Muitas sugestões musicais chegam até nós, mas nem todas estarão aqui. Bem vindos ao Lupa na Canção!
Esta é uma lista de novidades lançadas recentemente, de diferentes temáticas e gêneros musicais. Dificilmente você verá no Lupa canções do mainstream. A ideia é apresentar com uma “lupa” coisas novas e alternativas aos grandes sucessos, afinal é este uma das missões da Revista.
É importante ressaltar que as posições são aleatórias, não indicando que uma seja melhor que a outra.
Cabe perfeitamente como um pedido de casamento; é essa a aura do novo single do mineiro Gustavito com a cantora Tainá
Gustavito, por que nosso leitor deve escutar esta música? “E Se Vier” apresenta qual contexto musical e poético?
“E Se Vier” é uma música sobre a delicadeza. É uma canção romântica, pois trata-se de uma declaração de intenções para um futuro amor que está no início. Seu contexto musical reflete a delicadeza de seus versos de beleza universal. Ela se encaixa perfeitamente em contextos de pedidos de casamento, de namoro, ou mesmo para renovação de votos românticos ou para amizades verdades. Mas mesmo que o ouvinte não esteja passando por nada disso no momento de sua vida, a canção tem ares de contos de fada, trazendo uma sensação imediata de leveza e alegria sutil para quem quer que a escute com o coração aberto.
– A música tem também a voz da cantora Tainá, direção musical de César Lacerda (Gal Costa, Maria Bethânia) e arranjo de cordas de Felipe Ventura (Elza Soares, Tim Bernardes, Nando Reis). Quais foram as colaborações deles para o resultado final?
Tainá é uma amiga querida e excelente cantautora brasileira, natural de Natal (RN). Ela vive em Lisboa e fez sua carreira em Portugal, sendo uma referência na cena do país. A potência de sua voz doce e cristalina cai como uma luva na melodia e contexto poético e harmônico da canção. Minha voz num registro mais grave casou lindamente com seu timbre, o resultado está cremoso.
A direção de Cesar foi impecável em todas as partes do processo. Eu estava em dúvida sobre gravar ou não esta faixa no álbum, mas foi por insistência do Cesar que ela entrou, e hoje sou muito grato por isso. A faixa que abre os lançamentos do álbum traduz bem a nova fase que se inaugura em minha carreira surpreendendo os ouvintes com uma roupagem e temática bem diferente dos meus últimos trabalhos. Eu já pensava em convidar a Tainá e antes que eu falasse ele sugeriu a mesma para o feat, então não tivemos dúvida sobre o convite.
O arranjo de cordas de Felipe é sutil e sofisticado ao mesmo tempo, trazendo uma atmosfera cinematográfica para a canção. O resultado é impressionante nas texturas que reforçam a emoção transmitida na letra e melodia. Mais incrível é pensar que ele mesmo escreveu e gravou todas as linhas do arranjo de violinos e violas de orquestra.
Fale sobre o videoclipe.
O videoclipe foi filmado em portugal, na praia do Guincho, que é considerada uma das mais belas praias do país. A portuguesa Ana Marta Dias é responsável pela direção, montagem e fotografia. Buscamos traduzir em imagens simples e belas a atmosfera amorosa e delicada da canção, que nasceu de uma carta de amor. O resultado está lindíssimo, fiquei muito satisfeito!
Há alguma curiosidade sobre este lançamento que você queria destacar?
Uma curiosidade vem do fato de que a canção nasceu de uma carta de amor escrita para mim por Camila Borenstain, da qual fui companheiro amoroso durante 3 anos e meio. Ela escreveu a letra e me entregou no início de nossa relação, e já tinha a idéia da melodia. Fui orientando ela sobre como separar a canção em algumas partes e depois criei uma melodia bem marcante para a introdução ao também harmonizar as melodias que ela trouxe. Assim foi uma composição em parceria com ela, assim como outras que estão presentes no disco, sendo que ela nunca havia feito músicas antes de se relacionar comigo, foi um dos legados mais especiais dessa relação que terminou, porém deixando lindos frutos pro futuro, que estarão todos no disco completo.
E, por fim, quem é Gustavito?
