13 de maio de 2024
Além da BR

Playlist “Além da BR” #115 – Sons do mundo que chegam até nós

além da br

Somos uma revista de arte nacional, sim! No entanto, em respeito à inúmeras e valiosas sugestões que recebemos de artistas de diversas partes do mundo, criamos uma playlist chamada “Além da BR”.

Como uma forma de estende-la, nasceu essa publicação no site, que agora chega a sua 115ª edição. Neste espaço, iremos abordar alguns dos lançamentos mais interessantes da playlist.

Prince Enoki – “The Language of Rain” – (Canadá) – [MINI ENTREVISTA]

O que é esta música, em resumo? language of rain is the new song from Prince Enoki. It is about moving from sadness and finding balance in nature

linguagem da chuva é a nova música do Príncipe Enoki. Trata-se de sair da tristeza e encontrar o equilíbrio na natureza

O que você canta nos versos?

Dança nas estrelas, A lua nas mãos

Tronco, folha e flor, A terra encontra o céu

Limpam meus olhos, as gotas

Chuvas de verão, No outono uiva o vento

O gelo do inverno, Em lágrimas desfaz

Geometrias, as gotas

Água cai, Cura meu coração

Brota chuva do meu ser

Cores pintam o céu, Com gestos e sons

Seca a areia ao sol, A terra encontra o mar

Sombras e nuvens, as gotas

Água cai, Cura meu coração

Brota chuva do meu ser

Musicalmente, como você a descreve? Inspired by Tropicalia, folk, and 70’s soul and featuring vocals by mystery tea, woodwinds and strings, backed by Enoki’s electric bass & guitar.

Inspirado na Tropicália, folk e soul dos anos 70 e apresentando vocais de chá misterioso, instrumentos de sopro e cordas, apoiados pelo baixo elétrico e guitarra de Enoki.

Há algo neste lançamento que você queira destacar? This is the third single from Enoki’s album “How To Be a Fig Tree“. Portuguese version coming soon!

Este é o terceiro single do álbum “How To Be a Fig Tree” de Enoki. Versão em português em breve!

Respostas Prince Enoki

Marcelo Cervone – “Cuidado”[MINI ENTREVISTA]

O que é esta música e este lançamento, em resumo? Um dueto descontraído e romântico que explora as ilusões e fantasias associadas ao começo do amor. Música composta por Zé Carlos Medeiros (artista nato do Rio de Janeiro) com letra escrita por Aisling Groves-McKeown (Irlanda) e Marcelo Cervone (Inglaterra). Produzida na Casa com a Música na Lapa, RJ por Tuninho Villas com participação de Carlos Malta, Robertinho Silva, Kiko Continentino, Alexandre Ito, Simon Béchemin e Júlio Diniz. Fotos de Heluar Oliveira.

O que “Cuidado” trás musicalmente? O compositor, Zé Carlos Medeiros além de ser meu bisavô também é um compositor Neo-Romântico com influências de Garoto, Pixinguinha e Gershwin. Como músico Brasileiro também escreve com ritmos e influência da Música Popular Brasileira, Choros, Bossa Nova e Samba. Cuidado, de autoria do Zé Carlos, quando misturada com a letra de Aisling Groves-McKeown virou um som original que lembra também os anos dourados do cinema.

Além das influências dos compositores, a “Cuidado” também tem participação de músicos da nata da música Brasileira, com Alexandre Ito no baixo e Simon Béchemin no fagote (os dois da Orquestra Sinfônica Brasileira), Carlos Malta (conhecido como o escultor do vento) na flauta, Robertinho Silva (lenda da música Brasileira) e Júlio Diniz na percussão e Kiko Continentino da banda Azymuth (com reconhecimento internacional) no teclado.

Como foi este encontro com o Brasil e a música brasileira? Foi muito especial gravar a “Cuidado” na Casa com a Música em Setembro de 2022, porque é um lugar com um grande senso de comunidade musical além de ser situado em um local tão icônico quanto a Lapa. Foi incrível gravá-la com meu esposo Marcelo, seu bisavô, enquanto que a sua avó, Vera Silvia, cuidava do nosso bebê e em um ambiente que facilitou isso, destacando como a Casa com a Música é um espaço realmente de família e comunidade. A instrumentação de base onde eu pude acoplar a minha voz é muito diferente para mim vinda do Reino Unido. É uma orquestração que você não encontraria lá. Ouvir a flauta do Carlos Malta e a percussão do Robertinho Silva, por exemplo, foi muito emocionante e inspirador e me deu muito gosto de cantar.

