(Capa do EP – Foto de Autumn Sonnichsen)
A paixão antiga de Mariana Aydar pela cultura nordestina agora dá ares para um projeto grande, ambicioso e importante para o Brasil e o mundo. Estamos falando dos quatros EPs que a cantora deve lançar ainda neste ano. Até o momento foram lançados três deles.
“O forró pra mim é um modo de vida. Minha primeira banda profissional foi de forró, meus primeiros vinis, meu primeiro beijo, minha filha é fruto do forró e agora, finalmente, nasce o meu primeiro disco de forró, um forró feito do meu jeito.”, diz Mariana.
Não para por aí. Além dos EPs que dão vida a um álbum completo no final do ano, nesse mesmo período, Mariana deve lançar um minidocumentário com quatro episódios baseados nos temas que rodeiam a história da cantora com o forró.
A produção musical dos trabalhos é de Marcio Arantes. Os minidocumentários tem a direção de Dellani Lima, Joaquim Castro e da própria Mariana. Este projeto foi possível por intermédio do edital do Natura musical, na qual Mariana Aydar foi agraciada.
Confira o primeiro EP:
VEIA NORDESTINA II
“A sonoridade desse segundo EP é mais tradicional que a do primeiro. Quis ser bem específica dentro do universo forrozeiro e trazer três músicas que já poderiam ter existido dentro desse balaio. É um capítulo junino neste projeto que traz três pilares do forró: o rastapé da quadrilha, o xote que chora e o forró sambeado”, diz Mariana.
VEIA NORDESTINA III
No terceiro EP, a cantora e compositora Mariana Aydar questiona o público sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, contesta o retrocesso que nos rodeia, diz sim à diversidade em todas suas formas, tons e gêneros e se afirma como uma voz de uma mulher que conduz sua própria vida e que segue descobrindo e aprendendo cada vez mais sobre a importância do feminismo.
“Veia Nordestina III” é, sem dúvidas, o EP mais instigante do disco.
SOBRE MARIANA AYDAR
O forró é a influência musical mais marcante no som de Mariana, que alia sofisticação e contemporaneidade às suas raízes da música nordestina. A paixão nasceu na infância, no colo de Luiz Gonzaga; percorreu a juventude como backing vocal de Daniela Mercury, passando por muitas casas de forró com sua banda Caruá. Ela sempre esteve em meio a xotes, xaxados e baiões.
A paixão pela cultura do Nordeste pautou a estreia como diretora de cinema – ao lado de Joaquim Castro e Dudu Nazarian – no filme “Dominguinhos” (2014), documentário sobre o músico com quem teve uma relação especial.
Para difundir a música nordestina, criou o bloco “Forrozin”. O bloco fez um debut inesquecível no carnaval de São Paulo, em 2018, ao lado de Gilberto Gil. No Carnaval de 2019, mais uma vez, arrastou uma multidão de foliões para a Avenida Ipiranga com São João.
Considerada um elo entre o novo e o tradicional, a cantora lançou-se sem medo às novas experiências, retomando suas origens forrozeiras e voltando a ser uma compositora atuante. Uma voz feminina empoderada, necessária e atual em um ambiente marcado pelo conservadorismo.