Gustavito é um músico brasileiro, de Minas Gerais para o mundo, vos apresento: eu mesmo. Tenho a música como minha guia e a espiritualidade sempre fez parte intrínseca de minha visão de mundo. Traduzo em melodias as diferentes situações que a vida me apresenta, sempre buscando significado e originalidade pra tudo que crio. Desde sempre busco me conectar com as pessoas através da música. Houve um tempo em que criava canções mais complexas harmônica e melodicamente, mas percebia que era mais desafiador me conectar com as pessoas dessa forma, de modo que ao longo dos anos minha criação toma caminhos cada vez mais simples e diretos. Sou amante da música e da cultura popular brasileiras e naturalmente trago essa marca da brasilidade muito forte em tudo que faço. Acredito na transformação das pessoas e na busca por novas formas de viver sobre a Terra, sem estabelecer relações predatórias com a natureza e entre as pessoas.
Respostas de Gustavito
Disponível na playlist “MPB – O que há de novo?”
O jazz com gosto brasileiro de Joel Timoner no single “Never The Same”
Joel, qual a melhor apresentação de “Never The Same”?
Uma caminhada num groove de jazz falando do aspecto único dos momentos em que vivemos. Não são nunca do mesmo jeito.
Musicalmente, como você descreve a música?
A sonoridade é de um jazz clássico com piano (Tiago Costa), baixo (Swami Jr) e bateria (Sérgio Reze). Eu toco o sazouki, um instrumento muito especial, um bandolim gigante que foi criado pelo Hervé Prudent, um luthier de Besançon na França. Vale destacar o trompete do Sidmar Vieira que improvisa com muita imaginação e suingue durante a música inteira.
Qual aspecto da realidade humana e social você. traz esta letra?
Ela fala da unicidade de cada momento, o que já dizia Heráclito, você não pode entrar duas vezes no mesmo rio. Na segunda vez, o rio já não é o mesmo e você também não é o mesmo.
Coisas que são cada vez diferentes (se você prestar atenção): o jeito da chuva cair, a percepção e a emoção ouvindo uma música, o movimento dos olhos de alguém. As situações de cada estrofe correspondem à cenas da vida, ou reflexões sobre nossa realidade. A solidão, o inverno (vivo na França), o amor, a alegria e a tristeza se misturando, a guerra, a incoerência, a confusão mental.
O que originou essa composição?
Tenho várias músicas com parceiros que escrevem letra. Nesse caso a letra é o ponto de partida. Nas outras, em geral faço primeiro a música. Foi o caso de “Never The Same”. Primeiro veio o groove, a sequência de acordes. Em seguida fiz a melodia em cima dos acordes. Depois procurei palavras pra repetir na última frase de cada estrofe e me veio “never the same”. Gostei da sonoridade e das possibilidades semânticas que poderia gerar. Daí fui construindo as pequenas histórias pra cada estrofe de modo que terminassem sempre com a frase “never the same”.
Por que a escolha de gravar em inglês?
Componho em português, em francês e em inglês. Tenho também gravações em espanhol e em japonês. Tenho um vizinho japonês com quem já fiz duas canções. Tenho várias outras canções em inglês nas plataformas: “Happy Feeling”, “Empty Road”, “Angel Face” e “Stars”. O inglês faz parte da nossa cultura, somos colonizados né, fazemos parte de um ‘império’…E na música bebemos do jazz, blues, rock, r&b, hip hop, funk…
E, por fim, quem é o artista Joel Timoner?
Sou solitário, vivo na França, num vilarejo no interior a duas horas de Bordeaux e também em Bordeaux. Adoro criar canções e também fazer arranjos pra canções que me são próximas.
