6 de outubro de 2024
Google News Resgate histórico

Filme nacional que arrecadou mais de R$ 19 milhões, “Lisbela e o Prisioneiro” foi lançado há duas décadas

No dia 22 de agosto de 2003, ia aos cinemas “Lisbela e o Prisioneiro”. Aposto que não sabiam, mas estavam lançando um dos melhores filmes de comedia brasileira. Além de ser um grande clássico hoje em dia. Perdia as contas das vezes que assisti na TV. Eu reassisti o filme recentemente e ele continua maravilhoso. Melhor do que eu lembrava.

O filme é uma comédia romântica ambientada no século XX no estado do Pernambuco. A jovem Lisbela está noiva e de casamento marcado, quando o malandro Leléu chega à cidade. O casal se encanta e passa a viver uma história cheia de personagens tirados do cenário nordestino: Inaura, uma mulher casada e sedutora, que tenta atrair o herói e trair o marido valentão e “matador” Frederico Evandro; um pai severo e chefe de polícia, Tenente Guedes; um pernambucano com sotaque carioca e gírias paulistas, Douglas, visto sob o prisma do humor regional; e um “cabo de destacamento”, Cabo Citonho, que é suficientemente astuto para satisfazer os seus apetites.

Lisbela e Leléu vão sofrer pressões da família, do meio social e também com as suas próprias dúvidas e hesitações. Mas, em uma reviravolta final, cheia de bravura e humor, eles seguem seus destinos. Como a própria Lisbela diz, a graça não é saber o que acontece. É saber como acontece e quando acontece.

Para mim, ele deveria ser obrigatório para quem é amante de cinema. Só que sem o final trágico. Com muita comedia e personagens cativantes. O elenco é super carismático. Quem rouba a cena aqui além dos dois protagonistas é o Cabo Citonho, interpretado por Tadeu Mello. É muito mais gostoso de acompanhar. Selton Mello esta incrível. Debora está primorosa, como sempre.  Para mim, entra fácil na lista das dez melhores comedias brasileiras que eu já assisti. Em primeiro lugar, com certeza fica, “Saneamento Basico – O Filme”. Já fiz um artigo sobre esse filme. Se você, leitor, gosta de histórias românticas e de uma boa comedia, este aqui é um prato cheio. (assista no Youtube o filme completo).

A trilha sonora é assinada pelo músico consagrado André Moraes e pelo diretor teatral João Falcão e traz nomes como Sepultura, Zé Ramalho, Caetano Veloso e Elza Soares. Um DVD com a apresentação ao vivo de todos os músicos também foi lançado. Porém, alguns artistas, como a banda Los Hermanos, que interpreta a canção “Lisbela”, de José Almino e Caetano Veloso, não figuram por motivos contratuais. A trilha é um sucesso de vendas e até o ano de 2021 é a trilha de filmes brasileiros mais vendida de todos os tempos.

A banda Os Condenados, que executa a canção “Para o Diabo os Conselhos de Vocês” (antigo sucesso do cantor Paulo Sérgio), é uma banda fictícia criada especialmente para o filme e liderada por Clarice Falcão, filha do produtor musical do filme, João Falcão. A banda ainda conta com os músicos João Victor (baixo elétrico), Marcelo (guitarra) e Fonseca (bateria).

Recebeu dois prêmios no Grande Prêmio Cinema Brasil: melhor ator (Selton Mello) e melhor trilha sonora (André Moraes).

Teve ainda dez indicações de melhor filme, melhor diretor, melhor ator coadjuvante (Bruno Garcia e Tadeu Mello), melhor atriz coadjuvante (Virginia Cavendish), melhor roteiro adaptado, melhor figurino, melhor maquiagem, melhor montagem e melhor som. Na época, o filme arrecadou R$ 19.915,933 (quase 20 milhões).

Foi filmado na capital de Pernambuco, no bairro da Boa Vista. Uma lata com negativos originais do filme foi perdida no laboratório Mega Color, forçando-o a rodar novamente as cenas que ali estavam.


O filme é uma adaptação da peça de mesmo nome do autor Osmar Lins. Texto originalmente escrito em 1961 para o teatro. Mais tarde, em 1994, foi adaptado pela GLOBO para os “Casos Especiais”. E por fim, a versão de 2003.

O filme foi dirigido por Guel Arraes. Diretor de “O Auto da Compadecida” (2000), “Romance” (2008), “O Bem Amado” (2010), “Caramuru – A invenção do Brasil” (2001). Dirigiu também as novelas “Guerra dos Sexos” (1983) e “Vereda Tropical” (1984). Neste ano, no dia 25 de dezembro chega aos cinemas “O AUTO DA COMPADECIDA 2”. também dirigido por ele.

O teaser já esta disponível. (clique para ver)

O roteiro foi escrito por ele, Guel Arraes, Pedro Cardoso (Agostinho Carrara) e pelo grande Jorge Furtado. Guel dividiu a produção com Paula Lavigne. Paula é uma ex-atriz, produtora e empresária. Como atriz, ela participou de telenovelas como “Explode Coração” (1995), “Pátria Minha” (1994), “Lua cheia de Amor” (1990), “Vale Tudo” (1988). Como produtora, filmes como “2 Filhos de Francisco” (2005), “Meu Tio Matou Um Cara” (2005), “O coronel e o Lobisomen” (2005), “Ó,Pai,Ó” (2007) e “Reis e Ratos” (2012).

ELENCO PRINCIPAL

Selton Mello como Leléu Antônio da Anunciação

Débora Falabella como Lisbela de Nogueira e Lima

Virginia Cavendish como Inaura

Marco Nanini como Frederico Evandro

Bruno Garcia como Douglas

André Mattos como Tenente Guedes

Tadeu Mello como Cabo Citonho

Artigo escrito pelo escritor e cineasta Tiago Santos Souza (agosto de 2024)

contributor
Olá! Meu nome é Tiago Santos Souza e sou um apaixonado cineasta, roteirista, escritor, jornalista freelancer e autodidata. Minha paixão pela sétima arte me levou a explorar o mundo do cinema, onde tenho a oportunidade de contar histórias e envolver o público em uma experiência única. Como roteirista, mergulho nas profundezas da imaginação para criar narrativas cativantes e personagens empolgantes. Além disso, minha dedicação como escritor me permite expressar minha criatividade através das palavras, tanto em projetos literários como em artigos jornalísticos. A busca constante pelo conhecimento me tornou um autodidata, nunca deixando de aprender e evoluir. Sou movido pelo desafio de me reinventar e ir além das minhas habilidades. Com a minha versatilidade e paixão pelas artes, estou sempre aberto a novas oportunidades que me permitam explorar diferentes formas de contar histórias e transmitir emoções.