19 de abril de 2025

“O cidadão que lê, escreve, ou busca a arte em diferentes aspectos, retém conhecimento”, disse o vereador Luzimar à reportagem do PUPILA CULT

Um assunto tão importante na criação de identidades, mas ao mesmo tempo, tão desvalorizado e destinto. A arte nos dá a oportunidade de nos expressar entrelinhas, ela transcende o utilitário, nos permite explorar mundos diversos e o mais importante, é ela quem faz a cultura.

Luzimar Rodrigues da Silva é um dos únicos romancistas da região, um vereador que sempre esteve presente na realização dos projetos culturais que ocorrem ou já ocorreram em Andradina. “Fico feliz em fazer parte dos “heróis da resistência” que não desistem da arte.”, ele nos conta.

  • Dentro da política, qual é a visão sobre a importância da arte?

Considerando que é escritor, Luzimar responde: “Faço parte da “Academia Andradinense de Letras” e posso dizer que o cidadão que lê, escreve, ou busca a arte em diferentes aspectos, retém conhecimento. É essencial levar a arte cultural para dentro das salas de aula, principalmente. Temos um projeto para o ano de 2025, que se baseia em incentivar o jovem a ler e escrever, crescendo com o conhecimento que a arte proporciona.”

Nos últimos 4 anos de mandato a Câmara Municipal teve a participação em diversos projetos, entretanto, as realizações deles foram poucas. Luzimar indicou por meio das emendas impositivas um valor de R$20.000 à uma associação cultural, todavia, foram projetos que não tiveram a divulgação por parte da Câmara Municipal.

Foi questionado sobre o projeto citado para 2025: “Será suficiente a relação do orçamento (dado um pouco mais de 3 milhões investidos) no esporte, na cultura, no lazer e na juventude?”

“De fato, o projeto realmente existe e o investimento nele é alto. Porém, não se deve levar em consideração a quantia exigida nele e, sim, os detalhes como: quem irá realizar o projeto, onde acontecerá, quais são as entidades envolvidas e principalmente, como será sua divulgação. Divulgar é um fator que precisa ser melhorado. Há projetos que custam R$1.000, outros custam mais, então o valor de 3 milhões é alto.”, respondeu Luzimar.

No nosso projeto “Fala Povo”, entrevistamos uma dançarina de Andradina. Foram perguntas relacionadas aos projetos artísticos na cidade e suas respostas se mostraram deveras consignas:

  • “Teve uma apresentação de balé lá no Centro Cultural e o meu grupo foi se apresentar junto, porém tivemos que tirar a verba do nosso bolso. Para esse final de ano tem alguns projetos artísticos que ocorrerão na cidade e queria saber: a Câmara Municipal tem intenção de ajudar e apoiar esses artistas em sua participação?

“Para o final de ano de 2024 não há, pois a Câmara Municipal já está de recesso. Os projetos realizados, ou que ainda serão, foram organizados no começo do ano. Esse grupo de dançarinos e qualquer outro podem buscar ajuda dos vereadores no início do ano de 2025 falando sua proposta, organização, custos e outros detalhes para que então, se a proposta for aprovada, o vereador responsável indique a esse projeto sua emenda impositiva e assim, no final do próximo ano, a Câmara invista no projeto.”, contou o vereador.

Uma das pautas levantadas no projeto foi que nossa cidade, com o tempo, perdeu um pouco da sua arte e da sua cultura. Mas como cidadão de Andradina, notando as causas do desinteresse da parte jovem pela arte, Luzimar fala que hoje, dentro do município, tudo que é oferecido a um jovem é consumido, mas e quando não oferecem? “O conselho que eu daria a um jovem hoje, principalmente na escola, é: fuja das distrações e busque aprender. Use os aparelhos eletrônicos para adquirir conhecimento e pesquisar sobre artistas e obras.”, orientou o professor e vereador Luzimar Rodrigues da Silva.