Já gravei Bob Dylan, Tom Jobim, Jimi Hendrix, Chico Buarque, Georges Brassens, Cole Porter, Luiz Gonzaga, etc. Pra mim cada single que faço é uma viagem, um tema, uma sonoridade. Mas sempre com sinceridade, qualidade e boas vibrações. Assim “Clarissa” é uma bossa nova amorosa com arranjo luxuoso, “Assim Devagar” e “Engano” são canções singelas bem acústicas e profundamente brasileiras, “Caldeirão” é um ritual hip hop que chama muitas entidades, “Começou” é um folk tribal sobre inundações e incêndios que indicam o começo do desastre ecológico, “Thélème” tem uma batida eletrônica e letra que mistura português com francês da época da renascença (trechos de “Gargantua”, romance escrito pelo Rabelais), お月さんの夢 (o tsuki san no yume, o sonho da lua) que é uma canção de ninar…Nas minhas gravações, além do sazouki toco outros instrumentos também, kalimba, baixo, mandola, teclados, guitarra baiana. Muitos singles são produzidos pelo meu irmão Swami Jr, nos conhecemos desde os tempos em que formamos o grupo de choro Xoro Roxo. Às vezes faço tudo sozinho. Outras vezes convido outros músicos pra participarem. Além das parcerias musicais tenho parcerias com artistas gráficos. A capa de “Never The Same” é do Calixto Comporte. Outros artistas com quem trabalho são Mari Poppovic, Antonio Malta, Kiko Farkas, Inácio Zats. E tenho um parceiro em todas as músicas, Homero Lotito, que mixa e masteriza com magia e arte. Sempre trabalho com craques que são ou viram amigos. Pra mim, música e amizade vão juntas.
Respostas de Joel Timoner
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Nova música de Thiagô “tem uma mensagem de empatia, de maturidade e de desapego”, diz o artista
Thiagô, qual o melhor resumo desse lançamento?
Lançar uma música é sempre desafiador. Cria-se muita expectativa. O trabalho da gente vai ser julgado rapidamente e todo o esforço que foi feito, seja ele criativo ou financeiro, pode ter sido em vão. No caso de “Espero que tenha paz”, é como um segundo filho pra mim, uma vez que “Redemoinhos” saiu primeiro. E diferente de “Redemoinhos”, que é mais energética, com vários acordes e tem um arranjo mais elaborado, “Espero que tenha paz” é uma balada, menos sofisticada harmonicamente, com arranjo mais simples mas com o mesmo grau de importância para mim.
O que você canta nessa música, qual sua mensagem?
Acho que ela tem uma mensagem de empatia, de maturidade e de desapego. “Era só o medo e o desejo….. de tanto faz”. Porque receber um “tanto faz” quando a gente está gostando de alguém, é desolador. Mas quando você se desapega, esse mesmo “tanto faz” é libertador, ao ponto de você desejá-lo. E ter a maturidade e a empatia de dizer, Tudo bem se não for comigo. Te desejo boa sorte e “espero que tenha paz” na sua escolha. Por que no final, é isso que a gente procura, encontrar um pouco de paz com a pessoa com quem a gente está.
Nos conte o que inspirou essa composição.
Eu tinha feito a sequência de acordes da introdução, mas não tinha a letra ainda. Geralmente, funciona assim pra mim, a letra só vem depois. Eu não tinha ideia sobre o que eu iria falar. Então o verso de abertura “Noite sem lua, vão de estrelas” veio primeiro, para enquadrar a história, mas era tudo o que eu tinha. E eu me lembro nessa época, de assistir uma entrevista do Renato Teixeira onde ele comentava sobre a poesia concretista na canção “Romaria”. Então pesquisando mais sobre a poesia concretista, achei que cabia bem para o que viria a ser “Espero que tenha paz”.
A história em si foi se formando mais devagar. As palavras vão dando ideias e a gente vai tecendo uma história, achando os caminhos. E em termos de melodia, elas nascem de maneira mais natural. Já me disseram que ela tem um toque ou influência das baladas dos Paralamas também.
Há alguma curiosidade sobre esse lançamento que você queira destacar?
Essa canção foi composta em 2022. E neste mesmo ano, eu fiz um vídeo caseiro tocando essa música e a postei no meu canal no Youtube. No começo de 2024, eu estava em estúdio gravando algumas músicas e queria gravar pelo menos duas em português. Nessa ocasião, eu já tinha gravado “Redemoinhos” e estava à procura de outra. Por coincidência, numa conversa por telefone com a minha mãe, ela falou que tinha visto esse vídeo de 2022 e que tinha gostado bastante de “Espero que tenha paz”. Eu tinha até esquecido dela e foi então que eu decidi gravá-la.
