar na conexão que existe entre o passado e o futuro; isso se desenrola em termos práticos em escolhas de sonoridade tanto na palavra quanto nos instrumentos… diferente de meu pai que sempre foi um mantenedor da tradição, eu por curiosidade me permiti explorar certas mudanças, como ao trazer a viola caipira e a viola nordestina para uma leitura e expressão diferente de seu uso tradicional, junto do produtor desse disco Aureo Gandur fui atrás de instrumentos brasileiros das décadas de 60 e 70, e exploramos ritmos percussivos tradicionais de um vasto Brasil, tentando que soe algo “brasileiro moderno nostálgico”, para a alegria de nossos corações analógicos finalizamos a sonoridade das 10 faixas com Leonardo Marques na Ilha do Corvo em BH… Depois dessa breve introdução faço o convite para aqueles que ficaram curiosos em ouvir o disco, para fazer essa expedição que tem lançamento previsto para o final de janeiro de 2025.

Respostas de ZéVitor

Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”

Dilemas da vida moderna é tema do novo álbum de Abril Belga; indicamos a faixa “Sempre Lotado”

Abril, qual a melhor sinopse deste lançamento?

O lançamento, no caso o álbum “Metrô Hi-Fi”, “um disco de guitarra”, chega acompanhado por clipe da faixa “Sempre Lotado”, uma crítica à vida atribulada do trabalhador brasileiro em meio ao capitalismo tardio. 

“Metrô Hi-Fi ” é um álbum de Indie Rock com letras bem-humoradas sobre a crise dos 30 anos, mas com a proposta de não se levar tão a sério, tampouco ao que aflige a geração em questão. Influência digital, monogamia, a decadente classe média e a digitalização da vida estão entre os temas abordados por Abril Belga ao longo das 11 faixas do trabalho

Qual fotografia da realidade humana e social você traz nesta letra? 

Nesta faixa em específico, traz a rotina de ida e volta do trabalho e as questões enfrentadas por essa geração atual, como a automação da vida cotidiana.

O que foi inspiração?

A inspiração para a música, e o álbum no geral, foi o fato de meu violão (que eu usava para compor desde que comecei o projeto como Abril Belga), quebrou. Com isso, comecei a compor usando guitarra e palheta, coisa que não fazia desde que tive bandas nos anos 2010.

O trabalho corporativo e monótono também serviu para os temas do disco. A música, nesse caso e na época em que compus o álbum, serviu como um lugar de conforto, para fugir dessa rotina. Sempre tentando tratar os temas com bom-humor.

Musicalmente, como você descreve “Sempre Lotado” e quais foram as referências?

A maiores referências musicais do álbum foram o Blur (especial o álbum “Modern Life is Rubbish”, de 1993) e o álbum de 2015 da Courtney Barnett.

O que representa a arte de capa do single?

A capa, que na verdade é a capa do álbum, representa linhas de transporte público. Esse conceito foi desenvolvido pelo autor da capa, Mike Zimmerman, autor de capas do Car Seat Headrest, Kurt Vile, dentre outros.

Respostas de Abril Belga

Disponível na playlist “Novidades do Rock e do Pop Rock Nacional”

Meu Nome É Francisco aborda a existência e as emoções humanas em “Só o Tempo Que Dá Nome Às Coisas (Lado A)”

Qual aspecto da realidade humana e social você traz nesta letra?

As letras retratam a incessante busca pela esperança e pela renovação em meio às vicissitudes da existência. Evocam uma perseverança quase obstinada, uma urgência de continuar em frente, mesmo quando a realidade parece tingida de incertezas. O desejo de transformação e a confiança em um futuro promissor despontam como atos de resistência, carregando um apelo à coragem e à fé em dias melhores, por mais distantes que pareçam. Trata-se de uma jornada de renascimento contínuo, onde o sujeito, desafiando o destino e as adversidades, alimenta a esperança como fonte de vigor.

Em outro plano, as letras mergulham na dimensão afetiva e no intrincado universo das emoções humanas. A paixão, envolta em devaneios românticos, surge como um santuário de prazer e saudade, enquanto a contemplação da própria vulnerabilidade aflora, revelando um coração que carrega marcas de sofrimento e desejos de alento. Aqui, o sujeito lírico encontra-se oscilando entre o medo e o encantamento, entre o anseio por se refazer e o impulso de seguir em frente. Assim, esses versos capturam, com lirismo e intensidade, a essência humana que se debate entre a força resiliente e a fragilidade emocional, compondo um retrato sensível da condição humana.

O que inspirou essa composição?

As composições são fruto de uma pesquisa sobre compositores não tão conhecidos. Desde a faixa mais antiga (“É Preciso Confiar”) feita em 1998 por Juara Hoots e André29, passando por “Embrulho”, composição das pernambucanas Anaíra Mahin e Camila Nascimento, até “Dim Dom” composta pelos cariocas Alan Bernardes, Paulo Domingues e Heitô.

Musicalmente, como você a descreve e quais foram as referências?

“Identidade Musical” foi o que norteou a construção de timbres, arranjos, e até nas mixagens. Queríamos criar algo bem único. Ouvimos muito Arthur Verocai, Baque Solto(Lenine & Lula Queiroga), Hiatus Kaiyote, Duo Àvua, Jean Tassy, LUMANZIN, pensando em materiais sonoros que contassem uma história. Um tipo de som moderno, com frescor. 

Fale sobre a outra parte deste projeto, “Só o Tempo Que Dá Nome Às Coisas”.

Serão lançados mais dois singles antes do lançamento do Lado ‘B’. Contando com participações especiais de Baobá, Daniel Carlomagno, Marcos Paiva, Di Grecco (Nano Orquestra), Monaju e Eluna. O projeto também conta com audiovisuais e um espetáculo de mesmo nome, com experimentações de inquietude e divergências mentais, poéticas, e outras que só o tempo dirá.   

E, por fim, quem é Meu Nome É Francisco? 

Francisco é artista com estrada, na frente e atrás dos palcos.  Cantor, compositor, multi-instrumentista e, por que não, um beat maker nada convencional. É formado em Produção Musical pela Universidade Anhembi Morumbi, e também em Canto Popular pela ETEC de Artes, a concorrida escola pública do governo de São Paulo para formação artística. Empresário, também dirige o estúdio e selo PreguiSom, com sede na zona norte de São Paulo, que tem investido cada vez mais numa linguagem livre e pensante para a música urbana.

Respostas de Meu Nome É Francisco (a última resposta é foi extraída do texto de Edson Nova)

Disponível nas playlists “Brasil Sem Fronteiras…” e “Novidades do Pop Nacional”

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.