Acontece que, se não tem apresentações artísticas na cidade, o adolescente procura se divertir com outras coisas e isso acaba cortando o seu possível contato com a arte. Mas quando o município se dedica a fazer acontecer e divulgar esses tipos de projetos, de uma forma ou de outra, o público jovem se atrai. Pode até não ser por causa da “arte” e sim pela constância que eles têm contato com ela, mas no fim, ainda é sobre a arte, não?

Entrevista e redação: Wesley Costa

Transcrição por: Stefany Carvalho

Edição: Yasmin Honorato

Fotógrafo: Pedro Kiry

Leia o PUPILA CULT na íntegra

Jornal PUPILA CULT é uma realização da OFIJOR 

A Oficina de Experiência Prática de Jornalismo (OFIJOR) é um projeto social, educativo e profissionalizante desenvolvido pela Revista Arte Brasileira, com coordenação do jornalista andradinense Matheus Luzi. 

A primeira edição aconteceu na Escola Estadual Alice Marques, de Andradina. O objetivo foi apresentar a profissão jornalística e suas nuances aos alunos do ensino médio, que receberam o desafio de produzir um jornal impresso em uma semana. Os jovens, de 16 a 18 anos, produziram todo o conteúdo e se envolveram em boa parte dos processos de uma redação jornalística profissional (fotografias, entrevistas, redações, edições, produção, contatos comerciais, etc). Os alunos tiveram o apoio e a supervisão de profissionais do jornalismo, da publicidade e propaganda e da fotografia.

Os conteúdos produzidos resultaram no PUPILA CULT, que agora chega gratuitamente à população andradinense no formato impresso (mil exemplares, tabloide) e para o público nacional no formato digital (PDF e em publicações no site da Revista Arte Brasileira).

A OFIJOR foi financiada pela PNAB-2024 (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura), com apoio do Governo de Andradina e realização do Governo Federal por meio do MinC (Ministério da Cultura).

Matheus Luzi, coordenador OFIJOR

“O único assassinato de Cazuza” (Conto de Lima Barreto)

HILDEGARDO BRANDÂO, conhecido familiarmente por Cazuza, tinha chegado aos seus cinqüenta anos e poucos, desesperançado; mas não desesperado. Depois de.

LEIA MAIS

Rogério Skylab: o feio e o bonito na MPB

Criador do estilo “punk-barroco” (o punk que se expressa através de contrastes), o compositor Rogério Skylab (1956 -) é um.

LEIA MAIS

Podcast Investiga: A história do samba por meio dos seus subgêneros (com Luís Filipe de

Em 2022, o violonista, arranjador, produtor, pesquisador e escritor Luís Filipe de Lima lançou o livro “Para Ouvir o Samba:.

LEIA MAIS

O que acha de ser homem como sua avó foi? É o que sugerira composição

“Seja Homem Como sua Avó Foi (por Myriam)” é uma composição que foge de tudo que é comum. Se trata.

LEIA MAIS

As tradições culturais do Pará e de Minas Gerais se encontram na banda Tutu com

Bruna Brandão / Divulgação Apesar do disco de estreia ter sido lançado em novembro de 2021, a banda Tutu com.

LEIA MAIS

Curador Mario Gioia reflete a importância do artista visual Octávio Araújo

(Crédito: Olney Krüse) Os casos ainda muito vivos de racismo – como por exemplo, o que envolveu o norte americano.

LEIA MAIS

Muitos artistas querem o mercado; Tetel também o quis, mas na sarjeta encontrou sua liberdade

Tetel Di Babuya — cantora, compositora, violinista e poeta — é um projeto lançado por uma artista do interior de.

LEIA MAIS

Música Machista Popular Brasileira?

A música, diz a lógica, é um retrato da realidade de um povo. É expressão de sentimentos de um compositor,.

LEIA MAIS

O poderoso Chefão, 50 Anos: Uma Obra Prima do Cinema contemporâneo

Uma resenha sobre “O Poderoso Chefão” “Eu vou fazer uma oferta irrecusável” “Um homem que não se dedica a família.

LEIA MAIS

O disco que lançou Zé Ramalho

Zé Ramalho sempre foi esse mistério todo. Este misticismo começou a fazer sucesso no primeiro disco solo do compositor nordestino,.

LEIA MAIS