E, por fim, diga aos leitores do LUPA NA CANÇÃO, quem é o artista Thiagô,
Thiagô é um autor/compositor/cantor/guitarrista franco-brasileiro, morando entre a França e o Brasil. Aprendeu guitarra aos 13 anos sob a influência do rock dos anos 80 e 90, mas sem esquecer os clássicos da MPB. Já lançou 2 singles em português e 3 singles em francês e prepara o seu primeiro álbum para 2025.
Respostas de Thiagô
Disponível na playlist “Brasil Sem Fronteiras…”
Nova música do trio SalDoce une MPB, pop e reggaeton
Qual o melhor resumo desse lançamento?
SalDoce lança a 2ª faixa do seu futuro álbum. “Duvideodó” é uma canção de MPB com uma pegada dançante e ritmo latino. A música fala sobre duvidar fortemente que o outro(a) superou a paixão amorosa. SalDoce é um trio de cantoras carioca que acumula mais de 550k seguidores nas redes sociais e traz frescor para o Pop Leve e MPB.
O que você canta nessa música, qual sua mensagem?
A música fala sobre superar e até se reinventar depois do fim de um relacionamento. A música tem uma pegada irônica, mas ao mesmo tempo, traz uma mensagem forte de autoestima para empoderar quem ouve.
Musicalmente, como você a descreve?
Com uma vibe leve e envolvente, “Duvideodó” traz uma mistura única de pop com reggaeton – dois ritmos que sempre foram a cara do grupo e conquistam todo mundo desde o começo.
“Duvideodó” é uma parte do álbum que vocês vão lançar. Fale sobre.
O novo projeto do trio SalDoce mergulha em três fases singulares e complementares: a primeira com o EP “Sal”, depois com o EP “Doce” , que se juntam e dão vida ao primeiro álbum autoral do trio, o homônimo “SalDoce”. Além das faixas já lançadas, o álbum contará com material inédito e exclusivo.O
EP “Sal” traz aquele tempero que lembra o calor do verão, o clima descontraído da praia e o romance no ar. Cada faixa é uma viagem, sempre com aquele toque especial do trio. Já no EP Doce, o trio revela seu lado mais sentimental, com músicas suaves e mais intimistas – que exploram as nuances do amor. As melodias são carregadas de emoção e poesia.
E, por fim, diga aos leitores do LUPA NA CANÇÃO, quem é o trio SalDoce?
Guiadas pela paixão em criar experiências musicais que proporcionem paz, conforto e conexão duradoura, SalDoce vem conquistando cada vez mais espaço no cenário da música brasileira. O trio carioca formado por Marianna Eis, Brenda Luce e Fernanda Francis traz em sua sonoridade uma mistura de um pop leve e contagiante com a rica brasilidade da MPB. Seus arranjos vocais harmoniosos e composições que versam sobre amor e relações de maneira simples e autêntica já conquistou milhões de seguidores nas redes sociais.
Respostas de SalDoce
Disponível na playlist “Novidade da Música Pop Nacional”
O “divertido deboche” indie rock da banda Alívio Cômico na música “Karma”
Qual a melhor sinopse deste lançamento?
“Karma” é primeiro single da banda Alívio Cômico, que surgiu com uma proposta de fazer indie rock com elementos de synthpop, com melodias cativantes e letras reflexivas.
O que você diz na letra?
Ela é basicamente uma análise divertida e debochada de como as pessoas não sabem o que significa o conceito de karma e como se utilizam disso para desejar o mal ao próximo, sem ter a consciência que está “jogando um bumerangue” e fazendo mal a si mesmo.
Musicalmente, como você a descreve?
É um indie pop dançante que casa muito bem com a proposta da música, que é ser divertida, mas ao mesmo tempo com algo a se pensar e intrigar quem está ouvindo.
Quais bandas e artistas inspiraram a música?
The 1975, IDKHOW, Paramore, Chvrches, Fresno, Supercombo, Jay Vaquer.
Há alguma curiosidade sobre o lançamento que você queira destacar?
Essa música foi composta durante a pandemia, onde todo mundo passava muito tempo na internet. Brigas em comentários de redes sociais inspiraram muito o tom provocativo da música.
Respostas de Alívio Cômico
Disponível na playlist “Novidades do Rock e do Pop Rock Nacional”