Como foi gravá-la por artistas do Reino Unido e por um brasileiro? Ter meu bisneto vindo do Reino Unido para compor e tocar comigo já é uma experiência única. Mas além de ouvir minha música cantada em inglês, o que mais me deixou feliz foi ter uma letra escrita para uma das minhas composições, sendo que eu sempre componho instrumentais. A Aisling é uma poetisa muito bem informada, com muita sabedoria e ela consegue encontrar muitas referências nos seus textos. O Marcelo tem um talento para arranjos, ele conseguiu caber o poema original escrito pela Aisling na melodia que eu escrevi. Os dois criaram esta letra sem perder o sentido da poesia original escrita por Aisling. E assim nós colaboramos: eu escrevo a música, a Aisling escreve a poesia e o Marcelo a transforma em letra.

Qual a história, curiosidades e os bastidores por trás desta gravação? A instrumentação da “Cuidado” foi gravada na Lapa em 2021 com Tuninho Villas na produção e engenharia de som. A seguir, com a música já acabada, meu bisavô me mandou a gravação e a partitura e falou “faz o que você quiser com ela”, uma atitude comum com todas suas composições, sendo que ele me encarrega de dar continuação ao seu trabalho. Nós já em 2019 tínhamos composto uma música juntos chamada “Greenwich“, que foi nossa primeira experiência colaborativa deste gênero. Eu imediatamente mandei o título da música para a minha esposa Aisling e pedi que ela escrevesse um texto. O mais curioso é que esta versão da “Cuidado” com letra foi feita remotamente. E além de estarmos longe do Zé, sendo que estávamos escrevendo a letra no Reino Unido enquanto ele estava no Brasil, eu e minha esposa também estávamos longes um do outro.

Eu estava gravando um programa de TV para crianças para a BBC que me forçou a ficar em uma bolha social por causa da pandemia, enquanto gravamos em Liverpool. A Aisling no entanto estava grávida com o nosso filho na nossa casa em Londres (o mesmo filhote que estava brincando no estúdio no dia da gravação um ano depois, já nascido e também apaixonado pela música). Ficamos três meses separados durante a gravidez e a música foi um dos bálsamos que nos deu força. Quando eu enviei o título da música para a Aisling ela, ainda não tendo domínio total do Português, interpretou ‘cuidado‘ como ‘carinho’ ou ‘dengo’. Mas assim que ouviu a melodia do Zé mudou sua interpretação para “alerta” ou “_não confi_e”, que era realmente a intenção do Zé, dando destaque a como a melodia já sugeria o tema que a Aisling vinha a escrever somente baseado no título. Quando finalmente podermos estar juntos de novo, tocar a música deu muito gosto. Recentemente fizemos um show na Lapa no dia de lançamento (16/12/2023), e logo em seguida começamos a compor uma música nova. Já temos agora quatro composições em colaboração e prometemos mais lançamentos musicais em 2024 e adiante.

Respostas Marcelo Cervone/ Zé Carlos Medeiros/ Aisling Groves-McKeown

Pink Chameleons“Colors Seem To Fade” – (Finlândia) – [MINI ENTREVISTA]

Em linhas gerais, o que é esta música? Essa música é uma mistura de psicodelia da velha escola e rock de garagem filtrada por sons e expressões modernas.

O que inspirou a criação desta música e como foi este processo? O que você crê ter trazido de novo musicalmente? Tento pegar coisas de que gosto e expressá-las de uma nova maneira, ou pelo menos de uma maneira que pareça única. Sem tentar soar único. De certa forma, sinto que criar arte é repetição, você só tenta fazer coisas melhores e mais interessantes a cada vez. Uma espécie de continuidade. Para mim pelo menos. Sempre busco novas formas e ferramentas para criar, mas acabo usando-as de uma forma que soa como eu. Acho que isso é bom porque significa que você encontrou seu próprio som.

Qual a ligação desta música com a cultura e música finlandesa? Em minha juventude, eu teria dito que não havia conexão, mas agora sinto que há alguma. Há um tipo de melancolia escandinava na música que faço. Se você passa 9 meses por ano na neve, na chuva e na escuridão, isso se refletirá na arte que você faz. Não importa o quanto eu tente Eu tente fazer algo soar leve e feliz, sempre há uma sensação de melancolia. Acho que que essa é a conexão com a cultura e a música finlandesas.

Respostas Pink Chameleons

MAR – “Mama I Don’t Wanna Play The Blues Anymore” – (Reino Unido) – [MINI ENTREVISTA]

Em termos gerais, que música é essa? Essa é uma música indie-folk americana escrita por mim: Marina Elezovic – MAR. MAR é um cantor e compositor indie folk nascido no Canadá e criado na Croácia, que mora em Londres. Este é o primeiro single do meu próximo álbum ainda este ano. É a primeira faixa de muitas que transmitem uma experiência muito pessoal e íntima sem receios. Letras vulneráveis ​​são acompanhadas por guitarra elétrica sutil e slide guitar tocando os trechos de uma música. Em termos de produção e arranjos, fui influenciado principalmente por álbuns e faixas principalmente de “For Emma Forever Ago”, de Bon Iver, e “The Suicide Handbook”, de Ryan Adams. Definitivamente sou influenciado por outros artistas como Ben Howard, Jeff Buckley, Florence And The Machine.

Qual é a sua mensagem para o mundo? Como eu estava passando por um esgotamento enquanto escrevia essa música, eu só queria melhorar e acordar todas as manhãs pronto e feliz para ver o sol brilhando. É a minha forma de terapia e acredito que melhorei depois de escrevê-lo. Quero que outros sintam o mesmo enquanto ouvem essa música, e pelo menos quero que o público se sinta menos sozinho em suas lutas, pois sempre há alguém por aí que provavelmente está passando por algo semelhante. Eu queria parar de me odiar e de sentir pena de mim mesmo, pois há muito mais que uma pessoa poderia fazer se simplesmente se deixasse levar. Minha maneira de melhorar é escrever músicas tristes, mas elas guardam um pensamento positivo em algum lugar abaixo de todas essas camadas de tristeza e melancolia.

O que inspirou a criação do processo e como foi o processo? Não me lembro exatamente como comecei a escrevê-lo. Na maioria das vezes músicas como essas acontecem quando eu nem penso muito sobre elas e depois descubro do que se trata. Desta vez descobri que era sobre o esgotamento que estava passando na época. Levei aproximadamente um dia para terminá-lo. Fui ao estúdio do meu produtor há alguns meses e resolvi gravá-lo apenas com meu violão e meu vocal. Queria expressar como soava quando a escrevi, para que outras pessoas possam sentir a simplicidade e a emoção principal desta música. O arranjo de guitarra elétrica e slide guitar também surgiu como uma ideia para criar um clima ainda mais intimista.

O que você acha que trouxe musicalmente? Acredito que não pareço com ninguém. Como eu disse na pergunta anterior, eu só queria trazer emoção crua na minha música, tanto quanto crua na vida real. Presumo que às vezes menos é mais. Eu queria me limitar à melodia simples principal, pois achei a história em si interessante o suficiente, pois não precisa de mais. Seria demais, caso contrário.

Respostas MAR

Monique Sherrell Brown“I’LL STAY” – (Estados Unidos) – [MINI ENTREVISTA]

Em termos gerais, que música é essa? Essa música é sobre uma mulher que está completamente apaixonada por um homem e está deixando-o saber o quanto ela o deseja.

Qual é a sua mensagem para o mundo? A mensagem para o mundo: se você deseja muito algo, você pode “desejá-lo” que exista. Apenas certifique-se de usar seus poderes para o bem 🙂 …

O que inspirou a criação dessa música e como foi esse processo? Uma paixão de infância. Pesquisei profundamente um lugar familiar quando era mais jovem e um pouco mais ingênuo. Acho que muitas pessoas serão capazes de se identificar com seu primeiro amor.

O que você acha que trouxe musicalmente para a mesa? Não há problema em ser diferente. Contanto que você seja apaixonado e permaneça fiel a si mesmo, as coisas darão certo. Resumindo, “Você”

Respostas Monique Sherrell Brown

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Fundador e editor da Arte Brasileira. Jornalista por formação e amor. Apaixonado pelo Brasil e por seus grandes artistas.